Eleição não é artimética Pode ser que, lendo um pouco mais, ache-se algo de análise política nos jornais que vá além do primário exercício aritmético de especulações sobre o destino dos votos de Lula.


eledissevargasEleição não é artimética

Pode ser que, lendo um pouco mais, ache-se algo de análise política nos  jornais que vá além do primário exercício aritmético de especulações sobre o destino dos votos de Lula.
Delírios que não são só dos analistas, mas alguns candidatos,  os com menos decoro, como Marina Silva que, em O Globo, sugere ao PT, PSDB, PMDB e ao DEM o que ela própria faz, que decretem “quatro anos sabáticos” para reler seus programas e, talvez, fazerem uma “elevação espiritual”. Típico de Marina, sem nenhum outro compromisso que não com a sua própria ambição e que não hesita em fugir da luta política e apostando em uma possível megassena eleitoral, com seus números vencendo porque os outros foram retirados do “sorteio”.
O Globo estima que 53 milhões de votos só nas cidades do interior o butim que se abre com a exclusão de Lula e os analistas de pesquisa ouvidos pelo jornal deveriam, sobre eles, recordar a frase atribuída a D. Maria Maluf, quando os futuros herdeiros brigavam pelo controle do grupo Eucatex, pertencente à família: “não se depena a galinha ainda viva”.
Agora, pior ainda, porque agora se trata, em autodefinição, de uma jararaca e só mesmo os muito tolos descuidam dela mesmo depois de um golpe aparentemente fatal.
Não é visível, neste momento, que alguém, exceto Jair Bolsonaro, tenha saído vitorioso deste episódio. O autoritarismo que representa, ao menos institucionalmente, venceu e, sendo a truculência dos “homens da lei” aceita como ordem adequada à sociedade, por que não elevar um deles ao ex-primeiro-cargo da República (embora isso esteja fora de moda, depois da atribuição de poderes totais a qualquer juiz de 1ª instância?).
Claro que todos terão algum incremento em seus números de pesquisa: afinal, haveria de tudo em quase 40% dos votos que detém o ex-presidente. Marina, porém, deixou sequelas com sua postura desde 2010, agravada em 2014 pelos afagos a Aécio Neves. Já Ciro, com uma correção de rota ao final, tem cicatrizes mais recentes, embora curáveis, com olulismo. De Alckmin, Meirelles e Maia, nem é preciso falar.
É por isso que a “solução Huck” voltou à liça eleitoral. Contra o “outsider”, porém, pesam sua amizade baladeira com o mesmo Aécio, o escancarado oportunismo e a marca da Globo tatuada à testa.
Falta, porém, a estes cálculos, o ronco surdo no sentimento do povão, que é difícil precisar, o artificialismo da situação política a que fomos levados e que, se não normalizado – ainda que não por espírito democrático, por medo de onde pode nos levar  – deixa tudo com a solidez de um castelo de cartas e, finalmente,  se não voltar a lucidez, o efeito imprevisível do “ele disse”.
Lembra a história que, num tempo com muito menos poder de comunicação, um “ele merece os nossos sufrágios” de Getúlio Vargas, a poucos dias da eleição, levou uma reconhecida inaptidão à vitória em 1945.


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