01/10/2013 - 16:54
Falta de acordo entre republicanos e democratas paralisa governo americano
01
Out
2013
Washington (AFP)
O governo dos Estados Unidos ficou paralisado nesta terça-feira pela
primeira vez em 17 anos, após o fracasso das negociações entre
republicanos e democratas sobre o orçamento, o que provocou a
paralisação técnica de 800.000 funcionários.
A situação pode ficar ainda mais grave dentro de duas semanas, caso não exista um acordo político sobre o teto da dívida.
Quase 800.000 funcionários públicos considerados não-essenciais, de um total de dois milhões, terão que permanecer em casa sem salário até nova ordem. Além disso, parques nacionais, museus e monumentos estão fechados, incluindo a emblemática Estátua da Liberdade.
Apesar das intensas negociações durante a madrugada desta terça-feira e das idas e vindas entre o Senado, com maioria democrata, e a Câmara de Representantes, dominada pelos republicanos, nenhum projeto de lei de finança foi aprovado a tempo para o início do ano fiscal de 2014, 00h00 de terça-feira em Washington.
Em consequência, a Casa Branca ordenou pouco antes da meia-noite que as agências federais paralisassem parcialmente as atividades e enviassem para casa, sem salário, os funcionários não essenciais.
Os efetivos da administração pública serão reduzidos ao mínimo, com algumas agências trabalhando com apenas 5% dos funcionários.
O presidente Barack Obama promulgou, no entanto, um uma lei que garante aos militares o pagamento de seus salários.
"Vocês e suas famílias merecem algo muito melhor que os problemas que assistimos no Congresso", disse aos soldados em uma mensagem de vídeo.
Apesar do impacto concreto do "shutdown" (fechamento) do governo federal, o efeito nos mercados mundiais era limitado nesta terça-feira.
Mas analistas acompanham com inquietação outra data: se até 17 de outubro republicanos e democratas não alcançarem um acordo sobre o aumento do limite legal da dívida pública, o governo dos Estados Unidos poderia ficar incapacitado para enfrentar as obrigações financeiras e entrar em 'default' de parte da dívida.
No momento, os Estados Unidos captam dinheiro em condições muito favoráveis, mas um 'default' parcial poderia ter consequências imprevisíveis sobre o custo de financiamento, com um efeito nefasto de reações em cadeia nos mercados mundiais.
Uma pesquisa de opinião da Universidade Quinnipiac mostra que 77% dos americanos são contrários à necessidade de fechar parcialmente atividades do Estado e apenas 22% apoiam a estratégia republicana.
O nível de confiança dos republicanos do Congresso caiu a 17%, segundo a pesquisa, enquanto o apoio aos democratas alcança 32%. Obama também não fica bem na pesquisa, pois 49% dos entrevistados têm uma opinião negativa de sua gestão da crise, contra 44% que o aprovam.
Disputa de 33 meses
O fracasso do Congresso materializado nesta terça-feira coroa 33
meses de disputa permanente entre democratas e republicanos sobre o
orçamento.
Os dois lados trocam acusações sobre o fracasso.
"É uma vergonha que estas pessoas, eleitas para representar o país, acabem representando o Tea Party e os anarquistas", criticou Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado.
Em resposta, o representante republicano Ted Poe escreveu no Twitter: "Estamos nesta situação porque o presidente e os democratas do Senado queriam este resultado desde o início".
O senador republicano John McCain admitiu que os republicanos "serão percebidos com os que bloquearam e provocaram a paralisação das atividades do Estado federal".
A razão por trás da paralisação é o chamado "Obamacare", a emblemática reforma do sistema de saúde do presidente americano aprovada em 2010 durante o primeiro mandato e que os republicanos desejam impedir.
O Partido Republicano é contrário à implementação do 'Obamacare', que obriga as empresas a pagar seguros de saúde aos funcionários e prevê ajudas do governo às pessoas sem dinheiro para pagar por conta própria.
Segundo a reforma, todo americano deverá ter um seguro em 1º de janeiro de 2014, mas os republicanos querem impedir a aplicação, alegando que o sistema constitui um abuso de poder do Estado federal e que provocaria uma explosão do orçamento federal.
Senado e Câmara de Representantes retomam os trabalhos na tarde desta terça-feira.
A última paralisação parcial do governo americano aconteceu entre dezembro de 1995 e janeiro de 1996, durante a presidência de Bill Clinton e durou 28 dias. O crescimento econômico do país caiu um ponto percentual em ritmo anual na época.
COPIADO http://www.afp.com/pt
A situação pode ficar ainda mais grave dentro de duas semanas, caso não exista um acordo político sobre o teto da dívida.
Quase 800.000 funcionários públicos considerados não-essenciais, de um total de dois milhões, terão que permanecer em casa sem salário até nova ordem. Além disso, parques nacionais, museus e monumentos estão fechados, incluindo a emblemática Estátua da Liberdade.
Apesar das intensas negociações durante a madrugada desta terça-feira e das idas e vindas entre o Senado, com maioria democrata, e a Câmara de Representantes, dominada pelos republicanos, nenhum projeto de lei de finança foi aprovado a tempo para o início do ano fiscal de 2014, 00h00 de terça-feira em Washington.
Em consequência, a Casa Branca ordenou pouco antes da meia-noite que as agências federais paralisassem parcialmente as atividades e enviassem para casa, sem salário, os funcionários não essenciais.
Os efetivos da administração pública serão reduzidos ao mínimo, com algumas agências trabalhando com apenas 5% dos funcionários.
O presidente Barack Obama promulgou, no entanto, um uma lei que garante aos militares o pagamento de seus salários.
"Vocês e suas famílias merecem algo muito melhor que os problemas que assistimos no Congresso", disse aos soldados em uma mensagem de vídeo.
Apesar do impacto concreto do "shutdown" (fechamento) do governo federal, o efeito nos mercados mundiais era limitado nesta terça-feira.
Mas analistas acompanham com inquietação outra data: se até 17 de outubro republicanos e democratas não alcançarem um acordo sobre o aumento do limite legal da dívida pública, o governo dos Estados Unidos poderia ficar incapacitado para enfrentar as obrigações financeiras e entrar em 'default' de parte da dívida.
No momento, os Estados Unidos captam dinheiro em condições muito favoráveis, mas um 'default' parcial poderia ter consequências imprevisíveis sobre o custo de financiamento, com um efeito nefasto de reações em cadeia nos mercados mundiais.
Uma pesquisa de opinião da Universidade Quinnipiac mostra que 77% dos americanos são contrários à necessidade de fechar parcialmente atividades do Estado e apenas 22% apoiam a estratégia republicana.
O nível de confiança dos republicanos do Congresso caiu a 17%, segundo a pesquisa, enquanto o apoio aos democratas alcança 32%. Obama também não fica bem na pesquisa, pois 49% dos entrevistados têm uma opinião negativa de sua gestão da crise, contra 44% que o aprovam.
Disputa de 33 meses
Funcionários erguem uma barreira em torno do Parque Memorial Lincoln, em Washington.
Os dois lados trocam acusações sobre o fracasso.
"É uma vergonha que estas pessoas, eleitas para representar o país, acabem representando o Tea Party e os anarquistas", criticou Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado.
Em resposta, o representante republicano Ted Poe escreveu no Twitter: "Estamos nesta situação porque o presidente e os democratas do Senado queriam este resultado desde o início".
O senador republicano John McCain admitiu que os republicanos "serão percebidos com os que bloquearam e provocaram a paralisação das atividades do Estado federal".
A razão por trás da paralisação é o chamado "Obamacare", a emblemática reforma do sistema de saúde do presidente americano aprovada em 2010 durante o primeiro mandato e que os republicanos desejam impedir.
O Partido Republicano é contrário à implementação do 'Obamacare', que obriga as empresas a pagar seguros de saúde aos funcionários e prevê ajudas do governo às pessoas sem dinheiro para pagar por conta própria.
Segundo a reforma, todo americano deverá ter um seguro em 1º de janeiro de 2014, mas os republicanos querem impedir a aplicação, alegando que o sistema constitui um abuso de poder do Estado federal e que provocaria uma explosão do orçamento federal.
Senado e Câmara de Representantes retomam os trabalhos na tarde desta terça-feira.
A última paralisação parcial do governo americano aconteceu entre dezembro de 1995 e janeiro de 1996, durante a presidência de Bill Clinton e durou 28 dias. O crescimento econômico do país caiu um ponto percentual em ritmo anual na época.
COPIADO http://www.afp.com/pt
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