23/12/2013 - 17:40
Jerusalém (AFP)
Agentes do serviço secreto israelense Mossad em operação na Etiópia
treinaram, inadvertidamente, Nelson Mandela em combate corpo-a-corpo,
armamento e sabotagem em 1962, de acordo com um documento publicado
pelos arquivos estatais de Israel.
Uma carta de um oficial do Mossad ao ministro das Relações Exteriores da época, com data de 11 de outubro de 1962, intitulado "The Black Pimpernel" e publicado no domingo, lembra uma conversa em que "examinamos um treinamento na Etiópia para um homem chamado David Mobasari, da Rodésia".
"O supracitado foi treinado por 'etíopes' em judô, sabotagem e armas", diz a carta.
"The Black Pimpernel" era o apelido dado na época a Mandela, o reverenciado herói anti-apartheid e ex-líder do CNA que morreu neste mês, enquanto estava foragido da África do Sul durante a batalha pela liberdade.
De acordo com o jornal Haaretz, o primeiro a relatar a história, o termo "etíope" era provavelmente um codinome para os agentes do Mossad israelense trabalhando no treinamento na Etiópia.
"Ele cumprimentou nossos homens com um 'Shalom', conhecia os problemas da (diáspora judaica) e de Israel e deu a impressão de ser um homem instruído" diz a carta.
"Os etíopes tentaram torná-lo um sionista", acrescentou.
"Agora descobrimos através de fotografias nos jornais sobre a prisão de 'Black Pimpernel' na África do Sul que o homem da Rodésia que era treinado estava utilizando um pseudônimo e que os dois são, na verdade, a mesma pessoa", ressalta.
Segundo o documento, Mandela se interessou pelos métodos de milícias Haganah e judaicas que existiam antes da criação de Israel, em 1948.
A Fundação Nelson Mandela, contudo, afirmou em um comunicado que "não foi localizada nenhuma evidência no arquivo pessoal de Nelson Mandela (que inclui seu diário e bloco de 1962) que tenha interagido com uma operação israelense durante sua viagem a países da África naquele ano".
Mandela "recebeu treinamento militar de combatentes pela liberdade da Argélia no Marrocos e do 'Ethiopian Riot Battalion' em Kolfe, nos arredores de Addis Ababa, antes de retornar à África do Sul em julho de 1962," disse a fundação.
"Em 2009, um pesquisador da Fundação Nelson Mandela viajou para a Etiópia e entrevistou os sobreviventes que participaram do treinamento de Mandela – e não surgiu nenhuma evidência de uma conexão israelense", acrescentou.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi criticado por não ir ao funeral de Mandela devido aos "altos custos". Uma delegação de parlamentares compareceu à cerimônia.
Israel foi um dos aliados mais próximos da África do Sul quando Pretória, que prendeu Mandela, enfrentava sanções lideradas pela ONU no final dos anos 70.
COPIADO http://www.afp.com
Uma carta de um oficial do Mossad ao ministro das Relações Exteriores da época, com data de 11 de outubro de 1962, intitulado "The Black Pimpernel" e publicado no domingo, lembra uma conversa em que "examinamos um treinamento na Etiópia para um homem chamado David Mobasari, da Rodésia".
"O supracitado foi treinado por 'etíopes' em judô, sabotagem e armas", diz a carta.
"The Black Pimpernel" era o apelido dado na época a Mandela, o reverenciado herói anti-apartheid e ex-líder do CNA que morreu neste mês, enquanto estava foragido da África do Sul durante a batalha pela liberdade.
De acordo com o jornal Haaretz, o primeiro a relatar a história, o termo "etíope" era provavelmente um codinome para os agentes do Mossad israelense trabalhando no treinamento na Etiópia.
"Ele cumprimentou nossos homens com um 'Shalom', conhecia os problemas da (diáspora judaica) e de Israel e deu a impressão de ser um homem instruído" diz a carta.
"Os etíopes tentaram torná-lo um sionista", acrescentou.
"Agora descobrimos através de fotografias nos jornais sobre a prisão de 'Black Pimpernel' na África do Sul que o homem da Rodésia que era treinado estava utilizando um pseudônimo e que os dois são, na verdade, a mesma pessoa", ressalta.
Segundo o documento, Mandela se interessou pelos métodos de milícias Haganah e judaicas que existiam antes da criação de Israel, em 1948.
A Fundação Nelson Mandela, contudo, afirmou em um comunicado que "não foi localizada nenhuma evidência no arquivo pessoal de Nelson Mandela (que inclui seu diário e bloco de 1962) que tenha interagido com uma operação israelense durante sua viagem a países da África naquele ano".
Mandela "recebeu treinamento militar de combatentes pela liberdade da Argélia no Marrocos e do 'Ethiopian Riot Battalion' em Kolfe, nos arredores de Addis Ababa, antes de retornar à África do Sul em julho de 1962," disse a fundação.
"Em 2009, um pesquisador da Fundação Nelson Mandela viajou para a Etiópia e entrevistou os sobreviventes que participaram do treinamento de Mandela – e não surgiu nenhuma evidência de uma conexão israelense", acrescentou.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi criticado por não ir ao funeral de Mandela devido aos "altos custos". Uma delegação de parlamentares compareceu à cerimônia.
Israel foi um dos aliados mais próximos da África do Sul quando Pretória, que prendeu Mandela, enfrentava sanções lideradas pela ONU no final dos anos 70.
COPIADO http://www.afp.com
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