Regime avança com violentos combates em Ghuta, na Síria Feridos sírios recebem cuidados em uma clínica em Douma, em Ghuta Oriental, alvo de bombardeios do regime turco, em 2 de março de 2018

Regime avança com violentos combates em Ghuta, na Síria

AFP / HAMZA AL-AJWEHFeridos sírios recebem cuidados em uma clínica em Douma, em Ghuta Oriental, alvo de bombardeios do regime turco, em 2 de março de 2018
As forças do regime sírio e seus aliados retomaram, neste sábado, setores periféricos do enclave rebelde de Ghuta Oriental, na sequência de combates que se intensificaram após uma campanha aérea violenta e devastadora.
Em outra frente da guerra da Síria, pelo menos 36 membros das forças pró-regime foram assassinados neste sábado, em ataques da Turquia, onde o exército executa uma ofensiva em sua fronteira contra o enclave curdo sírio de Afrin, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Iniciado em 2011 para reprimir manifestações pró-democracia, o conflito entra, em 15 de março, em seu oitavo ano, e se complexifica, com a intervenção militar de potências estrangeiras e de grupos extremistas. Mais de 340 mil pessoas já morreram.
Apoiado pela aliada Rússia, o regime de Bashar al-Assad acentuou nos últimos dias os ataques em terreno contra rebeldes nos setores periféricos do enclave rebelde em Ghuta Oriental, perto de Damasco, segundo a OSDH.
Após ter reconquistado diversas localidades com os combates, o regime retomou o controle de 10% do setor tomado pelos insurgentes, segundo a ONG.
Os novos territórios conquistados fazem um semi-círculo do leste ao sudeste do enclave rebelde.
"As forças do regime retomaram o controle do sudeste do enclave rebelde, o setor de Al-Marj, onde estão as localidades de Nachabiyé e Hazarma", segundo o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahmane.
Mais cedo, eles assumiram o controle das duas localidades de Otaya e Chifouniya, bem como duas bases militares nas mãos do Jaysh al-Islam, um dos grupos rebeldes que controlam o enclave, de acordo com a mesma fonte.
- 'Sabor de derrota' -
"Este avanço rápido se deve ao fato de que se tratam principalmente de zonas agrícolas", explicou Rahmane à AFP.
O poder sírio não esconde, entretanto, sua intenção de reconquistar a região de Ghuta Oriental após ter enviado reforços em meados de fevereiro ao enclave rebelde, onde cerca de 400 mil civis estão assentados desde 2013. As forças pró-regime controlam dois terços de Ghuta, e os rebeldes, um terço.
Citando "o avanço do exército em Ghuta Oriental", o vice-ministro sírio de Relações Exteriores, Ayman Soussane, garantiu que "os terroristas sentirão o gosto da derrota em breve em Ghuta, como experimentaram em Aleppo", segunda maior cidade do país.
AFP / Ammar SULEIMANUm sírio em meio aos destroços de Aïn Tarma no enclave rebelde de Ghuta Oriental, em 2 de março de 2018
O cenário lembra o que aconteceu em 2016 em Aleppo, onde rebeldes abandonaram seus bairros após um cerco asfixiante e bombardeios devastadores do regime e de seu aliado russo.
Com a intensificação dos combates em terreno, as patrulhas aéreas diminuíram graças a uma trégua humanitária de cinco horas diárias que entrou em vigor nesta terça-feira, por iniciativa de Moscou.
No sábado, seis civis morreram, segundo a OSDH. Ao todo, 642 civis, entre eles 152 crianças, foram mortos desde 18 de fevereiro, em uma campanha aérea de rara intensidade lançada pelo regime.
- 36 mortos em Afrin -
Um corredor humanitário que deveria permitir a evacuação de civis, doentes e feridos de Ghuta e a entrada de comboios de ajuda está vazio. Isso dificulta a vida dos habitantes assentados que sofrem com a falta de alimentos e remédios.
Em outra frente do conflito, no noroeste sírio, o enclave de Afrin é alvo de uma ofensiva militar turca desde 20 de janeiro. Pelo menos 36 combatentes pró-regime foram assassinados nos bombardeios aéreos de Ancara na localidade de Kfar Janna, segundo a OSDH.
Os combatentes fazem parte de forças deslocadas em fevereiro para apoiar as Unidades de Proteção do Povo (YPG), principal milícia curda da Síria que a Turquia persegue em Afrin.
Trata-se do terceiro bombardeio contra posições de forças leais em 28 horas. Na quinta-feira, 14 combatentes pró-regime morreram em ataques similares.
A Turquia considera as YPG um grupo terrorista, estreitamente ligado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), envolvido em uma guerrilha sangrenta no terreno turco desde 1984. Entretanto, as YPG são apoiadas pelos Estados Unidos e foram sua frente na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico.

copiado https://www.afp.com/

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