quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013 14:10 BRT
Moscou tem um relacionamento historicamente instável com Pequim, incluindo um breve conflito em 1960 sobre uma pequena ilha fluvial, mas recentemente o maior produtor mundial de energia e seu maior consumidor têm cada vez mais compartilhado visões semelhantes sobre questões globais, como a Síria.
A Gazprom disse que havia concordado em assinar um acordo com a China National Petroleum Corp (CNPC) até o final do ano para o fornecimento de gás. A Rosneft, confirmou uma autoridade sênior, está em negociações com a China para obter um grande empréstimo, o qual pode ser assegurado por um aumento nas ofertas de petróleo.
Putin, que supervisiona de perto os grandes negócios de energia da Rússia, disse às principais estatais de energia do país para se voltarem para o Oriente, com a Europa buscando cada vez mais se livrar da dependência energética que tem com seu ex-inimigo na Guerra Fria.
As exportações de gás da Gazprom para o oeste europeu e Turquia caíram em 7 por cento no ano passado, para 139 bilhões de metros cúbicos (bmc), com a crise econômica da zona do euro enfraquecendo a demanda.
A Rússia, principal produtor mundial de petróleo, bombeia 300 mil barris de petróleo por dia para China via oleoduto. Mas Moscou não tem conseguido assegurar um acordo para enviar gás via gasoduto para Pequim devido, principalmente, às diferenças de preços e rotas.
Nesta quarta-feira, a Gazprom, maior produtora de gás do mundo, fixou um novo prazo para a conclusão das negociações --o final deste ano.
"A Gazprom e a CNPC concordaram em intensificar as conversas sobre o fornecimento de gás natural russo através de uma rota oriental, com o objetivo de assinar um contrato de compra e venda até o final de 2013", disse a Gazprom.
A China está tentando garantir mais fontes de gás, incluindo o Turcomenistão, uma vez que sua demanda deve quadruplicar até 2030.
A Gazprom havia dito anteriormente que a oferta da Rússia poderia ser dividida, com 30 bmc por ano provenientes de seus campos existentes na Sibéria ocidental, e mais 38 bmc por ano de seus campos no extremo oriente.
A rota oriental proposta incluiria o transporte de gás via um duto pela costa do Pacífico e envio de gás natural liquefeito por petroleiros. A Gazprom planeja lançar uma planta de liquefação de gás próxima a Vladivostok em 2018 com uma produção inicial de GNL de 10 a 20 milhões de toneladas (até 27 bmc) por ano.
A empresa russa disse que havia discutido o projeto de GNL de Vladivostok com a CNPC, sem dar mais explicações.
(Reportagem de Vladimir Soldatkin)
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