Afetadas pela pandemia, Aerolíneas Argentinas e Austral anunciam fusão
AFP/Arquivos / KAREN BLEIER(ARQUIVO)As companhias aéreas, sobrecarregadas pela crise de saúde do coronavírus e sem nenhuma perspectiva de recuperação por vários meses, ou talvez anos, estão cortando milhares de empregos, afetando todo o setor aeronáutico.
A principal companhia aérea da Argentina, a Aerolíneas Argentinas, e sua subsidiária Austral anunciaram nesta terça-feira o início de um processo de fusão para reduzir custos no contexto do forte impacto que a pandemia de COVID-19 tem no setor de aeronaves comerciais.
"Hoje [terça-feira], através de uma carta endereçada aos trabalhadores de ambas as empresas, o presidente do grupo empresarial, Pablo Ceriani, anunciou a fusão da Aerolíneas Argentinas e Austral", relata comunicado divulgado em seu site.
O processo começará quando a assembleia de acionistas puder se reunir e deve terminar antes de 2021.
Privatizada em 1990 e de volta ao Estado em 2008, a Aerolíneas Argentinas é a maior companhia aérea do país da América do Sul, com 80 aeronaves.
Na rede do Twitter, Ceriani explicou que "a crise mundial da saúde no Covid-19 teve um impacto total na indústria aerocomercial".
A fusão busca reduzir a infraestrutura, uma vez que ambas as companhias aéreas têm sua própria área de manutenção para atender suas respectivas aeronaves.
Além disso, cada empresa tem seus pilotos, tripulação de cabine e pessoal de terra "duplicando estruturas organizacionais", de acordo com a carta aos funcionários.
A reorganização da empresa pode significar uma economia de até US$ 100 milhões, segundo a imprensa argentina.
A fusão também permitirá a criação de uma nova unidade de negócios para fornecer manutenção de aeronaves a outras empresas, bem como a uma unidade de negócios de carga.
Setor aeronáutico diz que precisará de € 1 trilhão para se reerguer
AFP / Ben STANSALLUm avião de passageiros Airbus A747 é movido por um trator de aviões no aeroporto de Heathrow, ao oeste de Londres, em 2 de abril de 2020
O setor aeronáutico estima em mais de 1 bilhão de euros suas necessidades para se superar da crise causada pelo coronavírus - disse o presidente do grupo de indústrias aeronáuticas e espaciais (Gifas), Eric Trappie, nesta terça-feira (5).
A cadeia de fornecedores "é muito afetada, porque trabalha principalmente com a Airbus, Safran, ou Boeing, e sofre diretamente" com as reduções nas taxas de produção de aeronaves, resultado do colapso do tráfego aéreo e das dificuldades das companhias aéreas, disse Trappier durante uma videoconferência.
"Todas as pequenas e médias empresas são afetadas. Várias dezenas delas estão com grandes dificuldades", afirmou o presidente da Gifas, que reúne 400 empresas do setor e representa quase 200.000 empregos na França.
Para lidar com uma crise que deve durar, "serão necessárias soluções de recapitalização para sobreviver", acrescentou, declarando-se a favor de amplas fontes de financiamento.
"A necessidade não foi totalmente identificada (...), mas a unidade de medida é superior a 1 bilhão. Serão 1, 2 ou 3 bilhões? Não sei", completou Trappier, que também é CEO do grupo francês Dassault Aviation.
Na segunda-feira, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, mencionou a análise de um programa de apoio aos setores aeronáutico e automotivo.
O setor de transporte aéreo prometeu dividir suas emissões de CO2 em duas até 2050 em comparação a 2005. Portanto, os esforços de pesquisa e investimento a esse respeito, que geralmente são os primeiros afetados pela crise, serão preservados.
"É fundamental manter a capacidade de desenvolver novos aviões, desenvolver novas tecnologias para conseguir aviões cada vez mais ecológicos", comentou Trappier.
copiado https://www.afp.com/pt/noticia/3
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