Dilma Rousseff fracassa na tentativa de se eleger senadora por Minas Bolsonaro e Haddad iniciam a campanha do segundo turno

Dilma Rousseff fracassa na tentativa de se eleger senadora por Minas

AFP/Arquivos / DOUGLAS MAGNO A ex-presidente Dilma Rousseff faz campanha para o Senado pelo PT em Ouro Preto, Minas Gerais, 21 de setembro de 2018
A ex-presidente Dilma Rousseff, deposta em 2016 pelo Congresso, não conseguiu conquistar uma das duas vagas do estado de Minas Gerais para o Senado nas eleições deste domingo (7).
Dilma (PT) ficou em quarto lugar, com 15,06% dos votos após 97% das urnas apuradas, o que a deixou de fora da disputa.
Os dois primeiros colocados foram Rodrigo Pacheco, do Democratas (direita), com 20,60% dos votos, e Carlos Viana, do Partido Humanista da Solidariedade (PHS, centro), com 20,29%.
Na última pesquisa divulgada na noite de sábado pelo Ibope, Dilma aparecia em primeiro lugar nas intenções de voto para conquistar um dos assentos para o Senado.
Analistas consideram que este foi um "duro golpe" político para a ex-presidente e afirmam que reflete um forte sentimento "antipetista", que associa o partido de seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, com a corrupção e sua sucessora com a má gestão da economia.
O repúdio ficou evidenciado na ampla vitória do capitão do Exército na reserva Jair Bolsonaro no primeiro turno das eleições presidenciais, neste domingo (7).
O governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, também sofreu uma dura derrota, ficando de fora da disputa no segundo turno.
Dilma, que chegou ao poder em 2010 e foi reeleita em 2014, foi destituída pelo Congresso em 2016, acusada de manipular contas públicas, em um contexto de grave crise econômica e de múltiplos escândalos de corrupção.
Foi substituída por seu vice, Michel Temer, do PMDB (atual MDB), a quem acusou de traidor e de liderar uma conspiração para tomar o poder.


Bolsonaro e Haddad iniciam a campanha do segundo turno

AFP / Fernando Souza Jair Bolsonaro obteve 46,04% dos votos no primeiro turno, contra 29,26% de Fernando Haddad
O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro e o esquerdista Fernando Haddad buscarão a partir desta segunda-feira formar alianças e superar as resistências que cada um encontra em amplos setores sociais para vencer o segundo turno, em 28 de outubro, da eleição presidencial do Brasil.
Em uma rotina insólita, Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT_, visitará, como em todas as segundas-feiras, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o líder histórico da esquerda cumpre uma pena de 12 anos de prisão por corrupção.
Após o anúncio de que disputaria o segundo turno, o candidato que fez toda campanha com base no slogan "Haddad é Lula", agradeceu a "liderança" de seu mentor.
Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), acreditava na vitória no primeiro turno, mas recebeu 46,04% dos votos no domingo, enquanto Haddad alcançou 29,26%.
O ex-capitão do Exército, de 63 amos, denunciou "problemas" nas urnas eletrônicas que teriam impedido seu triunfo na eleição de 7 de outubro.
Também denunciou os recursos financeiros e o apoio de "parte da mídia" que o PT receberia, ao mesmo tempo que prometeu trabalhar para "unir os brasileiros".
A preocupação de Bolsonaro pode parecer desnecessária, por matematicamente não dever ser difícil obter os votos que faltaram para alcançar a maioria absoluta, sobretudo depois de ter recebido o apoio dos poderosos setores do agronegócio e das igrejas evangélicas.
Mas as pesquisas de sábado apontavam um virtual empate técnico em caso de segundo turno, com tendência favorável a Bolsonaro (45%-43% no Ibope e 45%-41% de acordo com o Datafolha).
Bolsonaro tem o maior índice de rejeição (45% segundo o Datafolha), resultado de uma carreira repleta de declarações misóginas, homofóbicas e racistas, assim como por sua justificativa da tortura durante a ditadura militar (1964-1985).
"Agora o que parece primordial para a campanha de Bolsonaro é evitar qualquer tipo de erro, fazer algo que possa prejudicá-lo, perder votos. Tem que tentar manter a discrição, não ter nenhuma surpresa negativa", disse Fernando Meireles, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Bolsonaro será impossibilitado de fazer campanha nas ruas, pois ainda se recupera da facada que recebeu em um comício no dia 6 de setembro. Mas isso não o impediu de manter o apoio de seus partidários nas redes sociais.
- Haddad em busca do centro perdido -
Para Haddad, a distância para a maioria absoluta parece quase impossível de ser alcançada.
Sua identificação total com Lula permitiu ganhar rapidamente os setores que se identificam com o ex-presidente (2003-2010).
Mas pode comprometer sua aproximação de grupos e partidos que consideram o líder da esquerda um sinônimo de corrupção e de políticas estatizantes, que estes grupos consideram responsáveis por jogar o Brasil em uma recessão de dois anos, da qual o país começou a se recuperar em 2017.
AFP / NELSON ALMEIDA Fernando Haddad agradeceu a liderança de seu mentor, o ex-presidente Lula, ao passar para o segundo turno
Uma das chaves para reduzir a distância para Bolsonaro seria o apoio de Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que foi ministro da Integração Nacional de Lula e conseguiu 12,5% dos votos.
Gomes disse que discutirá com os líderes do PDT a posição para o segundo turno, mas antecipou um possível apoio: "Farei o que fiz toda minha vida, que é lutar pela democracia e contra o fascismo", declarou.
Haddad recordou ainda que como ministro da Educação do governo Lula trabalhou ao lado de Marina Silva e Henrique Meirelles. Os dois receberam pouco mais de 1% dos votos no primeiro turno.
O esforço de aproximação pode ser tardio, pois durante o primeiro turno "Haddad se esqueceu muito do centro, que é fundamental", afirma André César, da consultoria Hold de Brasília.
"Sem o centro não se ganha uma eleição e não se governo, então (Haddad) precisa deste apoio já. São três semanas, uma campanha curtíssima, e também tem que pensar na governabilidade, estabelecendo compromissos com estes setores", completa.


copiado  https://www.afp.com/pt/noticia/

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