Israel bloqueia impostos em represália a palestinos

  • 02/12/2012 - 19:47

    Israel bloqueia impostos em represália a palestinos


    JERUSALEM (AFP)
    O governo de Israel anunciou neste domingo o bloqueio provisório da transferência de impostos recolhidos em nome da Autoridade Palestina nos territórios ocupados, como resposta à conquista palestina na ONU, o que os palestinos denunciam como "ilegal".
    O ministro das Finanças, Yuval Steinitz, anunciou o bloqueio de 460 milhões de shekels (cerca de 92 milhões de euros), que deveriam ser transferidos no início de dezembro.
    "Dissemos desde o início que a melhoria do status da Palestina na ONU não ocorreria sem uma reação de Israel", disse Steinitz, de acordo com a rádio pública.
    A Palestina conquistou na quinta-feira o status de Estados observador não-membro na ONU.
    "Eu não tenho a intenção de transferir os impostos devidos à Autoridade Palestina neste mês. Eles serão usados para pagar as dívidas da Autoridade Palestina à companhia de eletricidade nacional israelense", acrescentou .
    Uma porta-voz do ministério das Finanças indicou que os palestinos devem mais de 800 milhões de shekels (160 milhões de euros) para a companhia de eletricidade, e que a suspensão, referente aos impostos cobrados em novembro, será aplicada para o pagamento da dívida.
    Questionado pela AFP, a porta-voz do governo palestino, Nour Odeh, considerou a decisão israelense "ilegal", ressaltando que é "um dinheiro palestino, que ninguém mais pode dispor".
    Ao dar início ao Conselho de Ministros israelenses, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirmou os planos de construir 3.000 novas habitações nos assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, em retaliação à conquista palestina na ONU.
    "A resposta ao ataque contra o sionismo e contra o Estado de Israel deve nos levar ao aumento e aceleração da implementação dos planos de construção em todas as áreas onde o governo decidiu construir", disse Netanyahu.
    "Hoje, nós construímos e continuaremos a construir em Jerusalém e em todos os lugares que estão listados no mapa dos interesses estratégicos do Estado de Israel", ressaltou.
    As construções planejadas na zona E1, entre Jerusalém e Maalé Adumim, são particularmente polêmicas, pois Israel havia se comprometido com os Estados Unidos a não construir no local. A anexação proposta de Maalé Adumim aos bairros de Jerusalém Oriental cortaria a Cisjordânia em dois e, consequentemente, comprometeria a viabilidade de um futuro Estado palestino.
    O anúncio das construções provocou uma onda de críticas na imprensa israelense no domingo.
    "Os Estados Unidos eram praticamente os únicos na defesa da causa de Israel nas Nações Unidas. Israel os recompensa com um tapa sonoro na cara", observou o jornal Haaretz (esquerda).
    Mesmo o jornal Maariv, de direita, se distanciou da decisão do governo.
    "Quinta-feira passada, Abu Mazen (apelido do presidente palestino, Mahmoud Abbas) fez um discurso de ódio que foi um tapa na cara de todos aqueles que o apoiaram", disse o colunista Ben-Dror Yemini.
    Mas acrescentou: "Agora, o governo de Israel inverteu a situação com sua decisão de construir milhares de casas em uma área altamente polêmica para mostrar ao mundo que não é Abu Mazen que cospe na cara, mas sim Israel" .  COPIADO http://www.afp.com

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