Rebelião da RD Congo intensifica ofensiva antes de cúpula

  • 23/11/2012 - 20:56

    Rebelião da RD Congo intensifica ofensiva antes de cúpula


    SAKE, RDCongo (AFP) A ofensiva dos rebeldes do M23 se intensificou nesta sexta-feira nos arredores de Sake, leste da República Democrática do Congo (RDC), após o fracasso de uma contra-ofensiva do Exército, que obrigou milhares de civis a fugir, na véspera de uma cúpula regional em Kampala sobre a crise.
    O avanço do M23, com a conquista na terça-feira de Goma, capital do Kivu Norte, e na quarta-feira de Sake, "foi freada na quinta", depois de intensos combates entre rebeldes e forças do governo, aliadas a uma milícia local, indicou à AFP uma fonte da ONU.
    Ao menos 25 civis ficaram feridos durante os confrontos, segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).
    "Há corpos ao longo da estrada" de Kirotshe, a 8 km ao sul de Sake, para onde "a linha de frente se deslocou", declarou à AFP Thierry Goffeau, chefe da missão do MSF em Goma.
    Sake é um local estratégico de onde partem duas estradas: a primeira que leva à Bakavu, capital da província de Kivu Sul, e a segunda que liga a região à Masisi.
    Foi em Masisi que teve início em abril o motim de oficiais e soldados do Exército que deu origem à rebelião do M23.
    "Tudo está concentrado nos arredores de Sake", afirmou uma fonte da ONU, acrescentando que o Exército congolês "tenta se reorganizar" no sul desta localidade, com o objetivo de "recuperar a integridade do território", de acordo com o coronel Olivier Amuli. Segundo uma fonte militar ocidental, o Exército conta com 3.500 soldados no local.
    No momento em que o Exército se recupera de uma nova derrota para os rebeldes, o presidente congolês Joseph Kabila afastou o chefe do Exército, o general Gabriel Amisi, oficialmente porque foi citado em um relatório da ONU que o acusa de estar envolvido com o tráfico de armas com grupos armados locais.
    Como na quinta-feira, milhares de civis continuaram a fugir da região de Sake em direção ao campo de refugiados de Mugunga, perto de Goma.
    O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados lamentou ter acesso a apenas um dos 31 campos de refugiados em Kivu Norte, que abriga mais de 100.000 pessoas.
    A Organização Mundial de Saúde teme um agravamento da epidemia de coléra na região, onde 65 mortes foram registradas desde janeiro.
    No âmbito diplomático, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, pediu "o fim imediato" da ofensiva do M23 e exigiu sua retirada de Goma, assim como fizeram os presidentes Kabila, Yoweri Museveni (Uganda) e Paul Kagame (Ruanda).
    Mas o M23, que afirma lutar por "melhores condições de vida para os congoleses", exige um diálogo "direto" com Kabila.
    O presidente do M23, Jean-Marie Runiga Lugerero, chegou à Kampala nesta sexta-feira, onde se reunirá com o presidente de Uganda, segundo o movimento.
    Em um relatório publicado quarta-feira, a ONU acusou Ruanda de comandar o M23 e Uganda de fornecer apoio à rebelião, o que os dois países negam.
     COPIADO http://www.afp.com/pt/home

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