29/08/2013 - 22:08
BAGDÃ (AFP)
A execução de caminhoneiros sírios no deserto do Iraque divulgada em
um vídeo, no qual um novo chefe da Al-Qaeda aparece com o rosto
descoberto, reaviva o terror nesta região fronteiriça.
Até sua morte, em 2006, o nome que causava medo no país era o de Abu Musab al-Zarqawi, um líder da Al-Qaeda conhecido por sua crueldade e por seus ataques à população xiita.
Mas desde que no dia 25 de agosto foi divulgado um vídeo que mostrava o assassinato, em 2 de junho, de três caminhoneiros sírios em uma estrada do oeste do Iraque, o terror assumiu uma nova face: a de Chaker Wahiyib al-Fahdawi.
"É o único que mata com o rosto descoberto (...) É perigoso e astuto", considera o coronel Yasin Dwaij, chefe de inteligência da Polícia na província de Al-Anbar, no oeste do país.
O vídeo foi postado na internet e depois divulgado pela televisão. Nele é possível ver Fahdawi interrogando quatro caminhoneiros sobre sua confissão religiosa.
Inicialmente, três caminhoneiros afirmam ser sunitas, mas depois, segundo a televisão, se descobre que, na realidade, são alauítas, um ramo do xiismo ao qual pertence o presidente sírio, Bashar al-Assad, que em seu país combate rebeldes ligados à Al-Qaeda.
Fahdawi alinha os três homens na beira da estrada e os mata a sangue frio, antes de soltar o quarto, um sunita.
O vídeo exibe Fahdawi com o rosto à mostra, enquanto seus homens usam máscaras.
Tudo acontece à luz do dia, sem que os agressores pareçam preocupados com uma possível presença das forças de segurança na estrada.
Fahdawi, um iraquiano de 27 anos, usa uma barba e veste, como os jihadistas, calças largas e um keffiyeh (lenço tradicional sobre a cabeça). Ele forjou uma reputação lutando contra as tropas americanas antes de ser detido. Depois de ter sido condenado à morte e preso no norte do país, Fahdawi fugiu no ano passado da prisão.
-- Uma nova geração "cada vez mais extremista" --
Nos meses seguintes, o governo o acusou de vários ataques, enquanto sua presença na mídia se tornou cada vez mais constante.
Com o objetivo de aproveitar as manifestações sunitas contra o governo na província de Al-Anbar (oeste) desde dezembro, o novo chefe esteve no mês de março em Fallujah, onde foi filmado lendo um poema.
A partir de então, as autoridades passaram a oferecer 50.000 dólares de recompensa por sua captura.
Em maio, as autoridades o acusaram de estar por trás do sequestro de 16 policiais na estrada que liga a Jordânia ao Iraque. Doze deles morreram e quatro ficaram feridos.
Desde a divulgação do último vídeo, Fahdawi se tornou, provavelmente, a figura mais emblemática do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), braço iraquiano da Al-Qaeda.
"O terrorista que matou os caminhoneiros (...) é hoje uma das figuras mais perigosas da Al-Qaeda", afirma um general que pediu para não ser identificado.
"Faz parte de uma nova geração, como Zarqawi em sua época, mas ainda mais extremista", considera.
Zarqawi, um jordaniano conhecido por suas táticas brutais, acabou entrando em rota de colisão com muitas tribos da região, chegando a causar o descontentamento de algumas lideranças da Al-Qaeda.
Depois de sua morte e da decisão das forças americanas de recrutar membros em meio às tribos sunitas da região, a segurança na província parecia ter melhorado.
Mas o descontentamento das tribos com o governo, o envolvimento de jihadistas no conflito sírio e a retomada dos atentados no Iraque aumentaram novamente a insegurança.Copy http://www.afp.com
Até sua morte, em 2006, o nome que causava medo no país era o de Abu Musab al-Zarqawi, um líder da Al-Qaeda conhecido por sua crueldade e por seus ataques à população xiita.
Mas desde que no dia 25 de agosto foi divulgado um vídeo que mostrava o assassinato, em 2 de junho, de três caminhoneiros sírios em uma estrada do oeste do Iraque, o terror assumiu uma nova face: a de Chaker Wahiyib al-Fahdawi.
"É o único que mata com o rosto descoberto (...) É perigoso e astuto", considera o coronel Yasin Dwaij, chefe de inteligência da Polícia na província de Al-Anbar, no oeste do país.
O vídeo foi postado na internet e depois divulgado pela televisão. Nele é possível ver Fahdawi interrogando quatro caminhoneiros sobre sua confissão religiosa.
Inicialmente, três caminhoneiros afirmam ser sunitas, mas depois, segundo a televisão, se descobre que, na realidade, são alauítas, um ramo do xiismo ao qual pertence o presidente sírio, Bashar al-Assad, que em seu país combate rebeldes ligados à Al-Qaeda.
Fahdawi alinha os três homens na beira da estrada e os mata a sangue frio, antes de soltar o quarto, um sunita.
O vídeo exibe Fahdawi com o rosto à mostra, enquanto seus homens usam máscaras.
Tudo acontece à luz do dia, sem que os agressores pareçam preocupados com uma possível presença das forças de segurança na estrada.
Fahdawi, um iraquiano de 27 anos, usa uma barba e veste, como os jihadistas, calças largas e um keffiyeh (lenço tradicional sobre a cabeça). Ele forjou uma reputação lutando contra as tropas americanas antes de ser detido. Depois de ter sido condenado à morte e preso no norte do país, Fahdawi fugiu no ano passado da prisão.
-- Uma nova geração "cada vez mais extremista" --
Nos meses seguintes, o governo o acusou de vários ataques, enquanto sua presença na mídia se tornou cada vez mais constante.
Com o objetivo de aproveitar as manifestações sunitas contra o governo na província de Al-Anbar (oeste) desde dezembro, o novo chefe esteve no mês de março em Fallujah, onde foi filmado lendo um poema.
A partir de então, as autoridades passaram a oferecer 50.000 dólares de recompensa por sua captura.
Em maio, as autoridades o acusaram de estar por trás do sequestro de 16 policiais na estrada que liga a Jordânia ao Iraque. Doze deles morreram e quatro ficaram feridos.
Desde a divulgação do último vídeo, Fahdawi se tornou, provavelmente, a figura mais emblemática do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), braço iraquiano da Al-Qaeda.
"O terrorista que matou os caminhoneiros (...) é hoje uma das figuras mais perigosas da Al-Qaeda", afirma um general que pediu para não ser identificado.
"Faz parte de uma nova geração, como Zarqawi em sua época, mas ainda mais extremista", considera.
Zarqawi, um jordaniano conhecido por suas táticas brutais, acabou entrando em rota de colisão com muitas tribos da região, chegando a causar o descontentamento de algumas lideranças da Al-Qaeda.
Depois de sua morte e da decisão das forças americanas de recrutar membros em meio às tribos sunitas da região, a segurança na província parecia ter melhorado.
Mas o descontentamento das tribos com o governo, o envolvimento de jihadistas no conflito sírio e a retomada dos atentados no Iraque aumentaram novamente a insegurança.Copy http://www.afp.com
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