Bob Fernandes
"Se CPI abrir as contas, Brasil cai", diz, com razão, Paulo VieiraPaulo Preto: "Por que a CPI proibiu a abertura das contas do eixo Rio-São Paulo? Só vai poder (abrir) de Brasília e Goiás..."
leia mais »Bob Fernandes
“Se CPI abrir as contas, o Brasil cai”, disse, com razão, Paulo Vieira
O enredo da CPI do Cachoeira
era poderoso, mas apenas pequena parte dessa novela foi encenada.
Enredo com corrupção da grossa. Com uso de dinheiro público, com
governadores da oposição e da situação envolvidos e, até, com capítulos
de paixão e amor. CPI que teve a habitual musa. No caso, Andressa
Mendonça; num sinal dos tempos, a musa é mulher do réu, Cachoeira, que
deu nome a essa novela de quinta categoria.
Novela de quinta porque a CPI sequer ouviu o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Aquele das noitadas e festas com guardanapos em Paris e cercanias.
Sérgio Cabral, amigo de Fernando Cavendish. E Cavendish é o dono da Delta, principal locação dessa novela. Uma novela barata mas, ao mesmo tempo, uma novela muito cara.
Até os guardanapos de Paris sabem que a empreiteira tinha obras e estreitas relações em mais de 20 estados. Pegaram Marconi Perillo, governador de Goiás, do PSDB. Entre outros 45, a CPI vai recomendar o indiciamento do tucano.
E preservaram Agnelo Queiroz, governador do PT em Brasília. E, óbvio, as investigações mal arranharam os tentáculos desse polvo esparramado pelo Brasil.
COPIADO http://terramagazine.terra.com.brNovela de quinta porque a CPI sequer ouviu o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Aquele das noitadas e festas com guardanapos em Paris e cercanias.
Sérgio Cabral, amigo de Fernando Cavendish. E Cavendish é o dono da Delta, principal locação dessa novela. Uma novela barata mas, ao mesmo tempo, uma novela muito cara.
Até os guardanapos de Paris sabem que a empreiteira tinha obras e estreitas relações em mais de 20 estados. Pegaram Marconi Perillo, governador de Goiás, do PSDB. Entre outros 45, a CPI vai recomendar o indiciamento do tucano.
E preservaram Agnelo Queiroz, governador do PT em Brasília. E, óbvio, as investigações mal arranharam os tentáculos desse polvo esparramado pelo Brasil.
O relatório de Odair Cunha (PT-MG), ainda a ser votado, vai pedir
investigação sobre o procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
acusado de paralisar investigações da Polícia Federal na Operação Vegas,
de 2008.
A oposição, mas não apenas, dirá que isso é retaliação por Gurgel
ter feito as alegações finais na denúncia do chamado "mensalão do PT".
A situação dirá que, ao emitir opiniões eleitorais durante a reta
final do julgamento e da última eleição, Gurgel buscava uma vacina;
porque sabia que seria investigado. Investigado pelo que governistas,
mas não apenas, viram como vistas grossas no caso da Operação Vegas.
Paulo Vieira de Souza, também conhecido como "Paulo Preto" desde a
campanha presidencial de 2010, é ex-diretor da Dersa em São Paulo, no
governo José Serra. Paulo Vieira, que depos na CPI, resume essa novela
com uma clareza espantosa. Em entrevista à revista Piaui, Paulo Vieira pergunta:
- Por que a CPI proibiu a abertura das contas do eixo Rio-São Paulo? Só vai poder (abrir as contas) de Brasília e Goiás…
E Paulo Vieira de Souza, engenheiro que conhece as entranhas do ramo, explica:
- Porque se abrir (as contas de Rio e São Paulo), o Brasil cai.
Nada mais seria preciso dizer, além de acrescentar que, certamente,
contas não apenas de Rio e São Paulo. Mas, diga-se, para alguns feitos
serviu a CPI.
A CPI que foi do Cachoeira e deveria ser de tantos outros serviu
para desmascarar a farsa encenada pelo ex-senador do DEM, agora cassado,
Demóstenes Torres.
Demóstenes, como se recorda, escalado pelos amigos, e por anos, para o papel de O Probo, O Faxineiro da República.
A propósito, da CPI vazou que será pedido o indiciamento e/ou a
investigação de um lote de jornalistas, entre eles Policarpo Júnior, da
revista Veja.
Pedir, vazar que quer, é uma coisa, mas conseguir consenso e votos
para aprovar é outra. De qualquer forma, nesse caso todo é de se prever
muito pano pra pouca manga.
Por fim, mas não por último. Antes de passar a presidir o Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa fez um gesto derradeiro. Determinou
que em 40 dias juízes federais ouçam oito testemunhas do chamado
"mensalão do PSDB".
O Ministério Público Federal (MPF) entende que o "mensalão do PSDB
mineiro" foi um esquema que vigorou em 1998, durante a campanha de
reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) para o governo de Minas Gerais.
O ex-governador Eduardo Azeredo, hoje deputado federal pelo mesmo PSDB, e outras 14 pessoas foram denunciadas em 2007.
Barbosa não dirá isso em público, mas entende existir má vontade,
ou ao menos desleixo, para se investigar e julgar o chamado "mensalão
tucano". Por isso, gesto tão simbólico. O tempo dirá se tudo quedará
apenas no simbólico.
Até pela necessidade sentida por Joaquim Barbosa para esse
derradeiro gesto antes de assumir a presidência do STF, e da simbologia
por ele buscada, pode-se dizer que, nesse caso, o que se teve desde 1998
até agora foi muita manga pra pouco pano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário