AMEAÇA DE CABRAL ‘Talvez um pouco ríspido, mas nada demais’, avalia Gilmar Mendes O ministro disse que não se incomoda com as polêmicas

AMEAÇA DE CABRAL

‘Talvez um pouco ríspido, mas nada demais’, avalia Gilmar Mendes

O ministro disse que não se incomoda com as polêmicas






Gilmar Mendes disse não ter se convencido sobre ameaças a Bretas
PUBLICADO EM 03/11/17 - 03h00

LISBOA, PORTUGAL. Em Portugal para participar de um seminário sobre direito do trabalho, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), minimizou nessa quinta-feira (2) as críticas sobre sua decisão de não transferir o ex-governador do Rio Sérgio Cabral para um presídio federal. Em conversa com jornalistas antes da abertura do evento, Gilmar afirmou que não se convenceu de que houve ameaças do ex-governador ao juiz Marcelo Bretas durante audiência.

“Eu vi o vídeo, examinei todas as questões e não me convenci disso (de que houve ameaça). Pelo contrário, é um diálogo talvez um pouco ríspido entre o ex-governador e o juiz, mas nada demais”, disse Gilmar.

A ida de Cabral para uma prisão no Mato Grosso do Sul havia sido determinada por Bretas na semana passada, após o ex-governador mencionar os negócios da família do magistrado no ramo de bijuterias. A defesa de Cabral entrou com habeas corpus no STF para impedir a transferência.

“A nossa função no STF e na magistratura em geral muitas vezes é contramajoritária. Isso significa que, muitas vezes, temos que nadar contra a corrente”, afirmou Gilmar Mendes.

O ministro disse que não se incomoda com as polêmicas: “Se vocês olharem minha trajetória no STF, e eu lá já estou há 15 anos, vocês vão saber que eu sempre estive do mesmo lado: defendendo os direitos e as garantias individuais. Dizem que nós só liberamos ricos, mas nós liberamos ricos e pobres”.

Gilmar afirmou que quem critica a concessão de habeas corpus está suprimindo os próprios direitos. “Quando a gente concede um habeas corpus, as pessoas que recebem um relato mais ou menos superficial são contra. Se pudessem, elas suprimiriam o habeas corpus, mas, ao fazê-lo, estariam suprimindo seus próprios direitos. Porque o atingimento de um direito de alguém hoje significa que amanhã poderá haver o atingimento do direito de outro”, explicou.

Questionado sobre as supostas regalias recebidas por Cabral na prisão, o ministro disse que isso não é assunto do STF: “O tratamento privilegiado na prisão tem que ser resolvido lá mesmo”.
COPIADO http://www.otempo.com.br/c

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