Ciência
Insetos encontrados no Brasil têm órgãos sexuais invertidos
Biologia
Insetos encontrados em cavernas do Brasil têm órgãos sexuais invertidos
Cientistas descobriram fêmeas do gênero Neotrogla com um órgão semelhante a um pênis e machos com uma cavidade parecida com uma vagina
Neotrogla fêma: o órgão erétil feminino é inserido no macho para sugar esperma e comida
(Cortesia/Yoshizawa)
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Female Penis, Male Vagina, and Their Correlated Evolution in a Cave Insect
Onde foi divulgada: periódico Current Biology
Quem fez: Kazunori Yoshizawa, Rodrigo L. Ferreira, Yoshitaka Kamimura e Charles Lienhard
Instituição: Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Hokkaido, entre outras
Resultado: Descoberta de quatro espécies de insetos do gênero Neotrogla que habitam cavernas brasileiras. Suas fêmeas têm um órgão semelhante a um pênis e seus machos, uma cavidade parecida com uma vagina.
Esses atributos fazem das quatro espécies de insetos do gênero
Neotrogla — que têm de 2,7 a 3,7 milímetros e aparência semelhante à de
uma mosca — únicas no mundo. "Um pênis feminino é excepcionalmente raro.
Por isso fiquei surpreso ao ver essa estrutura", disse o entomologista
Kazunori Yoshizawa, da Universidade Hokkaido, no Japão. Yoshizawa
afirmou que, embora a inversão sexual tenha sido documentada em várias
espécies de animais, estes insetos são os únicos exemplos nos quais o
"órgão intromitente" — o órgão sexual masculino — está invertido.Título original: Female Penis, Male Vagina, and Their Correlated Evolution in a Cave Insect
Onde foi divulgada: periódico Current Biology
Quem fez: Kazunori Yoshizawa, Rodrigo L. Ferreira, Yoshitaka Kamimura e Charles Lienhard
Instituição: Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Hokkaido, entre outras
Resultado: Descoberta de quatro espécies de insetos do gênero Neotrogla que habitam cavernas brasileiras. Suas fêmeas têm um órgão semelhante a um pênis e seus machos, uma cavidade parecida com uma vagina.
Os cientistas chamam a estrutura semelhante a um pênis das fêmeas de ginossoma. Durante a cópula, a fêmea o insere no macho e recebe esperma. Uma vez inserido, parte do ginossoma incha e espinhos ancoram o macho e fêmea. Yoshizawa disse que as fêmeas Neotrogla podem segurar os machos por meio da coerção usando seus ginossomas. "Como a força de ancoragem da fêmea é muito grande, uma resistência intensa do macho pode causar danos à sua genitália. Dessa forma, é provável que processos inteiros de acasalamento sejam controlados ativamente pelas fêmeas, e os machos sejam bastante passivos", afirmou.
O pesquisador brasileiro Rodrigo Lopes Ferreira, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), estudioso do ecossistema de cavernas, foi o primeiro a se deparar com esses animais. Ele recrutou um especialista em insetos para examinar as criaturas, o que levou à descoberta dos atributos únicos da fêmea Neotrogla.
Yoshizawa citou outros exemplos incomuns de órgãos sexuais em animais, incluindo fêmeas de cavalo marinho que usam um órgão para depositar ovos na bolsa reprodutora do macho e uma espécie de aracnídeo cujas fêmeas têm um longo tubo genital. Pela definição de fêmea — um organismo que produz óvulos maiores que as células espermáticas produzidas por machos —, "mesmo com o órgão intromitente, as fêmeas Neotrogla ainda são fêmeas", disse Yoshizawa.
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COPIADO http://veja.abril.com.br
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