"Sou durão", afirma o "Chacal" no segundo dia de julgamento

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"Sou durão", afirma o "Chacal" no segundo dia de julgamento
08 de novembro de 2011 14h39 atualizado às 15h15

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"Sou durão e vou morrer com espírito combativo", declarou nesta terça-feira o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido como "Carlos, o Chacal", ao denunciar suas condições de prisão e seu direito de defesa no segundo dia de seu julgamento na França por quatro atentados realizados nos anos 80, com um saldo de 11 mortos.
"Sou durão. Não um pobre coitado e não exploro as vítimas dos Estados terroristas", afirmou "Carlos" praticamente aos gritos, atrás do vidro blindado dos acusados, depois que seus advogados denunciaram "certos elementos contrários ao direito de defesa" e antes de um dos advogados de acusação acusá-lo de ser "um falso revolucionário".
O réu também reclamou das condições de higiene de sua cela e a demora do serviço penitenciário em entregar a ele seu computador para poder estudar seu processo.
"Eu sou um revolucionário de profissão", assim se apresentou Carlos no primeiro dia de julgamento diante do Tribunal Criminal Especial de Paris.
Desde o primeiro minuto, os seus dois advogados Isabelle Coutant Peyre - sua esposa - e Francis Vuillemin denunciaram "o julgamento injusto" e ameaçaram abandonar o local.
Decidido a levar a audiência até o fim, o juiz Olivier Leurent imediatamente forçou os dois a ficarem.
Ilich Ramirez Sanchez reivindicou, em uma entrevista publicada domingo por um jornal venezuelano, a autoria de mais de 100 ataques que mataram entre "1.500 e 2.000 pessoas".
Preso no Sudão em agosto de 1994, não saiu mais das prisões francesas. Carlos já foi condenado à prisão perpétua em 1997 pela morte de três homens, entre eles dois policiais, em 1975 na França.
O militante marxista e defensor da causa palestina é acusado de orquestrar quatro atentados com o objetivo de libertar sua companheira alemã Magdalena Kopp e o suíço Bruno Bréguet, dois membros do grupo, presos em fevereiro de 1982 com armas e explosivos.
Uma carta enviada ao ministro do Interior exigia a libertação "em um prazo de 30 dias", ultimato regado de "ameaças de guerra" contra a França. As impressões digitais de Carlos foram identificadas no documento, prova rejeitada pela defesa porque desapareceu do arquivo.
Um mês depois da carta, no dia 29 de março de 1982, uma explosão em um trem Paris-Toulouse matou 5 pessoas e deixou 28 feridos.
No dia 22 de abril, quando seria iniciado o julgamento de Kopp e Bréguet, um carro-bomba explodiu na frente da sede da revista Al Watan Al Arabi, na rua Marbeuf. O ataque matou um transeunte e deixou 66 feridos.
Os dois outros atentados do dia 31 de dezembro de 1983, um na estação de trem Saint-Charles em Marselha (2 mortos e 33 feridos) e o outro contra um TGV Marselha-Paris (3 mortos e 12 feridos) aconteceram quando os "dois camaradas" recebiam a condenação de quatro e cinco anos de prisão.
Três outros membros do grupo serão julgados a revelia: Johannes Weinrich, braço direito de Carlos, foi preso na Alemanha, mas Berlim se recusa a enviá-lo para a justiça francesa. Christa Frohlich está foragida na Alemanha, enquanto que o palestino Ali Kamal Al Issawi ainda é procurado.
O veredicto deve sair até 16 de dezembro.

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