Em carta a funcionários, Obama diz que paralisação nos EUA é injusta - Reflexos da falta de acordo sobre orçamento já são vistos nos EUA - Entenda o impasse que fez parar parte do governo dos EUA

Paralisação nos EUA é injusta, diz Obama em carta a funcionários
Falta de acordo afeta serviços não essenciais e suspende funções de 800 mil servidores.
 
01/10/2013 11h36 - Atualizado em 01/10/2013 12h28


Presidente disse que vai tentar convencer Congresso a retomar operações.
Carta foi publicada no site do Departamento de Energia.

Do G1, em São Paulo
14 comentários
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira (1º) aos funcionários públicos federais dos EUA que a paralisação do governo era "completamente evitável" e que ele vai tentar convencer o Congresso a retomar as operações o mais breve possível.
Funcionário mostra cartaz em frente ao Capitólio, em Washington: 'Faça o seu trabalho para que eu possa fazer o meu' (Foto: Larry Downing/Reuters)Funcionário mostra cartaz em frente ao Capitólio, em Washington: "Faça o seu trabalho para que eu possa fazer o meu" (Foto: Larry Downing/Reuters)
Em uma carta publicada no site do Departamento de Energia, Obama elogiou os trabalhadores federais por seu serviço, e afirmou que "vocês fazem tudo isso em uma clima político que, muitas vezes nos últimos anos, tem tratado vocês como um saco de pancadas". Veja a íntegra.
"Essa paralisação era totalmente evitável. Isso não deveria ter acontecido", disse Obama na carta, em que colocou a culpa pela paralisação na Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos.
Democratas e republicanos não chegaram a um acordo, e grande parte do setor público dos Estados Unidos será "paralisado" a partir desta terça-feira (1º). O Congresso precisava aprovar, até a meia-noite (1h de terça-feira no Brasil), um Orçamento para permitir os gastos federais, o que costuma ser feito com antecedência – mas o prazo terminou nesta segunda.
Sem esse orçamento, o governo federal vinha tendo seus gastos garantidos por permissões temporárias, chamadas de “resoluções continuadas”. A última, aprovada em março, expirou nesta segunda.
Com isso, os serviços considerados não essenciais devem ser paralisados, até que um acordo seja alcançado. Cerca de 800 mil trabalhadores federais serão colocados em licença não remunerada.
A medida tende a provocar, entre ouras consequências, o fechamento de museus e parques nacionais, prejudicar a emissão de passaportes, o processamento de impostos, o pagamento de benefícios os pagamentos de subsídios agrícolas e as concessões de empréstimos, entre outros. Nesta manhã, a Estátua da Liberdade, em Nova York, está fechada, bem como os museus de Washington.
Pouco antes da meia-noite, o Escritório de Administração e Orçamento do governo federal emitiu um memorando orientando as agências a executar planos para o fechamento ordenado dos serviços por falta de recursos.
Na conta do Capitólio no microblog Twitter, um aviso já informa que a mesma não será mais atualizada por falta de fundos.
Negociações
O impasse na aprovação do orçamento ocorreu porque os republicanos, que controlam a Câmara, se recusaram a aprovar uma nova permissão de gastos se não forem atendidos dois pedidos: adiar em um ano a entrada em vigor da lei de assistência à saúde do presidente Obama – o chamado “Obamacare” – e eliminar um imposto criado para financiar a cobertura de pessoas sem plano de saúde.
Essas pessoas devem começar a ser cadastradas nesta terça-feira. Os democratas, por sua vez, não querem mudanças no projeto de saúde.
O “confronto” entre os dois partidos durou até os últimos minutos. Por volta das 23h (horário dos EUA), o Senado, de maioria democrata, rejeitou o terceiro projeto temporário de Orçamento, aprovado 40 minutos antes na Câmara. Mais cedo, o Senado já havia rejeitado proposta semelhante, aprovada pela Câmara durante o final de semana.
Durante a tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a fazer um apelo nesta para que o Congresso impedisse a "paralisação" do governo americano. Segundo ele, o Congresso está agindo "no limite da irresponsabilidade".
"Isso não precisa acontecer", disse. "Deixe-me repetir. Isso não precisa acontecer”. "Manter o governo do povo funcionando não é uma concessão a mim. É a sua responsabilidade básica", acrescentou.
Obama lembrou que o governo federal é o maior empregador do país e que o fechamento iria ter consequências na economia.
Um grupo de republicanos dissidentes na Câmara chegou a colocar em votação um projeto que eliminava as exigências referentes à lei de assistência à saúde, que deveria ser bem recebido no Senado, mas a proposta falhou.
Nas últimas horas do embate, a maioria da Câmara chegou a oferecer a formação de um grupo de negociação, mas a proposta foi rejeitada pelos senadores.
A última vez que o governo dos Estados Unidos passou por uma paralisação semelhante foi em 1995/1996, quando os serviços não essenciais foram suspensos uma semana antes do Natal, por 26 dias, durante o governo do também democrata Bill Clinton.
Os serviços não essenciais devem permanecer paralisados até que o Congresso aprove um orçamento ou uma nova "resolução continuada", que forneça uma licença temporária para os gastos federais.
Militares
À espera da paralisação, Obama assinou, já durante a noite, uma medida para garantir que os membros das Forças Armadas sejam pagos.
Em mensagem gravada para as tropas, Obama afirmou que os militares continuarão com seus trabalhos normalmente.
"Nossas operações militares continuarão. Sei que os dias à frente podem ser mais incertos", afirmou. "Vocês e sua família são melhores que essa disfunção que estamos vendo no Congresso".
"Como nação, enfrentamos decisões orçamentárias difíceis", disse o presidente.
  • FOTOS: museus e outros locais públicos fecham
    01/10/2013 10h10 - Atualizado em 01/10/2013 12h19


    Estátua da Liberdade está fechada nesta terça-feira (1º).
    Na véspera, Congresso não chegou a acordo, e governo segue 'paralisado'.

    Do G1, em São Paulo
    95 comentários
    Os reflexos da decisão do Congresso dos Estados Unidos, de não aprovar o Orçamento do país nesta segunda-feira (30), já começam a ser vistos na manhã desta terça (1º). A visitação à Estátua da Liberdade, em Nova York, um dos símbolos norte-americanos mais conhecidos no mundo, está fechada, assim como o Lincoln Memorial, em Washington.
    Turistas observam placa que anuncia que a Estátua da Liberdade, localizada em um Parque Nacional dos EUA, está fechada para visitas em Nova York, após o governo 'parar' devido ao impasse quanto ao orçamento do país no Congresso. (Foto: mike se)Turistas observam placa que anuncia que a Estátua da Liberdade, localizada em um Parque Nacional dos EUA, está fechada para visitas em Nova York, após o governo 'parar' devido ao impasse quanto ao orçamento do país no Congresso. (Foto: Reuters)
    Democratas e republicanos não chegaram a um acordo, e grande parte do setor público dos Estados Unidos será "paralisado" a partir desta terça-feira. O Congresso precisava aprovar, até a meia-noite (1h de terça-feira no Brasil), um Orçamento para permitir os gastos federais, o que costuma ser feito com antecedência – mas o prazo terminou nesta segunda.
    Sem esse orçamento, o governo federal vinha tendo seus gastos garantidos por permissões temporárias, chamadas de “resoluções continuadas”. A última, aprovada em março, expirou nesta segunda.
    Com isso, os serviços considerados não essenciais devem ser paralisados, até que um acordo seja alcançado. Cerca de 800 mil trabalhadores federais serão colocados em licença não remunerada. A medida vai provocar o fechamento de museus e parques nacionais, prejudicar a emissão de passaportes, o processamento de impostos, o pagamento de benefícios os pagamentos de subsídios agrícolas e as concessões de empréstimos, entre outros.
    Pouco antes da meia-noite, o Escritório de Administração e Orçamento do governo federal emitiu um memorando orientando as agências a executar planos para o fechamento ordenado dos serviços por falta de recursos.
    Na conta do Capitólio no microblog Twitter, um aviso já informa que a mesma não será mais atualizada por falta de fundos.
    Negociações
    O impasse na aprovação do orçamento ocorreu porque os republicanos, que controlam a Câmara, se recusaram a aprovar uma nova permissão de gastos se não forem atendidos dois pedidos: adiar em um ano a entrada em vigor da lei de assistência à saúde do presidente Obama – o chamado “Obamacare” – e eliminar um imposto criado para financiar a cobertura de pessoas sem plano de saúde.
    Essas pessoas devem começar a ser cadastradas nesta terça-feira. Os democratas, por sua vez, não querem mudanças no projeto de saúde.
    O “confronto” entre os dois partidos durou até os últimos minutos. Por volta das 23h (horário dos EUA), o Senado, de maioria democrata, rejeitou o terceiro projeto temporário de Orçamento, aprovado 40 minutos antes na Câmara. Mais cedo, o Senado já havia rejeitado proposta semelhante, aprovada pela Câmara durante o final de semana.
    Durante a tarde, o presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a fazer um apelo nesta para que o Congresso impedisse a "paralisação" do governo americano. Segundo ele, o Congresso está agindo "no limite da irresponsabilidade".
    "Isso não precisa acontecer", disse. "Deixe-me repetir. Isso não precisa acontecer”. "Manter o governo do povo funcionando não é uma concessão a mim. É a sua responsabilidade básica", acrescentou.
    Obama lembrou que o governo federal é o maior empregador do país e que o fechamento iria ter consequências na economia.
    Um grupo de republicanos dissidentes na Câmara chegou a colocar em votação um projeto que eliminava as exigências referentes à lei de assistência à saúde, que deveria ser bem recebido no Senado, mas a proposta falhou.
    Nas últimas horas do embate, a maioria da Câmara chegou a oferecer a formação de um grupo de negociação, mas a proposta foi rejeitada pelos senadores.
    A última vez que o governo dos Estados Unidos passou por uma paralisação semelhante foi em 1995/1996, quando os serviços não essenciais foram suspensos uma semana antes do Natal, por 26 dias, durante o governo do também democrata Bill Clinton.
    Os serviços não essenciais devem permanecer paralisados até que o Congresso aprove um orçamento ou uma nova "resolução continuada", que forneça uma licença temporária para os gastos federais.
    Militares
    À espera da paralisação, Obama assinou, já durante a noite, uma medida para garantir que os membros das Forças Armadas sejam pagos.
    Em mensagem gravada para as tropas, Obama afirmou que os militares continuarão com seus trabalhos normalmente.
    "Nossas operações militares continuarão. Sei que os dias à frente podem ser mais incertos", afirmou. "Vocês e sua família são melhores que essa disfunção que estamos vendo no Congresso".
    "Como nação, enfrentamos decisões orçamentárias difíceis", disse o presidente.
    O presidente dos EUA, Barack Obama, assina legislação garantindo pagamento aos membros das Forças Armadas (Foto: Pete Souza/White House)O presidente dos EUA, Barack Obama, assina legislação garantindo pagamento aos membros das Forças Armadas (Foto: Pete Souza/White House)
  • Thais Herédia: americanos querem um culpado 
    01/10/2013 12h09 - Atualizado em 01/10/2013 12h30


    Congresso precisava aprovar orçamento para permitir gastos federais.
    Museus, parques e emissão de passaportes pararam nesta terça-feira.

    Do G1, em São Paulo
    1 comentário
    Uma barreira de trânsito com a palavra “pare” no lado Senado, no Capitólio dos EUA, em Washington, nesta terça-feira (1º) (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)Barreira de trânsito com a palavra “pare” em Washington, nesta terça-feira (1º) (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)

    Um impasse político em torno do orçamento dos Estados Unidos fez com que grande parte do setor público do país parasse de funcionar a partir desta terça-feira (1º), o que não acontecia há 17 anos.
    Entenda o que levou o país a essa situação e o que pode acontecer.
    Por que parte dos serviços públicos dos Estados Unidos pararam?
    O governo federal ficou sem permissão para efetuar gastos não essenciais.
    Por que isso aconteceu?
    O Congresso precisava aprovar um orçamento para permitir os gastos federais, o que costuma ser feito com antecedência – mas o prazo terminou nesta segunda-feira (30). Os republicanos da Câmara e os democratas do Senado não chegaram a um acordo e nada foi aprovado.
    Sem esse orçamento, o governo federal vinha tendo seus gastos garantidos por permissões temporárias, chamadas de “resoluções continuadas”. A última, aprovada em março, expirou na segunda-feira (30).
    O que acontece sem a aprovação para continuar a gastar?
    A partir da 0h01 desta terça-feira (1º), os serviços considerados não essenciais foram paralisados. Cerca de 800 mil trabalhadores federais foram colocados em licença não remunerada.
    Quais serviços foram interrompidos?
    Ficarão fechados parques nacionais e museus. A emissão de passaportes para norte-americanos poderá ser interrompida ou sofrer atrasos, assim como de vistos para estrangeiros (a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, no entanto, afirmou que isso não deve ocorrer ao menos em um primeiro momento). O processamento de impostos pode sofrer atrasos, assim como o pagamento de alguns benefícios, como os direcionados aos veteranos das Forças Armadas.
    Também podem ser interrompidos os pagamentos de subsídios agrícolas e novas concessões de benefícios sociais e de garantias federais para empréstimos, incluindo para pequenas empresas e compra de imóveis. Serviços de coleta de lixo também podem sofrer interrupção em Washington, onde são controlados pelo governo federal.
    O que continua funcionando?
    O fechamento não deve afetar o controle de tráfego aéreo, controle de passaportes, pagamentos de pensões, correios, serviços militares, serviços médicos e controle de fronteiras, entre outros.
    Por que o Congresso não aprovou uma nova permissão para gastos?
    Há um impasse entre os partidos Democrata, do presidente Barack Obama, e Republicano.
    Os republicanos, que comandam a Câmara, se recusam a aprovar uma nova permissão de gastos se não forem atendidos dois pedidos: adiar em um ano a entrada em vigor da lei de assistência à saúde do presidente Obama – o chamado “Obamacare” – e eliminar um imposto criado para financiar a cobertura de pessoas sem plano de saúde. Essas pessoas devem começar a ser cadastradas nesta terça-feira. Os democratas, por sua vez, não querem mudanças no projeto de saúde.
    O que deve ser feito a partir de agora?
    O Congresso dos Estados Unidos precisa chegar a um consenso e aprovar o orçamento. Nesta terça, contudo, o Senado votou contra a mais recente tentativa da Câmara de modificar o projeto de lei de financiamento emergencial do governo. Os republicanos haviam pedido início de negociações formais para reverter o impasse.
    Já houve outras paralisações como de agora?
    Sim. A última aconteceu em 1995/1996, quando os serviços não essenciais foram paralisados uma semana antes do Natal, por 26 dias, durante o governo do também democrata Bill Clinton.
    Quais as consequências para a economia?
    A paralisação dos serviços pode impactar o crescimento econômico do país. Entre outras consequências, o governo pode ter mais dificuldade em vender títulos para se financiar, e acabar elevando as taxas de juros. Taxas mais altas atrapalham o crescimento da economia, pois tornam mais caro investir. Por outro lado, isso pode gerar consequências negativas para os demais países, pois juros mais altos nos EUA tenderão a atrair recursos e “esvaziar” de dólares o resto do mundo.
    O que acontece agora?
    Os serviços não essenciais devem permanecer paralisados até que o Congresso aprove um orçamento ou uma nova "resolução continuada" que forneça uma licença temporária para os gastos federais.

    Os EUA estão sem dinheiro para pagar essas contas?
    Não. No momento, o que falta é essa autorização para realizar gastos. Em algumas semanas, no entanto, o país deve atingir o limite de endividamento aprovado pelo Congresso. Se um outro acordo (para elevar esse limite) não for alcançado, aí sim, poderá faltar dinheiro ao governo para pagar empréstimos e cumprir compromissos financeiros.
      copiado http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte

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