ARARATH Maggi é líder de organização Fux autoriza inquérito contra ministro da Agricultura, delatado por ex-governador do Mato Grosso

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Maggi é líder de organização

Fux autoriza inquérito contra ministro da Agricultura, delatado por ex-governador do Mato Grosso

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Maggi também teria atuado para interferir na operação Ararath, que prendeu Silval Barbosa
PUBLICADO EM 26/08/17 - 03h00
SÃO PAULO. O procurador geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, “a função de liderança mais proeminente na organização criminosa” delatada pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB). Nessa sexta-feira (25), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, abriu inquérito para investigar Blairo por organização criminosa e afirmou que a delação de Silval é “monstruosa”. O conteúdo revelado pelo peemedebista só foi tornado público nessa sexta-feira (25), quando Fux suspendeu o sigilo sobre a delação.

Em 2014, o ministro da Agricultura foi alvo da operação Ararath, que investiga desvio de recursos públicos no governo de Mato Grosso. Janot atribui ao ministro “tentativas de interferir” na Ararath entre 2014 e 2017. O procurador citou o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva. “Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva”, diz Janot, no pedido de abertura de inquérito contra Maggi.

A delação de Silval foi homologada no dia 9 de agosto. Pelo acordo, o ex-governador vai pagar indenização de R$ 70 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso “em razão dos diversos delitos por ele confessados”.

Mensalinho. Silval Barbosa também afirmou em sua delação que os deputados estaduais recebiam um mensalinho para votar projetos de interesse do Executivo. Segundo ele, o esquema existiu durante vários mandados: de Dante de Oliveira (já falecido), Blairo Maggi e em sua própria gestão, perdurando pelo menos 16 anos. Em 2010, o mensalinho chegou a ter até mesmo um 13º, por exigência dos deputados.

Mas foi na gestão de Maggi, segundo Silval, que o “preço” dos parlamentares foi supervalorizado como forma de garantir apoio para os projetos do governo. Em um dos anexos, o delator afirma que, em 2003, primeiro ano da gestão de Maggi, o valor pago mensalmente girava em torno de R$ 30 mil por deputado.

Segundo Silval Barbosa, foi feito um acerto entre a Mesa Diretora da Assembleia e Maggi para que o governo aumentasse a mesada. “No ano de 2003 houve um acréscimo de R$ 12 milhões a 15 milhões no orçamento da Assembleia para que (os deputados) pudessem retirar desse valor as vantagens indevidas”, contou o delator.

Vídeos. Como forma de corroboração à sua delação premiada, Silval entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) vídeos que mostram políticos do Mato Grosso recebendo dinheiro vivo. Entre eles, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), chegou a colocar tantas notas nos bolsos que parte delas caiu no chão. O vídeo mostra Emanuel agachando-se para juntar as cédulas.

Obstrução. Silval Barbosa também entregou conversa gravada na prisão em 22 de abril deste ano, quando recebeu a visita do senador Cidinho dos Santos (PR-MT). Segundo o peemedebista, Cidinho teria dito que o governador do Estado, Pedro Taques (PSDB), o senador Wellington Fagundes (PR) e Blairo Maggi já estariam “trabalhando” no Tribunal Regional Federal para esvaziar a operação Ararath, e para que Silval não fizesse acordo de delação premiada.

Sobre Taques, Silval também disse que, em uma reunião durante a campanha de 2014, o então candidato havia prometido “não remexer” nos erros dos governos anteriores.

copiado http://www.otempo.com.br/

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