EUA e aliados discutem exílio para presidente sírio Assad


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012 09:19 BRST
 

 
Por Arshad Mohammed e Matt Spetalnick
WASHINGTON, 2 Fev (Reuters) - Os Estados Unidos e governos árabes e europeus começaram a discutir a possibilidade de exílio para Bashar al Assad, apesar do ceticismo com a hipótese de que o presidente sírio aceite tal oferta, disseram autoridades ocidentais à Reuters.
Até agora não houve progressos nessas conversações, e não há uma sensação real de que a queda de Assad seja iminente. Apesar disso, uma fonte oficial disse que até três países estariam dispostos a receber o presidente para colocar um fim aos dez meses de violência na Síria.
Duas fontes disseram que nenhum país europeu aceitaria dar asilo a Assad, mas um funcionário afirmou que os Emirados Árabes Unidos estariam abertos a isso.
Assad está cada vez mais isolado no cenário internacional por causa da repressão violenta aos manifestantes que pedem democracia na Síria. A Liga Árabe solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que imponha um ultimato para que Assad se afaste do poder, mas a Rússia se opõe. Assad responde a essa pressão intensificando os ataques contra os redutos da oposição.
As fontes, que falaram sob anonimato, disseram que as discussões sobre o exílio de Assad não foram uma iniciativa nem dos EUA nem da União Europeia. Vários países árabes já vinham falando nisso como uma possibilidade para acabar com a violência na Síria.
"Entendemos que alguns países se ofereceram para recebê-lo caso ele opte por deixar a Síria", disse um alto funcionário do governo norte-americano, sem citar nenhum país.
Antes disso, no entanto, seria preciso esclarecer se Assad ganharia algum tipo de imunidade judicial - algo a que a oposição síria e grupos internacionais de direitos humanos devem se opor.
"Há dúvidas significativas sobre a responsabilidade pelos terríveis abusos que foram cometidos contra o povo sírio", disse o funcionário norte-americano. "Afinal, essas questões serão deliberadas pelo povo sírio em concordância com os parceiros regionais e internacionais. Trata-se do que os sírios precisam para acabar com a crise e iniciar o processo de reconstrução do país." 
Enquanto os funcionários dos EUA afirmam que o exílio é uma opção válida, uma fonte europeia manifestou dúvidas sobre sua eficácia, já que Assad não dá sinais de que aceitará sair voluntariamente.

Bruce Reidel, ex-analista da CIA que tem dado assessoria ao presidente dos EUA, Barack Obama, disse que os países árabes aparentemente tentam moldar para a Síria uma solução política inspirada na do Iêmen.

Após meses de conflito político no Iêmen, um acordo político mediado pela Liga Árabe levou ao afastamento do presidente Ali Abdullah Saleh e à convocação de eleições para o próximo dia 21.

"Assad e sua esposa recebem um asilo seguro", disse Reidel, que hoje trabalha no Instituto Brookings, de Washington. "Mas quem o receberá? O Irã? A Rússia? O Reino Unido? E ele terá imunidade como Saleh?"
COPIADO : br.reuters.com/
(Reportagem adicional de Mark Hosenball) 

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