Cristiane Brasil é suspeita de praticar o “rebate”

Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Cristiane Brasil é suspeita de praticar o “rebate”



Você sabe o que é “rebate”? O dicionário aponta alguns sinônimos, como contestar, bater duas vezes ou contra-atacar. Mas no jargão dos funcionários de gabinetes de deputados, na Câmara, a palavra tem um significado peculiar: trata-se da prática de alguns deputados de exigir que o funcionário contratado com a verba de gabinete lhe devolva, todo mês, uma parte do que for depositado em sua conta. A devolução pode se dar de formas diversas. Há casos até em que o funcionário é obrigado a dividir seu salário com outro, não formalmente contratado. Em outros, a devolução é em dinheiro mesmo. Impedida judicialmente de tomar posse no Ministério do Trabalho por ter sido condenada em ação trabalhista, a deputada Cristiane Brasil é também suspeita de praticar “rebate”, transferindo para a funcionária Vera Lúcia Gorgulho Chaves de Azevedo o pagamento de seus débitos trabalhistas.
O deputado Wladimir Costa, aquele tatuou o nome de Temer no ombro, para anunciar seu voto contra as denúncias de Rodrigo Janot, responde a um processo por este crime. Durante meses um cinegrafista foi obrigado a devolver o salário a seu irmão, ficando com apenas R$ 500.
É Vera que vem pagando, conforme revelou o jornal O Globo, as parcelas de R$ 1.400,00 que Cristiane Brasil foi obrigada a pagar, como indenização a seu ex-motorista Eugênio de Almeida Moreira, que trabalhou sem carteira assinada. As parcelas são pagas por transferência eletrônica, diretamente da conta de Vera.  Ao Globo, Cristiane Brasil informou que Vera, como chefe de seu escritório político no Rio, acompanhou as audiências na Justiça trabalhista, ficando encarregada de fazer os pagamentos. “Assim, por estar representando a deputada e por mera questão de praticidade, cadastrou a despesa na sua conta pessoal para transferência automática a fim de evitar quaisquer atrasos. Importante ressaltar que os valores pagos são reembolsados pela deputada, restando quitadas ambas as despesas judiciais e pessoais", declarou a ex-futura ministra.
Ocorre que, quando o jornal pediu comprovação de que Vera vem sendo  ressarcida pelos pagamentos que faz desde maio passado, a deputada invocou o sigilo bancário e recusou-se a apresentar qualquer comprovante, como o extrato bancário de suas próprias transferências para Vera, que não foi localizada.
A liminar que suspendeu sua posse foi concedida com base no principio da moralidade. Quem não cumpre leis trabalhistas não pode ser ministra do Trabalho, entendeu o juiz de Niteroi. Mas se ela não provar que ressarciu a funcionária pelos pagamentos, deixará no ar a suspeita de praticar o rebate. O crime é amplamente praticado mas, para não perder o emprego, os funcionários se calam.
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