Imprensa internacional destaca manifestações no Brasil - Londres vai ter ato em solidariedade a protestos no Brasil nesta terça


 
18/06/2013 05h50 - Atualizado em 18/06/2013 09h01

Espanhol ‘El País’ fala que país vive 'sonho de democracia'.
Francês ‘Le Monde’ fala em ‘cenas de caos no Rio’.

Do G1, em São Paulo
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As manifestações de cerca de 250 mil pessoas na segunda-feira (17) nas principais cidades brasileiras foram manchetes nesta terça (18) na imprensa internacional.
“O descontentamento no Brasil provoca o maior protesto em décadas”, estampa o jornal espanhol “El País”, que destaca o aumento do preço dos transportes como motivo.
O francês “Le Monde” fala de “uma maré de manifestantes no Brasil; cenas de caos no Rio”. Segundo o jornal, cerca de 200 mil pessoas protestaram contra o preço dos transportes e os gastos para a Copa do Mundo de 2014.
Jornal francês fala em protestos num Brasil que sediará a Copa do Mundo (Foto: Reprodução/ Le Monde)Jornal francês fala em protestos num Brasil que sediará a Copa do Mundo (Foto: Reprodução/ Le Monde)
A rede britânica “BBC” informou “Violência no Rio, atos pacíficos em São Paulo e tentativas de subir no prédio do Congresso, em Brasília”.
O jornal americano “The New York Times” fala de milhares de manifestantes nas ruas brasileiras, contra o alto custo de vida e os gastos com os estádios de futebol.
No argentino “El Clarín”, o destaque é para as bombas incendiárias lançadas contra a Assembleia Legislativa do Rio. (Foto: Reprodução / El Clarín)No argentino “El Clarín”, o destaque é para as bombas incendiárias lançadas contra a Assembleia Legislativa do Rio. (Foto: Reprodução / El Clarín)
No argentino “El Clarín”, o destaque é para as bombas incendiárias lançadas contra a Assembleia Legislativa do Rio.
“Uma espiral de alto custo de vida e serviços precários provocaram a onda de protestos no Brasil”, diz o jornal britânico “The Guardian”.
O italiano “Corriere Della Sera” destacou: “Confrontos e feridos no Rio de Janeiro, em protestos contra os gastos da Copa do Mundo”.
A edição em inglês da rede árabe “Al Jazeera” estampa a insatisfação pública com os preços do transporte público e os gastos para a Copa.
O jornal "USA Today" falou em protestos pacíficos, em pessoas - em São Paulo - indo às ruas no que ele chamou de "atmosfera de Carnaval", com batuques e jingles contra a corrupção.
O jornal norte-americano destacou o fato de que os protestos acontecem antes da Copa do Mundo, das Olímpíadas e, agora, está no meio da Copa das Confederações. "Mais de 65 mil  pessoas foram às ruas para mostrar uma voz de profunda frustração e para mostrar também um descontentamento com as pesadas taxas de transporte, com o sistema público de educação, saúde e segurança", diz o "USA Today" logo no primeiro parágrafo.
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New York Times repercute protestos no Brasil (Foto: Reprodução/ New York Times)New York Times repercute protestos no Brasil (Foto: Reprodução/ New York Times)
A versão online, e em português, da publicação alemã "Deutsch Welle" falou em "maiores manifestações em 20 anos tomam cidades do Brasil".
Outra publicação alemã, o jornal "Die Welt" falou em milhares de brasileiros que sairam nas ruas para demonstrar sua raiva diante da corrupção e de um sistema caro de transporte. Em um vídeo, que encabeça a reportagem, a narração em alemão fala sobre violenta repressão policial e de manifestantes no Rio de Janeiro ateando fogo em um carro.
Jornal inglês fala em insatisfação com gastos para a Copa (Foto: Reprodução/ The Guardian)Jornal inglês fala em insatisfação com gastos
para a Copa (Foto: Reprodução/ The Guardian)
O jornal inglês "The Guardian" pediu aos seus leitores, nesta terça (18), que mandem seus relatos sobre o que anda acontecendo no Brasil - principalmente se estiveram nas manifestações.
Na reportagem intitulada "Compartilhe suas histórias com o The Guardian", a publicação fala sobre a violência policial dos últimos dias, mas destaca que nesta segunda (17), a maioria das manifestações foram pacíficas - tanto do lado dos que participavam quanto da polícia.
Em outro relato, mas agora assinado por dois jornalistas - um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo [ o em São Paulo era um brasileiro] - o "The Guardian" fala em "erupção de instatisfação popular diante dos serviços públicos e do alto custo da Copa".  Citando as principais cidades do país, a publicação chega a relacionar os protestos brasileiros aos que ocorrem na Turquia.
O jornal português "Público" destacou na manchete do seu site: "Brasil está a viver as maiores manifestações das últimas décadas". Fala de pacifismo em São Paulo e em "contornos de guerrilha urbana" no Rio de Janeiro na segunda (17).


Evento é organizado por estudantes via Facebook, onde contou com mais de 6,5 mil adesões.

Da BBC
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O estudante de engenharia Maurício Azevedo, de 20 anos, está há um ano em Londres, onde conta ter poucos amigos e não muitos contatos.
Ainda assim, ele conseguiu que mais de 6 mil pessoas confirmassem no Facebook sua presença para uma manifestação convocada por ele para esta terça-feira (18) em Londres em solidariedade aos protestos que vêm sendo realizados no Brasil.
Atos semelhantes foram convocados pelo Facebook em dezenas de cidades ao redor do mundo.
Página do Facebook convida para protesto em Londres (Foto: Reprodução/Facebook)Página do Facebook convida para protesto
em Londres (Foto: Reprodução/Facebook)
'Berlim e Dublin já haviam realizado eventos (no final de semana). E vi que Londres ainda não tinha se manifestado. Criei o evento (no Facebook) na sexta de manhã e sinceramente não estava esperando muita gente. No primeiro dia, havia pouco mais de cem pessoas. Agora, já são mais de 5 mil confirmados'', disse ele à BBC Brasil.
Até a conclusão deste texto já haviam confirmado presença um total de 6.656 pessoas.
Ele afirma que a ideia de organizar a manifestação, que está marcada para 17h do horário local (13h do horário de Brasília), surgiu porque 'está na hora de a gente acordar, fazer alguma coisa, não só assistir'.
O próprio organizador está cético de que todos aqueles que disseram que irão ao protesto de fato irão comparecer. 'A polícia de Londres diz que normalmente de 10% a 40% dos que confirmam presença realmente aparecem. Mas se forem 40%, já serão milhares', acrescenta.
Oceano de distância
Azevedo afirma que se sentiu determinado a agir após ver 'cenas de abuso, truculência e uso de gás lacrimogêneo pela polícia contra manifestantes'. 'Aquilo me chocou bastante', diz o estudante.
Seu comentário é uma referência à violenta repressão realizada pela Polícia Militar de São Paulo na quinta-feira, quando os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha contra manifestantes que protestavam contra o aumento das tarifas de transporte público, que foram reajustadas de R$ 3 para R$ 3,20.
O gaúcho Azevedo conta que já havia se sentido frustrado por não ter tido chance de participar dos protestos contra os aumentos de passagens em Porto Alegre realizados em abril deste ano. Portanto, não quis deixar a oportunidade passar. 'Não é porque há um oceano de distância nos separando que não vou participar'', diz.
Azevedo refuta críticas de que a onda de protestos no Brasil poderia estar assumindo um ar muito difuso e sem um tema central, e comenta que 'o aumento das passagens foi o estopim, para que as pessoas parassem e pensassem sobre o que estava acontecendo'.
'A gente viu o julgamento do mensalão, a roubalheira, a PEC 37, a estatuto do nascituro. As pessoas começaram a ver que o país realmente tem problemas e que a gente não estava fazendo nada', acrescenta.
Polícia
Após ter criado o evento no Facebook, o passo seguinte foi contactar a Polícia Metropolitana de Londres. Um processo que ele conta ter transcorrido sem maiores complicações.
''Eles pedem que você os contacte com seis dias de antecedência quando se trata de uma passeata, porque precisam bloquear ruas e, assim, minimizar os efeitos do protesto. Quando é o que eles chamam de evento 'estático', que não envolve fechamento de ruas, o processo é mais tranquilo.''
''Passei meus contatos, telefone, endereço. Expliquei que não iríamos trancar rua alguma. Nem atrapalhar o trânsito, só utilizar os espaços públicos de tráfego das pessoas'', acrescentou.
O evento será realizado na Old Palace Yard, uma praça entre o Parlamento e a Abadia de Wesminster.
Inicialmente, a ideia era realizar a manifestação em frente à Embaixada do Brasil, também no centro da cidade, mas a polícia informou que não seria possível realizar o evento no local, por motivos de segurança, conta o estudante.
A polícia também vetou o segundo local marcado para a manifestação, a Praça de Trafalgar, por questões burocráticas, obrigando os organizadores a marcar o evento para a Old Palace Yard.
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