Weintraub deixa o Brasil e já está
nos EUA, dizem irmão e MEC
Ex-ministro viajou no dia em que senador pediu a apreensão de seu passaporte
- Após deixar o Brasil, Weintraub é formalmente exonerado do cargo
- Ex-ministro da Educação quer liderar militância digital de direita
- Time de Guedes teme Weintraub no Banco Mundial
BRASÍLIA
Abraham Weintraub deixou o Brasil e está nos Estados Unidos. Demitido do MEC (Ministério da Educação) na quinta-feira (18), ele foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste sábado (20) após chegar a Miami.
De acordo com a assessoria de imprensa do MEC, Weintraub viajou ainda nesta sexta-feira (19) e já se encontrava nos EUA na manhã deste sábado. O ex-ministro embarcou antes de ser oficializada sua demissão.
Bolsonaro assinou a exoneração em edição extra do DOU (Diário Oficial da União). Segundo o decreto do presidente, Weintraub deixou a pasta "a pedido". Oficialmente não foi definido o sucessor.
Weintraub deixou o país no mesmo dia em que o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de apreensão de seu passaporte para evitar que ele saísse do Brasil.
Ministros de Estado têm direito a passaporte diplomático, e Weintraub foi beneficiado com o documento em julho de 2019, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores. Não há informação oficial se ele fez uso desse passaporte e se viajou com a família.
Alvo do inquérito das fake news, que tramita no STF, Weintraub também é investigado na corte por racismo, por ter publicado um comentário sobre a China.
Integrantes do Judiciário já diziam, nos bastidores, acreditar que Weintraub poderia ser preso, o que vinha preocupando o ministro.
Em mensagem publicada no Twitter neste sábado, a localização de Weintraub aparece em Miami. "As coisas aconteceram muito rapidamente", escreveu o ministro em resposta a um seguidor.
O irmão do ministro, Arthur Weintraub (assessor especial da Presidência), também fez publicação nas redes sociais em que afirma que Abraham está fora do país.
"Obrigado a todos pelas orações e apoio. Meu irmão está nos EUA", escreveu o irmão.
Ao anunciar a saída do MEC, ao lado de Bolsonaro, Weintraub disse que sairia do país para assumir uma posição no Banco Mundial. A indicação para a vaga, entretanto, ainda não foi efetivada.
Weintraub tem dito que ele e a família sofrem ameaças. "Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias)", escreveu o ministro nesta sexta-feira.
Bolsonaro demitiu Weintraub após desgaste com o STF. Weintraub defendeu a prisão dos ministros da corte em reunião ministerial de 22 de abril e depois reafirmou o posicionamento em encontro com manifestantes favoráveis ao governo.
A Folha apurou que Weintraub já tinha, por volta das 19h, reserva para um voo comercial, das 23h30, do aeroporto de Guarulhos (SP) para Miami.
Dessa forma, o ainda ministro teria voado de Brasília para São Paulo entre o fim da tarde e início da noite. A agenda oficial de Weintraub no MEC previa agendas até as 18h30, mas compromissos a partir das 15h constam neste sábado como cancelados.
O governo não definiu o substituto de Weintraub no MEC. O secretário-executivo da pasta, Antonio Vogel, é visto como substituto natural como ministro interino.
Apesar de enfrentar resitência da ala ideológica, Vogel ficará à frente do ministério enquanto não se define o nome definitivo.
COPIADO https://www1.folha.uol.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário