Investigação jornalística revela
As mortes que a América teima em esconder
Desde 2005, agentes fronteiriços norte-americanos já mataram 42 pessoas ao longo da fronteira com oInvestigação jornalística revela
por Luís Manuel Cabral
Agente fronteiriço norte-americano atento ás movimentações na fronteira com o México
Fotografia © Denis Poroy - Reuters
Desde 2005, agentes fronteiriços norte-americanos já mataram 42 pessoas
ao longo da fronteira com o México, sem sofrerem quaisquer consequências
por isso. As mortes também não são alvo de cobertura por parte dos
media nos EUA, refere uma investigação jornalística agora divulgada.
O jornal britânico "The
Independent" revela hoje uma reportagem do norte-americano "The
Republic" sobre os vários homicídios que os agentes fronteiriços
norte-americanos têm cometido, alegadamente em total impunidade, ao
longo da fronteira com o México. Segundo o jornal, desde 2005, já foram
mortas 42 pessoas sem ter sido julgado nenhum responsável pelos crimes.
A 28 de maio de 2010, Anastacio Hernandez Rojas, de 42 anos, foi detido pelos serviços fronteiriços norte-americanos enquanto tentava entrar na Califórnia vindo do México, na fronteira de San Ysidro, perto de San Diego.
Na noite em que estava para ser deportado para o México, algemado junto à fronteira e cercado por agentes fronteiriços, foi agredido por estes violentamente. Enquanto pedia por socorro, um dos agentes despiu-o e atingiu-o com um "taser" pelo menos cinco vezes. Hernandez Rojas ainda foi transportado para o hospital, mas acabou por morrer na sequência das agressões dois dias depois.
A fronteira de San Ysidro é uma das mais utilizadas por mexicanos que tentam entrar nos Estados Unidos e o incidente foi presenciado por várias testemunhas e gravado por telemóveis de muitas pessoas que se encontravam no local, refere a investigação jornalística. Contudo, as testemunhas e os vídeos para nada serviram, uma vez que um relatório das autoridades afirmou que Rojas tinha tido um comportamento "hostil e violento" contra os agentes. Um exame médico à vítima realizado no hospital de San Diego revelou que Rojas fora vítima de homicídio, mas um procurador norte-americano decidiu que a atuação dos agentes fronteiriços tinha sido "apropriada".
Quando a viúva de Rojas pediu ao seu advogado para juntar ao processo as gravações das várias câmaras de vigilância instaladas no local, foi descoberto que a maior parte delas tinha sido desligada ou estava a apontar para outro lado na altura das agressões, facto que nunca foi explicado, refere o jornal.
A 28 de maio de 2010, Anastacio Hernandez Rojas, de 42 anos, foi detido pelos serviços fronteiriços norte-americanos enquanto tentava entrar na Califórnia vindo do México, na fronteira de San Ysidro, perto de San Diego.
Na noite em que estava para ser deportado para o México, algemado junto à fronteira e cercado por agentes fronteiriços, foi agredido por estes violentamente. Enquanto pedia por socorro, um dos agentes despiu-o e atingiu-o com um "taser" pelo menos cinco vezes. Hernandez Rojas ainda foi transportado para o hospital, mas acabou por morrer na sequência das agressões dois dias depois.
A fronteira de San Ysidro é uma das mais utilizadas por mexicanos que tentam entrar nos Estados Unidos e o incidente foi presenciado por várias testemunhas e gravado por telemóveis de muitas pessoas que se encontravam no local, refere a investigação jornalística. Contudo, as testemunhas e os vídeos para nada serviram, uma vez que um relatório das autoridades afirmou que Rojas tinha tido um comportamento "hostil e violento" contra os agentes. Um exame médico à vítima realizado no hospital de San Diego revelou que Rojas fora vítima de homicídio, mas um procurador norte-americano decidiu que a atuação dos agentes fronteiriços tinha sido "apropriada".
Quando a viúva de Rojas pediu ao seu advogado para juntar ao processo as gravações das várias câmaras de vigilância instaladas no local, foi descoberto que a maior parte delas tinha sido desligada ou estava a apontar para outro lado na altura das agressões, facto que nunca foi explicado, refere o jornal.
O
caso de Hernandez Rojas é um de muitos detalhadamente descrito por uma
investigação do jornal "The Republic", publicada esta semana, que revela
que desde 2005 agentes fronteiriços norte-americanos, sem enfrentarem
qualquer tipo de consequências, e apesar de inúmeros apelos dirigidos
diretamente à administração de Barack Obama, já mataram 42 pessoas ao
longo da fronteira com o México.
Roberto Lovato, co-fundador da "Presente", uma empresa de advocacia latina com sede na Califórnia, afirmou ao "The Independent" que "o caso de Anastacio Hernandez Rojas é emblemático da doença que rege a fria politica de imigração da Administração Obama. A Casa Branca, com o seu silêncio, autoriza as patrulhas fronteiriças a matar em total impunidade", diz.
Segundo a investigação do "The Republic", ao longo de dez anos de trabalho na fronteira com o México, o jornalista John Carlos Frey detetou centenas de exemplos de brutalidade por parte das patrulhas fronteiriças, desde o abuso verbal até à tortura e morte de imigrantes clandestinos. "O que aconteceu a Anastacio Hernandez Rojas está longe de ter sido um caso isolado", diz Carlos Frey, adiantando que "esta é uma cultura de brutalidade instituída pelos agentes fronteiriços, debaixo da proteção do Departamento de Segurança Interna, que lhes dá todo o apoio. Basicamente, têm ordem para fazer tudo o que estiver ao seu alcance desde que seja para proteger o país", refere.
Agente fronteiriço norte-americano atento ás movimentações na fronteira com o México
Roberto Lovato, co-fundador da "Presente", uma empresa de advocacia latina com sede na Califórnia, afirmou ao "The Independent" que "o caso de Anastacio Hernandez Rojas é emblemático da doença que rege a fria politica de imigração da Administração Obama. A Casa Branca, com o seu silêncio, autoriza as patrulhas fronteiriças a matar em total impunidade", diz.
Segundo a investigação do "The Republic", ao longo de dez anos de trabalho na fronteira com o México, o jornalista John Carlos Frey detetou centenas de exemplos de brutalidade por parte das patrulhas fronteiriças, desde o abuso verbal até à tortura e morte de imigrantes clandestinos. "O que aconteceu a Anastacio Hernandez Rojas está longe de ter sido um caso isolado", diz Carlos Frey, adiantando que "esta é uma cultura de brutalidade instituída pelos agentes fronteiriços, debaixo da proteção do Departamento de Segurança Interna, que lhes dá todo o apoio. Basicamente, têm ordem para fazer tudo o que estiver ao seu alcance desde que seja para proteger o país", refere.
Agente fronteiriço norte-americano atento ás movimentações na fronteira com o México
México, sem sofrerem quaisquer consequências por isso. As mortes também não são alvo de cobertura...
COPIADO http://www.dn.pt
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