Tusk critica uso da crise migratória para 'enfraquecer Europa'

  • 03/10/2015 - 01:10

    Tusk critica uso da crise migratória para 'enfraquecer Europa'



    O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, participa de coletiva de imprensa, em Bruxelas, no dia 23 de setembro de 2015
    O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta sexta-feira que alguns dirigentes estão usando a atual crise migratória para enfraquecer politicamente a União Europeia.
    "Pela primeira vez desde que faço política, ouvi políticos declararem abertamente que os refugiados que se dirigem para a Europa são seu método para impor a ela certos comportamentos", afirmou Tusk em um fórum europeu em Sopot, na costa polonesa do mar Báltico.
    "Alguns dizem que é seu método para enfraquecer a Europa enquanto organismo político", acrescentou o presidente do Conselho Europeu, sem citar nomes.
    Também criticou "as soluções militares propostas por certos Estados na Síria", as quais, segundo ele, correm o risco de "forçar os oito milhões de sírios deslocados no interior de seu país a abandonar sua pátria".
    Nesse sentido, Dusk mencionou "o envolvimento militar da Rússia, o envolvimento militar e político do Irã e o envolvimento cada vez mais claramente colocado da China".
    "Os refugiados se transformaram em um elemento de confrontação política e, às vezes, nas mãos e no espírito de alguns políticos, em um elemento de troca e mesmo em um novo elemento da guerra híbrida, da qual vimos os primeiros sinais na Crimeia e em Donbass (leste da Ucrânia)", completou Tusk.
    "E não estou falando apenas da Rússia", frisou.
    O termo "guerra híbrida" foi usado para descrever o conflito armado no leste da Ucrânia, no qual Kiev e as potências ocidentais acusam a Rússia de apoiar os rebeldes de maneira alternativa, com militares sem pertencimento declarado a um Exército, operações de forças especiais, propaganda e manobras militares nas fronteiras.
    Tusk reafirmou a vocação da UE de acolher os refugiados que fogem de guerras em seus países de origem e advertiu contra o ressurgimento de "muros" dentro da Zona Schengen de livre circulação.
     copiado  http://www.afp.com/pt

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