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Estudo: cérebro de macacos é mais similar com o nosso do que pensado
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Uma
pesquisa divulgada nesta terça-feira na publicação especializada Neuron
mostra similaridades desconhecidas na organização de regiões do cérebro
que controlam a linguagem e o pensamento complexo em humanos e macacos.
O estudo também indica diferenças importantes e pode nos ajudar a
entender o processo evolutivo que nos distinguiu dos demais primatas.
Os cientistas estudaram o córtex frontal ventrolateral,
área cerebral conhecida - há mais de 150 anos - como sendo importante
para os processos cognitivos, inclusive a linguagem, flexibilidade
cognitiva e tomadas de decisão. "Foi sugerido que para desenvolver essas
habilidades, os humanos evoluíram um aparato neural completamente novo;
outros (cientistas), contudo, sugerem que precursores para esses
sistemas cerebrais especializados podem ter existido em outros
primatas", diz Franz-Xaver Neubert, da Universidade de Oxford, líder da
pesquisa.
Os cientistas utilizaram ressonância magnética em 25
pessoas e 25 macacos e descobriram que essa região do cérebro tem muitas
similaridades nos voluntários e nas cobaias. Isso sugere, afirmam os
pesquisadores, que nossos traços cognitivos exclusivos dependem de uma
aparato neural que inicialmente suportava funções diferentes.
Mas também foram encontradas diferenças. Por exemplo, o
modo como o córtex frontal ventrolateral se conecta a regiões
relacionadas com a audição é diferente nos macacos. "Isso pode explicar
porque macacos vão muito mal em tarefas auditivas e talvez sugira que
nós humanos usamos informação auditiva em uma maneira diferente quando
tomamos decisões e selecionamos ações", diz Neubert.
Outra diferença é que uma região chamada de polo frontal
lateral não está presente no cérebro dos macacos. Ela está envolvida no
planejamento estratégico, tomadas de decisão e habilidades
multitarefa.
Entre as semelhanças, a as regiões do córtex frontal
ventrolateral que são similares em humanos e macacos têm papel em
desordens psiquiátricas, como déficit de atenção, desordem de
hiperatividade, desordem obsessiva compulsiva e abuso de substâncias.
Estudos mais amplos podem ter resultados positivos para o tratamento
desses problemas.
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