Manuel José diz que ataque em Port Said foi orquestrado

Chegou hoje a Portugal

 

por Dn.ptHoje
Manuel José e o seu adjunto, Pedro Barny, hoje à chegada ao aeroporto Sá Carneiro.
Manuel José e o seu adjunto, Pedro Barny, hoje à chegada ao aeroporto Sá Carneiro. Fotografia © Ivan Del Val/Global Imagens
O treinador português do Al-Ahly chegou hoje de manhã a Portugal, mas diz que já tem marcado voo de regresso ao Egito para dia 16. Para Manuel José, o ataque ocorrido no estádio em Port Said, que resultou na morte de 74 pessoas, tratou-se de uma orquestração.
Pouco passava das 11:00 quando Manuel José chegou ao aeroporto Sá Carneiro. Com ele vinham a mulher e os seus adjuntos. O destino da comitiva era a cidade de Espinho, onde ficar a casa do treinador.
As suas primeiras palavras foram para todos aqueles que o apoiaram nos últimos dias. "Queria pedir desculpa a todos. Recebi muitas mensagens, muitos telefonenas, mas não respondi a ninguém. Não estava em condições. Estava muito chocado".
"Ontem estivemos no clube a receber as condolências dos adeptos. O Pedro Barny [adjunto de Manuel José] ficou lá três horas com eles", contou o português.
Na opinião de Manuel José, os incidentes do início desta semana em Port Said foram uma orquestração, e não consequência de rivalidades desportivas. "Não temos provas de que aquilo foi organizado, mas que parece, parece. Os atacantes tinha dísticos em inglês, o que é estranho num país árabe. Os dísticos tinham umas letras verdes, para se verem bem, e diziam 'vocês vão morrer hoje'. Aquilo era para a imprensa internacional ver".
"Aquilo não teve nada a ver com rivalidade entre os clubes. Em sete anos que tenho de Egito nunca houve rivalidade entre os dois clubes [Al-Ahly e Al-Masry]. Na altura disse ao meu adjunto egípcio, 'Yousef, este jogo não che ao fim'".
O comportamento das forças policiais que estavam no estádio levantam também suspeitas a Manuel José. "O que é incrível é que havia um apronto policial, e eles entraram, fizeram aquilo e depois desapareceram todos. Os polícias estavam sentados de costas para o jogo e não fizeram nada".
Recordando o jogo entre a sua equipa e o Al-Masry, que venceu por 3-1, o treinador português é peremptório: "O árbitro deveria ter suspenso o jogo ao intervalo". "Ao início foram foguetes atirados para o nosso banco técnico. E ninguém mexeu um dedo para nada. É um momento triste. Eu fiquei sozinho no meio daqueles milhares de pessoas. Na nossa cabina havia muita gente ferida, morreram lá quatro pessoas."
Mas os incidentes de Port Said não fazem Manuel José perdeu o seu afeto pelo Egito, bem pelo contrário. "Tenho uma relação estranha com o povo egípcio, as pessoas gostam de mim. Penso que é isso que me permite estar aqui hoje, depois de ter ficado lá sozinho no meio do relvado".
De tal forma que o seu regresso ao Egito já está marcado para dia 16. "Vou voltar para o Al-Ahly. Tenho uma relação forte com o clube e com o povo egípcio. É um povo calmo, tranquilo, simpático. Não consultei a família. A minha mulher não fugiu. Quando foi da revolução também ficamos lá".
Esta vontade de regressar ao trabalho não se estende, porém, a alguns membros da sua equipa. "Tenho alguns jogadores que estão profundamente magoados. O Barakat, por exemplo, diz que não volta a jogar. Vamos deixar acalmar as coisas e quando voltarmos depois vemos. (...) O futebol deve continuar como homenagem às pessoas que morreram. Eles foram lá para nos apoiar, temos de honrar essa paixão e tornar o clube ainda maior".
Sobre os confrontos que têm ocorrido desde os incidentes em Port Said no Cairo e noutras cidades do Egito, Manuel José diz que "o futebol está a ser usado."Há assaltos a bancos e na rua quando nunca os houve". 
COPIADO : http://www.dn.pt/

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