Ministros pela metade gora, no cargo, está um outro personagem completamente desconhecido do setor energético, e mesmo da política nacional, o deputado federal do PSB Fernando Bezerra Coelho Filho. Sem entrar no mérito de como se deu sua indicação, em pleno processo de angariar votos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, caiu em seu colo um Ministério no (des)governo Temer. Diga-se de passagem, contestado por amplos setores da sociedade brasileira.

Ministros pela metade


Gustavo Lima/Agência Câmara
"Agora, no cargo, está um outro personagem completamente desconhecido do setor energético, e mesmo da política nacional, o deputado federal do PSB Fernando Bezerra Coelho Filho"
 
Heitor Scalambrini Costa*
O forte de Pernambuco não é oferecer bons ministros ao Ministério de Minas e Energia (para outros ministérios deixo você decidir). Nos últimos 20 anos, dois políticos do Estado figuraram como ministros desta pasta tão estratégica e importante para o país . Este ministério, como outros, tem sido usado como “moeda de troca” na politicagem da chamada “governança”. Já foi feudo do PFL/DEM, depois do PMDB, e com passagem do PT. Pessoas sem nenhum vínculo com a área e sem conhecimento de causa tem sido nomeadas.
Ministro, entre março de 2001 e março de 2002, em plena crise do desabastecimento de energia, quem não se lembra de José Jorge (DEM-PE). Um verdadeiro fantoche. Em pleno gozo, na cadeira de ministro, se sujeitou a que uma outra pessoa, comandasse as ações do Ministério, o então Chefe da Casa Civil da época (atual presidente da Petrobrás), Pedro Parente. Virou chacota para a grande imprensa do país. Além de imporem, com o apagão elétrico da era FHC, um prejuízo de R$ 45,2 bilhões, segundo relatório aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Agora, no cargo, está um outro personagem completamente desconhecido do setor energético, e mesmo da política nacional, o deputado federal do PSB Fernando Bezerra Coelho Filho. Sem entrar no mérito de como se deu sua indicação, em pleno processo de angariar votos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, caiu em seu colo um Ministério no (des)governo Temer. Diga-se de passagem, contestado por amplos setores da sociedade brasileira.
De tradicional família sertaneja, os Coelhos do município de Petrolina (Pernambuco), é filho de um senador da república. Esta família por décadas domina a região, com mão de ferro, com seus descendentes sempre ocupando cargos em governos, não importando o viés ideológico. Transitam no amplo espectro politico da direita, a esquerda. Sem nenhum constrangimento, a frase “Hay gobierno, soy gobierno” cai muito bem a esta família.
O atual ministro do MME é um títere de empresas, e de setores organizados do empresariado nacional e internacional, cumprindo um papel de mero coadjuvante, um borbônico no meio energético. Todavia, tem amplo respaldo do chamado “mercado”. E age, e governa, em função dos interesses do capital.
Diante dos energúmenos personagens atuais, Pernambuco se ressente de figuras ícones como Frei Caneca, Paulo Freire, Dom Helder Câmara, Josué de Castro, Francisco Julião, Miguel Arraes, Pelópidas da Silveira, entre outros.
*Heitor Scalambrini Costa é professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco.
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