Relatório da NATO aponta para laços entre talibãs e Islamabad

O grupo extremista islâmico talibã no Afeganistão está a ser ajudado por forças de segurança do Paquistão, apontou um relatório secreto da NATO, segundo a rede britânica BBC e o jornal The Times.

De acordo com as fontes, o relatório foi produzido com base em informações obtidas com insurretos detidos e foi entregue aos comandantes da NATO no Afeganistão no mês passado.
O documento afirma que os talibãs continuam fortes e possui grande apoio entre o povo afegão.
Um funcionário da aliança disse que os presos continuam ainda a ter confiança em que voltarão ao poder no país, depois de a coaligação liderada pelos Estados Unidos retirar as suas tropas em 2014.
O governo do Paquistão rebateu as conclusões do relatório secreto, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros classificando as acusações de «ridículas».
«Desenvolvemos uma política de não interferência no Afeganistão e esperamos que os outros países respeitem estritamente este princípio», declarou o porta-voz do ministério, Abdul Basit. «O nosso interesse está em ter um Afeganistão estável e em paz. Não podemos apoiar uma atividade que nos leve para longe desse objetivo», acrescentou.
O relatório foi feito com base em material recolhido durante 27 mil entrevistas e interrogatórios com mais de 4.000 pessoas capturadas por envolvimento com os talibãs, a rede terrorista Al Qaeda e outras milícias e organizações terroristas internacionais.
De acordo com a BBC, o documento expõe pela primeira vez as relações entre o grupo extremista e o ISI, o serviço de inteligência do Paquistão --que, inclusivamente, saberia onde residem os principais líderes talibãs. Alguns deles moram mesmo nos arredores da sede do órgão em Islamabad.
Um ex-membro da Al Qaeda é citado dizendo que «o Paquistão sabe tudo. Eles controlam tudo. Não posso subir a uma árvore em Kunar sem que eles observem». E continua: «Os talibãs não são o Islãs. Os talibãs são Islamabad».
Após a reação do governo paquistanês, a Força da NATO no Afeganistão (Isaf) minimizou o relatório e afirmou que o documento é apenas uma «compilação de comentários a partir do qual não se devem tirar conclusões» precipitadas.
Mesmo com a estratégia da NATO em garantir a segurança do país com as forças afegãs, o relatório levanta suspeitas de que há uma grande colaboração entre insurretos e o Exército e a polícia do Afeganistão.
«Há muito tempo que estamos preocupados em relação aos laços entre elementos do serviço de inteligência do Paquistão e algumas redes sociais de extremistas», afirmou o porta-voz do Pentágono, o capitão John Kirby, acrescentando que o Departamento de Defesa norte-americano ainda não viu o relatório.
O documento aponta um aprofundamento do apoio da população do país aos talibãs, e mostra a sua influência a crescer, enquanto a da Al Qaeda diminui.
Os taleibãs já recuperou o controlo sobre grande parte do território afegão e desfruta do apoio de muitos afegãos revoltados com as mortes de civis provocadas por tropas norte-americanas e ocidentais.
COPIADO : http://diariodigital.sapo.pt/

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