Kuwaitianos votam nas legislativas boicotadas pela oposição

  • 01/12/2012 - 19:59

    Kuwaitianos votam nas legislativas boicotadas pela oposição


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    CIDADE DO KUWAIT (AFP)
    Os kuwaitianos votam neste sábado nas eleições legislativas boicotadas pela oposição, que acusa o poder deste emirado do Golfo rico em petróleo de criar um Parlamento segundo seus interesses.
    O comparecimento às urnas era baixo nas áreas de maioria tribal e maior nas regiões xiitas, contaram testemunhas e um jornalista da AFP.
    Os chefes de várias tribos beduínas pediram o boicote, al igual que os dirigentes da oposição islamita, nacionalista e liberal, que impunham una emenda à lei eleitoral.
    A única incógnita dessas eleições, as segundas em dez meses, é a taxa de participação. A oposição conta com um índice de abstenção de 70% e os candidatos pró-governo esperam mobilizar mais de 50% dos eleitores.
    Alguns opositores denunciaram fraudes, como a entrega de duas cédulas, em vez de uma, a alguns eleitores.
    O ministro de Informação, xeique Mohamed Abdallah Al Sabaj, reiterou que a comissão nacional eleitoral é a única autoridade capacitada para anunciar os resultados e lembrou que as eleições estão sendo supervisionadas por observadores kuwaitianos e internacionais.
    "O povo kuwaitiano conseguiu dificultar estas eleições", disse em sua conta do Twitter um chefe da oposição, Musallam al Barrak.
    Pela manhã, o posto de votação de Salwa, em uma área tribal ao sul da capital, estava praticamente deserta.
    "O governo e o emir nos dão bons salários, serviços públicos quase gratuitos, ajudas para as habitações, por que boicotaria?", questionou Mahmud Abdedin, um funcionário de 47 anos.
    Crises políticas recorrentes
    Os kuwaitianos votam neste sábado nas eleições legislativas boicotadas pela oposição, que acusa o poder deste emirado do Golfo rico em petróleo de criar um Parlamento segundo seus interesses.
    O comparecimento às urnas era maior em Rumeithiya, onde predominam os xiitas, já que esta comunidade não se declarou favorável ao boicote.
    "Não apoio completamente o governo, mas sou a favor do novo sistema eleitoral", declarou a governanta Fatma Ahmad, depois de ter depositado sua cédula na urna.
    A polêmica lei eleitoral prevê que cada eleitor escolha um único candidato (antes era possível optar por até quatro). Cada uma das cinco circunscrições do emirado escolhe 10 deputados.
    A oposição, que dispunha de 36 das 50 cadeiras da Câmara dissolvida em junho, não apresentou candidatos às novas eleições por considerar que a emenda eleitoral favorece a compra de votos e permitirá ao poder escolher uma assembleia a seu favor.
    Cerca de 422.000 eleitores estavam convocados a votar. Os primeiros resultados serão anunciados à noite.
    Estas eleições são as quintas desde meados de 2006 no país, a primeira monarquia do Golfo a adotar um Parlamento eleito em 1962 e atingida por crises políticas recorrentes. Durante esse período, houve nove governos.
    A oposição pede reformas democráticas para reduzir a influência da família reinante no funcionamento do Estado. Também quer um governo vindo da maioria parlamentar e uma luta contra a corrupção, mas não contesta o reino da dinastia dos Al Sabaj, no poder há mais de 250 anos.
    Os problemas políticos dificultaram o desenvolvimento do emirado, que possui mais de 400 bilhões de dólares em reservas de divisas devido às receitas petrolíferas.
     COPIADO  http://www.afp.com/pt

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