Gilmar Mendes dá dez dias para que Temer explique decreto que extingue reserva Dr. Gilmar Mendes socorro para nossas Matas.

Gilmar Mendes dá dez dias para que Temer explique decreto que extingue reserva


EBC
Ministro é relator da ação pedida pelo Psol no STF

Amigo do presidente Michel Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fixou prazo de dez dias para que o presidente Michel Temer explique o propósito do decreto que extinguiu uma reserva na Amazônia, abrindo caminho para a mineração, com dimensões equivalentes à da Dinamarca. A Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), localizada na área limítrofe entre Amapá e Pará, acolhe diversas comunidades indígenas e quilombolas e tem unido diversos setores da sociedade civil em sua defesa, mobilizando até artistas e personalidades de diversas áreas do Brasil e do exterior.
Ao determinar o prazo para explicações, Gilmar Mendes dá andamento a ação movida pelo Psol contra o decreto presidencial. Além do partido, grupos como o Greenpeace e a WWF-Brasil se movimentam contra a medida e, hoje (quarta, 30), foram ao Congresso acompanhados de parlamentares para protestar contra Temer. Diante das pressões e do quase nulo debate sobre o tema, a Justiça já deu o primeiro passo contra o decreto.
O próprio governo tentou passar a ideia de que o decreto não ameaça o meio ambiente e os povos tradicionais da Amazônia, e editou um novo decreto com normas de exploração mineradora. Antes disso, o Executivo disse que a reserva não era um paraíso, e que estavam em pleno curso focos de garimpo ilegal no território. Mas a iniciativa do governo não convenceu ambientalistas, para quem Temer apenas maquiou a situação para evitar a repercussão negativa.
A WWF-Brasil alerta que o novo texto não trouxe alterações significativas, mantém a extinção do Renca e não inibe a exploração privada em área na Região Amazônica. Para os ambientalistas, o novo decreto apenas reforça o que já prevê a legislação ambiental para mineração em áreas protegidas e mantém os riscos socioambientais à região. A entidade alega também que a única novidade trazida no novo texto é a criação do Comitê de Acompanhamento das Áreas Ambientais da Extinta Renca, no âmbito da Casa Civil. No entanto, o diretor executivo do WWF-Brasil, Maurício Voivodic, alega que a efetividade desse comitê depende de ações e soluções conjuntas entre setores econômicos e ambientais.
A grita geral ambientalista é contradita com argumentos sócio-econômicos. Para técnicos do governo, a reserva, que tem cerca de 4 milhões de hectares, também equivalente ao tamanho do Estado do Espírito Santo, exibe grande potencial de extração de ouro e demais minérios, como manganês, ferro e tântalo. Segundo essa visão, o Brasil teria uma chance de incentivar o desenvolvimento e a geração de renda na região.
copiado http://jconline.ne10.uol.com.br

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