Netanyahu em plena campanha eleitoral insiste em projetos de colonização

04/12/2012 - 15:09

Netanyahu em plena campanha eleitoral insiste em projetos de colonização


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JERUSALEM (AFP)
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mantém seus projetos de assentamentos e explora as críticas internacionais como argumento eleitoral contra a oposição, acusada de fazer o jogo do exterior, a poucas semanas das eleições legislativas.
No plano diplomático, Netanyahu deve tentar atenuar as tensões provocadas por sua política durante uma visita a Berlim, onde se encontrará com a chanceler alemã, Angela Merkel.
A Alemanha, considerada a potência europeia mais próxima de Israel, se absteve de votar na quinta-feira, na Assembleia Geral da ONU, sobre o status de Estado observador não-membro da Palestina. Apenas nove países votaram contra.
Israel reagiu à conquista palestina anunciando a construção de 3.000 novas habitações em assentamentos em Jerusalém e na Cisjordânia, e o planejamento de outras 1.600.
A abstenção da Alemanha tem sido interpretada como um sério revés para Netanyahu. Especialmente depois que os embaixadores israelenses em vários países europeus, incluindo a França e a Grã-Bretanha, foram convocados na segunda-feira para esclarecer os projetos de colonização. Washington também exortou Netanyahu a abandonar esses planos.
Internamente, o isolamento diplomático de Israel tornou-se o centro da campanha, até então ocupado pelas questões sociais.
"Foi a esquerda israelense que provocou críticas internacionais", afirmou nesta terça-feira o ministro do Meio Ambiente à rádio pública, Gilad Erdan. Ele descreveu como "provocador nacional" o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, que denunciou o renascimento da colonização.
"A esquerda agita a pressão estrangeira", foi o título de um editorial do jornal Israel Hayom, próximo do primeiro-ministro.
"Que Israel se torne Estado pária"
Em resposta, Tzipi Livni, ex-chanceler (2006-2009), que acaba de criar um novo partido de centro, acusou a coalizão de governo de se aproveitar de "uma campanha de provocação para apresentar todos aqueles que criticam o governo como colaboradores do inimigo".
De acordo com vários analistas, pessoas próximas a Netanyahu supeitam que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obamam, e líderes dos países europeus desejem enfraquecer Benjamin Netanyahu nas próximas eleições.
O jornal Yediot Aharonot citou uma fonte do ministério das Relações Exteriores que acusou os países europeus de "uma interferência grosseira" nas eleições.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mantém seus projetos de assentamentos e explora as críticas internacionais como argumento eleitoral contra a oposição, acusada de fazer o jogo do exterior, a poucas semanas das eleições legislativas.
"Eles lançam uma mensagem de que aqueles que optam por votar em Netanyahu votam para que Israel se torne um Estado pária", afirmou o funcionário, dizendo que tal ataque é inimaginável "sem uma coordenação e aprovação da administração de Barack Obama" .
Confrontado com estas críticas, a margem de manobra de "Bibi" Netanyahu é limitada.
Um analista político da rádio pública ressaltou que agora o primeiro-ministro não pode voltar atrás e renunciar publicamente esses projetos, com a aproximação das eleições de 22 de janeiro.
"Ele não tem voz para ganhar o centro, ele pode vencer unicamente com a direita", isto é, entre as formações ultranacionalistas favoráveis à colonização acelerada, constatou o comentarista.
As pesquisas, no entanto, indicam uma vitória com ampla vantagem para a direita de Netanyahu contra uma oposição centrista e de esquerda muito divididas.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Danny Ayalon, minimizou o impacto da crise diplomática. "Este não é o fim do mundo", disse Ayalon, membro do partido ultra-nacionalista Israel Beiteinu, que formou uma aliança eleitoral com o Likud. "Defender a segurança de Israel é mais importante do que relações públicas diplomáticas".  COPIADO  http://www.afp.com/pt

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