Ensino superior, oportunidades iguais?
Sei que o assunto é polêmico e que muitos funcionários e alunos das universidades públicas irão tentar nos crucificar. Apesar disso, vamos deixar claro que a função parlamentar nos coloca na condição de críticos ou de criticados sempre que manifestamos a nossa opinião, mas isso nunca nos assustou; ao contrário, preferimos o combate, mesmo quando sabemos que o adversário é forte e não poupa as armas na hora do confronto.
Há muito tempo manifestamos a nossa opinião contrária ao ensino superior gratuito. E retornamos a ela, agora quando o ano letivo recomeça e as nossas universidades recebem legiões de jovens estudantes, a grande maioria premiada pelo esforço que fizeram e que foi coroado com o ingresso na universidade pública. Verdade? Sim, porém em parte.
Não é necessário ser um gênio para saber que os cursos “de elite” das universidades públicas, em sua maioria, são frequentados por jovens que cursaram a escola particular e que, normalmente, oferecem um preparo mais adequado a seus estudantes. E esse camada da sociedade, a mais privilegiada, faz um processo inverso ao das classes mais carentes.
O pobre manda os filhos para a escola pblica, onde nem sempre recebem o melhor ensino, enquanto a camada mais abastada mantém os filhos na escola particular. Depois, o processo é inverso. O rico manda os filhos para a escola pública, enquanto os pobres são obrigados a pagar a escola para os seus jovens, que, em alguns casos, tentam se adequar aos programas oficiais que beneficiaram o estudante pobre.
Não estaria na hora de uma mudança radical no processo? O governo investe fortunas na universidade pblica, para beneficiar as camadas mais ricas que poderiam bancar o estudo de seus filhos, enquanto faltam recursos para os cursos fundamental e médio, que seriam as grandes ferramentas para nivelar o ensino como um todo.
É nesse ponto que podemos perceber de onde virão os ataques. E a eles podemos responder com um simples convite: vamos todos ao estacionamento das universidades públicas e nos seus arredores para termos a certeza do padrão de vida da grande maioria desses estudantes. O quadro que avistaremos vai mostrar que é ali que a camada mais privilegiada da sociedade está bem representada.
O padrão de vida desses estudantes mostra que eles bem que poderiam bancar o estudo que recebem gratuitamente de um governo, principalmente porque, depois de formados, não irão retribuir para a sociedade que pagou para mantê-los lá. Assim, defendemos abertamente o fim do estudo gratuito e, se mantida essa situação, a obrigatoriedade de que, depois de formados, eles dediquem um período de sua vida profissional em benefício da sociedade que bancou os seus estudos.
Esta seria, ao nosso ver, uma maneira simples de valorizar e retribuir o que recebeu e que, muitas vezes, custou o corte de investimentos na escola de base. E essa afirmação nos faz recordar um velho ditado nem sempre lembrado por nossas autoridades: “Os cortes na educação não cicatrizam jamais”.
Vitor Sapienza, deputado estadual (PPS) e ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, é economista e agente fiscal de rendas aposentado. - www.vitorsapienza.com.br
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