O militar que na passada segunda-feira desertou do exército da Coreia do Norte, fugindo através da Zona Desmilitarizada para a Coreia do Sul, e foi alvejado pelos guardas fronteiriços do Norte, encontra-se hospitalizado, e em estado que inspira cuidados.
O
militar que na passada segunda-feira desertou
do exército da Coreia do Norte, fugindo através da Zona
Desmilitarizada para a Coreia do Sul,
e foi alvejado pelos guardas fronteiriços do Norte, encontra-se
hospitalizado, e em estado que inspira cuidados.
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Em
declarações à imprensa, o médico Lee Cook-Jong explicou, esta
sexta-feira, que o soldado se encontra estável, mas apresenta “um
número enorme” de parasitas nos intestinos que estão a dificultar
o tratamento. “Nunca vida nada assim em 20 anos de profissão”,
disse Cook-Jong, citado pela BBC, acrescentando que o maior parasita
encontrado no intestino do norte-coreano tinha o comprimento de 27
centímetros, além de que o paciente também tem lombrigas.
Durante
a fuga, o militar foi alvejado pelo menos seis vezes pelos seus
ex-companheiros. Foi recolhido no Sul por um helicóptero e
transportado para o hospital, onde foi operado de urgência. Além
dos graves, a contaminação com parasitas está a condicionar o seu
tratamento e a recuperação. “Estamos muito atentos para tentar
evitar complicações” na evolução do seu estado de saúde, disse
Lee Cook-Jong.
Este
médico e outros especialistas ouvidos pela BBC vêem neste caso um
sintoma das difíceis condições de vida e dos problemas de
alimentação na sociedade norte-coreana.
Se
é verdade que um ser humano pode contrair parasitas com a ingestão
de alimentos contaminados, através da própria pele ou também pela
mordedura de um insecto, parece que aqui é a primeira circunstância
que estará na origem dos problemas intestinais do militar, cuja
identidade não foi divulgada.
Os
norte-coreanos usam ainda com muita frequência fezes humanas como
fertilizantes nas culturas agrícolas, sem os cuidados que tal
procedimento exige. “A Coreia do Norte é um país muito pobre, e
tem problemas sérios de saúde pública”, disse à BBC Andrei
Lankov, da Universidade Kookmin, em Seul. No entanto, este professor
nota que, comparando com outros países com alta taxa de pobreza e
grandes carências económicas, como o Bangladesh ou países
africanos, a população da Coreia do Norte apresenta-se "muito
mais saudável do que seria de esperar".
Andrei
Lankov realça também que a Coreia do Norte “não possui os
recursos de um sistema de saúde moderno”, o que leva a que os seus
médicos estejam “relativamente mal preparados” e se vejam
obrigados a trabalhar com equipamentos primitivos. Contudo, porque
possui muitos médicos, o país consegue ter um desempenho muito
razoável neste domínio, tendo em conta a sua situação económica.
A
fuga deste soldado norte-coreano foi a quarta nos últimos três
anos. Mas esta aconteceu na Zona Desmilitarizada que separa os dois
lados da Coreia, algo que não é muito comum, já que a maioria das
pessoas que quer abandonar a Coreia do Norte opta pela fronteira com
a China.
copiado https://www.publico.pt/
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