Demissão no Governo irlandês suspende moção de censura Vice-primeira-ministra sai após revelações que desmentem as suas declarações sobre um inquérito a más práticas na polícia

Demissão no Governo irlandês suspende moção de censura

Vice-primeira-ministra sai após revelações que desmentem as suas declarações sobre um inquérito a más práticas na polícia.
Frances Fitzgeral foi ministra da Justiça entre 2014 e 2016 REUTERS/CLODAGH KILCOYNE
A vice-primeira-ministra da Irlanda, Frances Fitzgerald, anunciou a sua demissão, um passo que anula uma moção de censura ao Governo marcada para esta terça-feira. A saída de Fitzgerald estava a ser exigida pela oposição, e até mesmo no interior do Governo, após novas revelações sobre o inquérito à actuação da polícia irlandesa.
Frances Fitzgerald está a ser acusada pela oposição de ter mentido quando disse que nada sabia sobre a estratégia de defesa da comissária da polícia da Irlanda, Nóirín O'Sullivan, no âmbito de um relatório sobre más práticas e corrupção na polícia. A comissária – que apresentou a demissão em Setembro mas que continua em funções – terá tentado fragilizar a imagem do homem que denunciou essas más práticas, o ex-sargento Maurice McCabe.
Respondendo pelo tempo em que foi ministra da Justiça, entre 2014 e 2016, Frances Fitzgerald tinha garantido que nunca teve conhecimento dessa estratégia da comissária, mas nos últimos dias foram revelados três e-mails, enviados naquela época, que sugerem o contrário.
Em causa está um inquérito sobre más práticas e corrupção na polícia da Irlanda, aberto após denúncias internas de Maurice McCabe em 2008. É o tratamento que foi dado ao longo dos últimos anos a essas denúncias – e ao sargento McCabe – que provocou agora uma crise no Governo: Frances Fitzgerald, a comissária Nóirín O'Sullivan e outros implicados dizem que sempre trataram as denúncias com a máxima atenção e o sargento McCabe com o máximo respeito, mas há indícios de que houve várias tentativas para descredibilizar o responsável pelas denúncias.
A demissão da vice-primeira-ministra foi anunciada horas antes da votação de uma moção de censura no Dáil (a câmara baixa do Parlamento irlandês) convocada pelo Fianna Fáil (republicanos de centro-direita). Uma outra moção de censura, pelo mesmo motivo, foi agendada pelo Sinn Féin (republicanos de centro-esquerda), cujo futuro não é ainda conhecido.

copiado https://noticias.uol.com.br

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