Bento
02/12/11 15:05
“Objectivo de um líder é sempre potenciar o colectivo”
Marta Talhão02/12/11 15:05
“Há que tomar decisões e não estar permanentemente a justificá-las”, defendeu o seleccionador numa aula no ISPA.
Habituado à função de "professor" dentro das quatro linhas de um campo de futebol, coube, pelo terceiro ano consecutivo, ao actual seleccionador nacional, Paulo Bento, a tarefa de ministrar uma aula aberta no Instituto de Psicologia Aplicada (ISPA), em Lisboa, sob o mote "liderar pessoas, transformar equipas". "O que pretendo é tirar o máximo rendimento de um grupo de trabalho, tendo em atenção que algumas acções são tomadas a nível individual, mas que o objectivo é sempre potenciar o colectivo", disse Bento. O indivíduo, neste caso plasmado na figura do líder, como motor para valorizar o colectivo.
"É importante definir desde cedo os objectivos e saber como lá queremos chegar", começou por explicar o treinador. E advertiu: para que os objectivos sejam alcançados, a batuta deve estar nas mãos do líder, sem condicionalismos. "Pagam-te para que tomes decisões e, por isso, a liberdade de um líder não pode ser de 99%, mas de 100%. Isso não implica que deixe de haver um trabalho de equipa, mas se se escolhe um líder é para que tenha liberdade de decisão."
Liberdade de decisão que, no entanto, não deve ser confundida com usurpação dos seus poderes. "Tento conhecer da melhor maneira possível as pessoas da equipa que vou integrar e manter uma boa relação com aqueles que estão acima de mim na estrutura e com aqueles que estão no mesmo nível que eu", referiu. Mas sublinhou: "Há que tomar decisões e não estar permanentemente a justificá-las."
Alvo de críticas pela obstinação demonstrada em casos recentemente tornados mediáticos - as ausências de Ricardo Carvalho e Bosingwa da selecção -, Bento defendeu que um líder deve saber abrir excepções, mas também ser "inflexível". "Muitas vezes nem é por nós, mas pelos princípios em que acreditamos. E se, para ganhar, for preciso perder determinados valores, eu prefiro não ganhar", garantiu o treinador, para quem as relações profissionais devem ser alicerçadas nos princípios da seriedade e da frontalidade. "Essa é a única maneira de haver respeito", justificou.
A meio da sessão de liderança no ISPA, uma das presentes inquiriu: "Como se preparam para a derrota equipas que estão habituadas a vencer?" Com a economia mundial em estado de emergência, quem se habituou a ganhar tem agora de reformular objectivos, mas a condição excepcional do futebol impede o treinador de responder com conhecimento de causa. "Não passei por isso, apesar de a minha experiência ser feita de algumas derrotas e da gestão de algum insucesso. A solução pode passar por relativizar, há momentos em que pode retirar-se alguma pressão se pensarmos que o insucesso pode acontecer."
Todo o processo de liderança, desde a estipulação dos objectivos ao reconhecimento final de sucesso ou fracasso, implica, para Bento, uma "elevada dose de auto-motivação". "Há que estar preparado e motivado para tomar decisões de forma rápida. Quando o líder não conseguir motivar-se não tem outro caminho que não o da porta", defendeu.
Caso o líder fracasse na sua missão, Paulo Bento não tem dúvidas em afirmar que é dele a responsabilidade de "dar o corpo às balas". O mesmo acontece em casos de sucesso. "[Após termos sucesso] é importante que não se perca a ambição de o repetirmos. Se invertermos os princípios que adoptámos até aí, o próximo passo é perder".
Princípios de um bom líder
- Numa equipa, as acções tomadas a nível individual devem sempre ter como objectivo a valorização do conjunto.
- Definir os objectivos desde cedo. Ter a capacidade de abrir excepções mas também de ser inflexível e não ceder a qualquer tipo de pressão externa.
- Motivar-se a si próprio. Um líder deve estar preparado para agir rapidamente e nunca duvidar da sua capacidade de decisão.
- Aprender a relativizar e nunca escolher o sucesso em detrimento da perda de valores e princípios.
COPIADO : http://economico.sapo.pt/noticias/
"É importante definir desde cedo os objectivos e saber como lá queremos chegar", começou por explicar o treinador. E advertiu: para que os objectivos sejam alcançados, a batuta deve estar nas mãos do líder, sem condicionalismos. "Pagam-te para que tomes decisões e, por isso, a liberdade de um líder não pode ser de 99%, mas de 100%. Isso não implica que deixe de haver um trabalho de equipa, mas se se escolhe um líder é para que tenha liberdade de decisão."
Liberdade de decisão que, no entanto, não deve ser confundida com usurpação dos seus poderes. "Tento conhecer da melhor maneira possível as pessoas da equipa que vou integrar e manter uma boa relação com aqueles que estão acima de mim na estrutura e com aqueles que estão no mesmo nível que eu", referiu. Mas sublinhou: "Há que tomar decisões e não estar permanentemente a justificá-las."
Alvo de críticas pela obstinação demonstrada em casos recentemente tornados mediáticos - as ausências de Ricardo Carvalho e Bosingwa da selecção -, Bento defendeu que um líder deve saber abrir excepções, mas também ser "inflexível". "Muitas vezes nem é por nós, mas pelos princípios em que acreditamos. E se, para ganhar, for preciso perder determinados valores, eu prefiro não ganhar", garantiu o treinador, para quem as relações profissionais devem ser alicerçadas nos princípios da seriedade e da frontalidade. "Essa é a única maneira de haver respeito", justificou.
A meio da sessão de liderança no ISPA, uma das presentes inquiriu: "Como se preparam para a derrota equipas que estão habituadas a vencer?" Com a economia mundial em estado de emergência, quem se habituou a ganhar tem agora de reformular objectivos, mas a condição excepcional do futebol impede o treinador de responder com conhecimento de causa. "Não passei por isso, apesar de a minha experiência ser feita de algumas derrotas e da gestão de algum insucesso. A solução pode passar por relativizar, há momentos em que pode retirar-se alguma pressão se pensarmos que o insucesso pode acontecer."
Todo o processo de liderança, desde a estipulação dos objectivos ao reconhecimento final de sucesso ou fracasso, implica, para Bento, uma "elevada dose de auto-motivação". "Há que estar preparado e motivado para tomar decisões de forma rápida. Quando o líder não conseguir motivar-se não tem outro caminho que não o da porta", defendeu.
Caso o líder fracasse na sua missão, Paulo Bento não tem dúvidas em afirmar que é dele a responsabilidade de "dar o corpo às balas". O mesmo acontece em casos de sucesso. "[Após termos sucesso] é importante que não se perca a ambição de o repetirmos. Se invertermos os princípios que adoptámos até aí, o próximo passo é perder".
Princípios de um bom líder
- Numa equipa, as acções tomadas a nível individual devem sempre ter como objectivo a valorização do conjunto.
- Definir os objectivos desde cedo. Ter a capacidade de abrir excepções mas também de ser inflexível e não ceder a qualquer tipo de pressão externa.
- Motivar-se a si próprio. Um líder deve estar preparado para agir rapidamente e nunca duvidar da sua capacidade de decisão.
- Aprender a relativizar e nunca escolher o sucesso em detrimento da perda de valores e princípios.
COPIADO : http://economico.sapo.pt/noticias/
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