Amnistia Internacional Polícia usou "estratégia do medo" contra protestos Trabalhadores do metro de São Paulo em "greve ilimitada"


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Polícia usou "estratégia do medo" contra protestos


A resposta da polícia brasileira à onda de protestos que começou em junho de 2013 foi, muitas vezes, "violenta e abusiva" e incluiu a "estratégia do medo", concluiu uma investigação da Amnistia Internacional.
  • Trabalhadores do metro de São Paulo em "greve ilimitada"

    por Texto da Lusa, publicado por Lina Santos

    A resposta da polícia brasileira à onda de protestos que começou em junho de 2013 foi, muitas vezes, "violenta e abusiva" e incluiu a "estratégia do medo", concluiu uma investigação da Amnistia Internacional.
    A entidade, que possui mais de três milhões de membros e ativistas em 150 países, realçou que os agentes se utilizaram de bombas de gás lacrimogéneo e balas de borracha "indiscriminadamente" contra os manifestantes, e iniciou uma campanha para defender o direito de protesto e a liberdade de expressão no Brasil, a que chamou "Mostre-lhes o cartão amarelo!".
    O relatório também sustenta que, durante os protestos, muitas pessoas foram abordadas e detidas, algumas delas sob acusação de crime organizado sem existirem provas ou indícios de que estivessem envolvidas em alguma ilegalidade.
    Outras, diz o documento, não tiveram acesso a um advogado.
    A Amnistia Internacional revelou ter entrevistado manifestantes, advogados, jornalistas e ativistas dos direitos humanos, além de ter consultado documentos, áudios e vídeos dos protestos.
    Entre os depoimentos que fazem parte da investigação está o do fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, 32 anos, que perdeu um olho após ser atingido por uma bala de borracha, em São Paulo, em 13 de junho de 2013.
    Foram também entrevistadas testemunhas agredidas pela polícia, entre os quais um estudante de 27 anos que ficou ferido na face e perdeu quatro dentes depois de agredido por agentes, e manifestantes presos arbitrariamente por atos como carregar bandeiras, tinta ou vinagre (usado par combater o efeito do gás lacrimogéneo).
    "Eu estava orgulhoso por participar nos protestos, mas quando fui preso, acabou para mim. Eles usaram uma estratégia de medo e eu não quero voltar a passar por isso. Eu tenho ataques de ansiedade e não consigo encontrar trabalho: os empregadores perguntam pelos registos criminais", afirmou o artista de graffiti Humberto Caporalli, de 24 anos, que foi integrado na Lei de Segurança Nacional Brasileira.
    A Amnistia Internacional atribui os excessos da polícia brasileira a um treino inadequado e a uma falta de esforço para registar a violência cometida por agentes, e defende a regulação de utilização de armas não letais.
    Por outro lado, acrescentou, as forças militares que irão estar encarregues da segurança das cidades do Mundial de Futebol devem seguir os mesmos padrões legais das polícias regulares, e recorrer a meios não-violentos antes de utilizarem a força.
    A investigação também lembra que alguns membros do poder Legislativo brasileiro estão a apoiar um endurecimento das leis, para dar à polícia mais poder para conter os protestos, e que há um novo projeto de lei, a aguardar votação, que diminuiria o direito ao protesto através de uma ampla definição de terrorismo.
     Segundo a Amnistia internacional, a grande maioria dos manifestantes tomaram as ruas pacificamente e, para os casos de violência de grupos e indivíduos, o Brasil já possui uma série de ferramentas legais de punição.

    COPIADO  http://www.dn.pt/

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