24/10/2013 - 18:28
Washington (AFP)
Brasil, México, França e, agora, Alemanha: a imagem de Barack Obama
perdeu força no cenário internacional com o aumento das queixas de seus
parceiros, ultrajados pelo fato de serem alvos da espionagem americana.
Desde que o ex-analista de inteligência Edward Snowden começou a revelar detalhes das operações de vigilância de dados eletrônicos de todo o mundo pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama se encontra numa posição desconfortável.
No início de setembro, durante a cúpula do G20 em São Petersburgo (Rússia), o presidente precisou reorganizar sua agenda e reservar tempo para se encontrar pessoalmente com a presidente brasileira Dilma Rousseff e o mexicano Enrique Peña Nieto.
Ambos expressaram seu descontentamento após as revelações da imprensa - a priori fornecidas por Snowden - da espionagem das suas comunicações pessoais pela NSA.
Em protesto, Dilma decidiu cancelar uma visita de Estado a Washington. O México promete agora uma investigação abrangente sobre essas atividades, um revés para a administração Obama, que corteja assiduamente os dois países, vistos como promissores mercados de exportação e fornecedores de energia.
O caso da NSA também foi um duro golpe para a imagem de Obama na Europa, no momento em que a sua administração tem como prioridade a conclusão de um acordo de livre comércio.
Dois dos aliados mais confiáveis dos Estados Unidos, França e Alemanha, protestaram esta semana depois das revelações sobre uma suposta interceptação das comunicações, incluindo o grampeio do celular da chanceler Angela Merkel.
Berlim falou de um "duro golpe para a confiança" com Washington, e Merkel pretende discutir nesta quinta-feira com o presidente francês François Hollande a questão da espionagem americana, de acordo com uma fonte diplomática francesa.
Na terça-feira, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, indicou ter denunciado ao seu colega John Kerry práticas "inaceitáveis".
Ofensa pessoal
Obama e Merkel mantém, até o momento, relações cordiais e respeitosas: o presidente chegou a premiar a chanceler com a Medalha Presidencial da Liberdade, o maior prêmio civil americano.
Mas para Stephen Szabo, do grupo americano de reflexão German Marshall Fund, "a relação entre ela e Obama não sairá intacta" após o último episódio. "Acredito que ela se sentiu pessoalmente ofendida", acrescentou. Merkel cresceu na Alemanha Oriental, onde as operações de espionagem da segurança de Estado (Stasi) eram onipresentes.
A defesa da Casa Branca na quarta-feira, provavelmente, nada fez para acalmar a ira da Alemanha. Depois de uma conversa telefônica entre Merkel e Obama, o porta-voz deste último disse que "o presidente assegurou a chanceler que os Estados Unidos não espionam, e não espionarão as comunicações da chanceler".
Esta formulação deixa em aberto a possibilidade de que o monitoramento tenha ocorrido.
A Casa Branca, desde o momento em que as revelações sobre a NSA começaram a vazar, assegura estar revendo suas práticas e promete encontrar um equilíbrio entre a "segurança" dos Estados Unidos e as preocupações de seus parceiros quanto a proteção de dados.
Autoridades americanas também ressaltam que todos os países mantém atividades de espionagem, um argumento que pode não se sustentar, de acordo com Jackson Janes, especialista em Alemanha na Universidade Johns Hopkins.
"Dado o número de casos atuais (...) Acredito que isso poderá despertar a ira contra os Estados Unidos entre aqueles que têm predisposição para tal", considera.
Vicente Fox, um dos antecessores de Peña Nieto à frente do México, no entanto, acredita que "não há nada de novo no fato de que a espionagem existe no mundo, inclusive no México". Ele diz "não entender o por que de tanto escândalo".
E para o ex-agente da CIA, Joseph Wippl, a Alemanha deveria se sentir honrada por ter sido espionada pelos Estados Unidos.
"A chanceler Merkel é alguém importante (...) Como a NSA não iria querer ouvir a pessoa mais poderosa do mundo depois do presidente Obama?", questionou.Copiado http://www.afp.com
Desde que o ex-analista de inteligência Edward Snowden começou a revelar detalhes das operações de vigilância de dados eletrônicos de todo o mundo pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama se encontra numa posição desconfortável.
No início de setembro, durante a cúpula do G20 em São Petersburgo (Rússia), o presidente precisou reorganizar sua agenda e reservar tempo para se encontrar pessoalmente com a presidente brasileira Dilma Rousseff e o mexicano Enrique Peña Nieto.
Ambos expressaram seu descontentamento após as revelações da imprensa - a priori fornecidas por Snowden - da espionagem das suas comunicações pessoais pela NSA.
Em protesto, Dilma decidiu cancelar uma visita de Estado a Washington. O México promete agora uma investigação abrangente sobre essas atividades, um revés para a administração Obama, que corteja assiduamente os dois países, vistos como promissores mercados de exportação e fornecedores de energia.
O caso da NSA também foi um duro golpe para a imagem de Obama na Europa, no momento em que a sua administração tem como prioridade a conclusão de um acordo de livre comércio.
Dois dos aliados mais confiáveis dos Estados Unidos, França e Alemanha, protestaram esta semana depois das revelações sobre uma suposta interceptação das comunicações, incluindo o grampeio do celular da chanceler Angela Merkel.
Berlim falou de um "duro golpe para a confiança" com Washington, e Merkel pretende discutir nesta quinta-feira com o presidente francês François Hollande a questão da espionagem americana, de acordo com uma fonte diplomática francesa.
Na terça-feira, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, indicou ter denunciado ao seu colega John Kerry práticas "inaceitáveis".
Ofensa pessoal
Obama e Merkel mantém, até o momento, relações cordiais e respeitosas: o presidente chegou a premiar a chanceler com a Medalha Presidencial da Liberdade, o maior prêmio civil americano.
Mas para Stephen Szabo, do grupo americano de reflexão German Marshall Fund, "a relação entre ela e Obama não sairá intacta" após o último episódio. "Acredito que ela se sentiu pessoalmente ofendida", acrescentou. Merkel cresceu na Alemanha Oriental, onde as operações de espionagem da segurança de Estado (Stasi) eram onipresentes.
A defesa da Casa Branca na quarta-feira, provavelmente, nada fez para acalmar a ira da Alemanha. Depois de uma conversa telefônica entre Merkel e Obama, o porta-voz deste último disse que "o presidente assegurou a chanceler que os Estados Unidos não espionam, e não espionarão as comunicações da chanceler".
Esta formulação deixa em aberto a possibilidade de que o monitoramento tenha ocorrido.
A Casa Branca, desde o momento em que as revelações sobre a NSA começaram a vazar, assegura estar revendo suas práticas e promete encontrar um equilíbrio entre a "segurança" dos Estados Unidos e as preocupações de seus parceiros quanto a proteção de dados.
Autoridades americanas também ressaltam que todos os países mantém atividades de espionagem, um argumento que pode não se sustentar, de acordo com Jackson Janes, especialista em Alemanha na Universidade Johns Hopkins.
"Dado o número de casos atuais (...) Acredito que isso poderá despertar a ira contra os Estados Unidos entre aqueles que têm predisposição para tal", considera.
Vicente Fox, um dos antecessores de Peña Nieto à frente do México, no entanto, acredita que "não há nada de novo no fato de que a espionagem existe no mundo, inclusive no México". Ele diz "não entender o por que de tanto escândalo".
E para o ex-agente da CIA, Joseph Wippl, a Alemanha deveria se sentir honrada por ter sido espionada pelos Estados Unidos.
"A chanceler Merkel é alguém importante (...) Como a NSA não iria querer ouvir a pessoa mais poderosa do mundo depois do presidente Obama?", questionou.Copiado http://www.afp.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário