Haribo lança investigação interna sobre trabalho escravo no Brasil Fabricante de famosos ursinhos de goma encarrega auditores independentes de apurar condições de trabalho em fazendas de carnaúba no Nordeste. Documentário denunciou situação análoga à escravidão nos locais.

TV alemã liga ursinhos da Haribo a trabalho escravo no Brasil
Bala de ursinhos da Haribo: fabricante faz investigação interna sobre trabalho escravo (Foto: Wikimedia commons)

Bala de ursinho
Fabricante alemã investigará trabalho escravo no Brasil

Documentário denunciou irregularidades em fazendas de carnaúba no Nordeste que são fornecedoras da Haribo.


Bala de ursinhos da Haribo: fabricante faz investigação interna sobre trabalho escravo (Foto: Wikimedia commons)
Bala de ursinhos da Haribo: fabricante faz investigação interna sobre trabalho escravo (Foto: Wikimedia 

A  fabricante de doces alemã Haribo anunciou que fará uma investigação interna para apurar denúncias de que funcionários de fazendas no Brasil trabalham em condições análogas à escravidão na produção de ingredientes dos famosos gummibärchen (balas de goma em formato de ursinhos).

"Estamos chocados e assustados com os recentes relatos sobre o tratamento dado a trabalhadores de fornecedores de cera de carnaúba no Brasil, e esse comportamento é inaceitável", afirmou a empresa alemã em comunicado divulgado na quinta-feira, 2, acrescentando que dará início a um "inquérito independente".
"Encarregamos um grupo de auditores independentes, credenciados e certificados de conduzir uma investigação completa sobre nossa cadeia de fornecimento de cera de carnaúba e estamos esperando os resultados", disse a Haribo.
Um documentário divulgado em outubro pela emissora alemã ARD mostrou que a cera de carnaúba usada para dar um brilho às balas de goma da Haribo e evitar que grudem entre si é produzida por brasileiros que trabalham em péssimas condições na região Nordeste do país.
Os responsáveis pelo documentário descobriram que a Haribo compra cera de carnaúba de fazendas onde os trabalhadores recebem até 40 reais por dia para cortar as folhas com longas e pesadas foices, sob sol escaldante e sem roupas adequadas. A planta tem espinhos cortantes, que podem ferir os trabalhadores.
Em muitos casos, os trabalhadores são forçados a dormir ao relento ou em contêineres, não têm banheiros e bebem água não filtrada de rios. Alguns são menores de idade.
A Haribo afirmou que usa "quantidades muito pequenas de cera de carnaúba" em alguns de seus produtos, mas admitiu que essa cera foi "principalmente colhida e produzida em fazendas no Brasil".
"Para a Haribo, os padrões de trabalho, sociais e éticos não são negociáveis nem ao nível de nossos fornecedores nem das suas operações, e essa sempre foi a nossa posição", disse o grupo, que se dispôs a trabalhar em colaboração com as autoridades brasileiras.

O grupo também lançou uma investigação interna para responder a acusações de maus-tratos de porcos em fazendas alemãs. A partir do animal, a empresa produz gelatina.
A Haribo produz os famosos ursos de goma desde 1922 e emprega mais de 7 mil pessoas em dez países. A fábrica brasileira, sediada em Bauru, no interior de São Paulo, entrou em funcionamento em 2016.

copiado https://g1.globo.com/economia




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