Com hospital, mísseis e 'doca' Marinha põe em operação seu mais imponente e importante navio

Yam Wanders/Ortis Defense 
Com hospital, mísseis e 'doca' Marinha põe em operação seu mais imponente e importante navio 

Marinha põe em operação seu navio mais importante


O mais importante e imponente navio da Marinha do Brasil foi "homologado" faz alguns dias –isto é, está agora plenamente operacional, o que foi obtido durante uma viagem de ida e volta entre o Rio de Janeiro e Santos, no litoral paulista.
Como ele é dotado de dois conveses de voo para helicópteros, faltava apenas poder operar à noite essas aeronaves ditas de "asas rotativas". Isso foi feito, e o Navio Doca Multipropósito Bahia está apto a cumprir todas as missões que sua exótica denominação define.
"Multipropósito" significa –e isso é autoexplicativo– servir para várias finalidades.
Como diz a Marinha, ele serve para "transportar e controlar embarcações de desembarque, viaturas anfíbias e carros de combate; conduzir movimento navio-terra por superfície ou helitransportado; realizar atividades benignas em assistência humanitária e em casos de desastres naturais; dar apoio à realização de operações especiais; prover apoio logístico; e efetuar operações de busca e salvamento".
O Bahia também pode servir de navio capitânea de uma esquadra e lançar helicópteros antissubmarinos ou armados com mísseis antinavios.
Andar pelo navio é cansativo; ele é enorme, tem vários "conveses" –isto é, andares. Existe até um pequeno elevador de uso exclusivo do comandante, mas que só vai do quarto ao sétimo convés.
A maior parte do tempo se passa subindo e descendo escadas, e se perdendo por inúmeros corredores, que ainda têm placas de ruas de Marselha, cidade francesa que era ligada ao navio.
Mas justamente por ter bastante espaço –o Bahia tem uma tripulação de 299 militares e pode embarcar 359 homens de tropa, normalmente fuzileiros navais–, os camarotes são confortáveis.
E a "praça d'armas", o salão no quarto convés onde os oficiais fazem suas refeições e descansam, parece tirado de um navio de cruzeiro. É ideal para recepcionar autoridades, uma função tradicional de um navio de guerra.
O navio foi adquirido da Marinha francesa –na qual se chamava Siroco–, como uma "compra de ocasião". Isto é, foi colocado à venda já pronto, em vez de ser projetado e construído no país. Mas valeu cada euro.
Além da capacidade de operar três helicópteros de cada vez, o navio tem uma "doca" da qual entram e saem embarcações de desembarque.
Seu armamento é apenas defensivo, mísseis de curto alcance e metralhadoras. Mas a versatilidade também fica clara pelas extensas instalações hospitalares a bordo.
Até agora o navio mais importante da Marinha era o porta-aviões São Paulo –igualmente francês, o antigo Foch. Ele cumpriu sua missão de fazer a Marinha operar de novo aviões de asas fixas, algo que tinha sido cassado na década de 1960, e está agora desativado.
O Bahia é menor, tem menos da metade do deslocamento, mas é mais versátil. Ele foi transferido para a Marinha do Brasil em 17 de dezembro de 2015, em Toulon, cidade ao sul da França.
Os franceses construíram recentemente uma classe mais moderna desse tipo de navio porta-helicópteros de "intervenção e projeção", a Mistral. Por isso o Siroco estava disponível e foi colocado à venda.
A estrutura hospitalar inclui duas salas de cirurgia, oito leitos de terapia intensiva, três leitos para queimados, quatro leitos de triagem, 24 leitos de extensão, além de consultórios médicos, consultório odontológico, laboratório e sala de raios-X
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