Trabalhadores do metro de São Paulo em "greve ilimitada"
- Polícia usou "estratégia do medo" contra protestos
- Sem Teto ameaça "radicalizar" protestos durante Mundial
A uma semana do Mundial
Trabalhadores do metro de São Paulo em "greve ilimitada"
por AFP traduzido por Mariana PereiraMetro de São Paulo passa por um 'grafitti' referente ao Mundial 2014 Fotografia © REUTERS/Nacho DoceOs trabalhadores do metro de São Paulo começaram hoje à meia-noite uma "greve ilimitada", pondo as autoridades sob forte pressão a uma semana do começo do Mundial na capital económica brasileira, de onde partiram os protestos que, em junho de 2013, alastraram a todo o país.A greve dos trabalhadores do metro de São Paulo, resultado dos fracassos das negociações salariais, vai afetar 4,5 milhões de utentes nesta megalópole de 20 milhões de habitantes.O metro constitui a principal forma de acesso à Arena Corinthians, o luxuoso estádio para onde estão programadas a cerimónia inaugural antes do jogo de abertura Brasil-Croácia a 12 de junho e outros cinco dos 64 encontros do Mundial.
Ontem, cerca de quatro mil militantes do Movimento sem Teto e 400 membros da polícia militar manifestaram-se separadamente perto do estádio, onde bloquearam uma das principais avenidas de São Paulo.
O sindicato dos dez mil trabalhadores do metro de São Paulo considerou insuficiente a oferta de reajustamento salarial anual de 7,8% proposto pelo governo do estado de São Paulo. Os trabalhadores reclamam um aumento de 16,5%.
"É o mundo real. A inflação do preço dos alimentos e a inflação geral são muito mais elevados" do que a proposta das autoridades, disse o presidente do sindicato dos trabalhadores, Melo Prazeres Junior.
A greve dos trabalhadores do metro e as manifestações de quarta-feira em São Paulo são sintomáticos do que mudou um ano depois da contestação nas ruas. "É radicalmente diferente das manifestações de 2013 que foram expressão do mal-estar que existia no país. As pessoas saíam espontaneamente para as ruas", analisa o sociólogo da Universidade de Estado do Rio de Janeiro, José Augusto Rodrigues. "O mal-estar permanece. Mas são os partidos e os sindicatos que tomam lugar. A classe média tem medo da violência dos radicais" e da repressão policial, explica Rodrigues.
Nos protestos de 2013 contra o mal-estar no país e os gigantes investimentos para o Mundial 2014, lia-se num emblemático cartaz: "Quando o seu filho adoecer, leve-o ao estádio de futebol."
COPIADO http://www.dn.pt/
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