Câmara autoriza entrada da PM e evita invasão do Congresso

Cobertura do Congresso chegou a ser tomada Manifestantes tomam a cobertura do Congresso Nacional, em Brasília Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo Eles deixaram a área da Chapelaria, principal 

Câmara autoriza entrada da PM e evita invasão do Congresso

  • Diretor-geral da Câmara tentou negociar com manifestantes e foi recebido com chuva de cusparadas
  • Policiais usou gás lacrimogênio contra manifestantes
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BRASÍLIA — A direção da Câmara chegou a trabalhar com a hipótese de que o Congresso seria invadido e até autorizou a entrada da Polícia Militar (PM) no Congresso. Mas por volta das 23h50 desta segunda-feira, os manifestantes deixaram a área da Chapelaria, principal entrada no prédio. Eles seguiram em direção à Esplanada dos Ministérios, e a PM desfez o cordão de isolamento formado na porta de entrada do Congresso. O Senado não chegou a autorizar a entrada da polícia.
O presidente em exercício da Câmara, André Vargas (PT-PR), que havia deixado o prédio e acompanhava a manifestação do gabinete do governador, retornou ao Congresso logo após a autorização da entrada da PM. Por volta das 22h, a Tropa de Choque da PM tomava o Salão Verde da Câmara, se posicionando para o caso de uma invasão.
— Nossa preocupação é com o patrimônio — afirmou o diretor-geral da Câmara Sérgio Sampaio, após reunião com o chefe da Casa Militar do Governo do DF, Coronel Leão.
O deputado Mendonça Filho (DEM-PB), que também participou da reunião, afirmou que ambulâncias foram posicionadas na descida do Congresso e o Hospital de Base de Brasília foi avisado.
— A dificuldade é que não temos com quem negociar. A manifestação é difusa e a agenda é bem variada. Temos de prever a radicalização e a invasão da Casa.
Sérgio Sampaio tentou sem sucesso negociar com os manifestantes. Em um dos momentos em que ele se aproximou dos integrantes da manifestação, na entrada da Chapelaria do Congresso, foi recebido com uma chuva de cusparadas.
Vargas concedeu entrevista e disse não acreditar que os manifestantes invadam a Câmara. Vargas elogiou a postura da PM e também dos manifestantes.
— A aposta é que havendo contenção, não haverá necessidade da força. Essa é Casa da negociação — disse. — A grande maioria entendeu que não é necessário invadir nem depredar. Entendeu que aqui a casa é de respeito.
Ele afirmou que não é possível entender a natureza dos protestos, que a insatisfação é generalizada, e que pretende dialogar com os manifestantes.
— Alguns com a saúde, outros com a Copa. Não tem uma pauta organizada.
Os policiais passaram a usar gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Uma estudante passou mal, provavelmente por inalar o gás, e foi levada para o serviço médico do Congresso. Na Chapelaria, local onde jornalistas e fotógrafos acompanham a manifestação, é forte o cheiro de gás.
Um dirigente da polícia do Senado disse que nunca viu uma manifestação como essa, em que a multidão tenha se aproximado tanto da porta de entrada do Congresso. A polícia do Senado atribui o avanço dos manifestantes a falhas operacionais da PM, que não conseguiu deter os manifestantes próximo ao espelho d'água, em frente ao prédio do Congresso.
Mais cedo, Vargas tinha se deslocado ao gabinete do governador Agnelo Queiroz, enquanto manifestantes começavam a tentar invadir o Congresso. Ele divulgou nota afirmando que entende ser "legítima toda forma de manifestação democrática", mas que "sua preocupação maior é garantir a segurança dos manifestantes, dos servidores e do patrimônio Público”. ele afirma que solicitou aumento do efetivo policial para evitar depredação do prédio e foi atendido.
Na nota de Vargas, ele afirmou que o prédio estava protegido pela polícia, o que “tem dissuadido qualquer tipo de invasão”. Ele afirma ainda que não foram identificados líderes do movimento ou interlocutores, e que as reivindicações do grupo também não foram divulgadas. “O presidente acredita no bom senso dos manifestantes, no sentido de que a manifestação termine de forma pacífica”, Vargas na nota.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou em nota que o Congresso reconhece a “legitimidade de manifestações democráticas”, “desde que as instituições sejam preservadas”.
“Pessoalmente dei ordens à Polícia Legislativa para que não reprimisse a manifestação popular e que em nenhuma hipótese usasse de violência, mantendo apenas a ordem necessária”, afirmou Renan em nota. Ele ainda afirmou que o Congresso irá encaminhar soluções que lhe couber.
Mais cedo, representantes do movimento pediam para ser recebidos por representantes do Senado. Três estudantes entraram no Congresso e conversaram com um dos negociadores da polícia da Casa. Um martelo foi jogado no vidro da Chapelaria que chegou a trincar.
— Queremos punição pelos agressores (dos manifestantes) no Rio, São Paulo, Bahia. Uma resposta digna do governo para a PEC 37 — disse o estudante de medicina da UnB que se identificou apenas por Amauri.
O Palácio do Planalto também se preparou para o caso de manifestantes tentarem chegar perto do prédio. Na entrada da garagem, mais de cem homens se posicionaram e protegiam o local.
No final da manifestação, quando o Congresso já era liberado, o governador Agnelo Queiroz divulgou nota, dizendo que os protestos são frutos da democracia.
“ O governo do Distrito Federal acompanhou os acontecimentos desta segunda-feira com o cuidado e a firmeza necessários para garantir a segurança de toda a população, a integridade do patrimônio público e o bom funcionamento das instituições. Da mesma forma que devemos respeitar as manifestações pacíficas da sociedade, temos a obrigação de condenar os atos de transgressão à ordem pública, à democracia e às garantias individuais dos cidadãos”, afirmou o governador do DF.
COPIADO  http://oglobo.globo.com/

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