O brincar como possibilidade de expressão da imaginação e da criatividade
País - Sociedade Aberta
Os estudos desenvolvidos por diferentes áreas do conhecimento, a partir da ideia de uma criança ativa, competente e capaz, também trazem contribuições sobre a importância do brincar como forma de a criança atuar no mundo e compreendê-lo, produzindo as culturas infantis. Assim a criança, sujeito histórico e social, nasce imersa em uma cultura, e é na brincadeira que ela vivencia experiências, desenvolve sua consciência, recria e propõe novos desafios sobre situações que vão surgindo no contexto infantil.
Assim, reconhecidamente, o brincar é a forma mais peculiar de a criança conhecer a si própria, o outro e o mundo, expressar seus sentimentos, emoções e desejos.
Nas diferentes formas de brincar a criança vivencia aspectos do seu cotidiano, possibilitando o conhecimento, a investigação, soluções de problemas que ajudam no desenvolvimento da memória, atenção, concentração, imaginação, motricidade além da cultura infantil. O faz-de-conta permite à criança experimentar possibilidades, assumir papéis, expressar seus pensamentos, formular hipóteses. A liberdade de criar, imaginar permite a capacidade de a criança ir além e se auto-organizar, transformando os objetos por meio da fantasia, imaginação e criatividade — uma caixa se transforma em um carro, avião, cozinha, entre outros. Descobre funções alternativas para os objetos, e as brincadeiras vão tendo formas e cores variáveis a cada criança que se interage.
A educação infantil tem um papel importante como espaço de circulação e de produção das culturas infantis — favorece o brincar como atividade principal da criança, e nesse sentido o adulto tem um papel importante na medida em que organiza os ambientes, oferece os objetos, propõe novas experiências, ajuda na construção de hipóteses e estimula a imaginação das crianças. É importante também que os adultos resgatem sua capacidade de brincar, tornando-se, assim, mais disponíveis para as crianças enquanto incentivadores e parceiros de suas brincadeiras.
É preciso oportunizar diversos momentos lúdicos, aproveitar os espaços diferenciados como praças e parques com momentos amplos e livres, garantir espaço-tempo nos ambientes domésticos, educacionais, públicos e privados para que o brincar proporcione à criança diferentes níveis de vivência de forma espontânea desenvolvendo suas competências individuais quanto grupais..
Precisamos estar muito atentos para não reduzir o tempo do brincar em troca de outras atividades que podem sobrecarregar a criança e a deixar cansada e sem vitalidade para aprender aquilo que realmente é importante para sua vida.
* Carla Soares Mota, pedagoga, é coordenadora pedagógica do Centro Social Marista Robru, do Grupo Marista. COPIADO http://www.jb.com.br
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