Para Dodge, é 'fato incontroverso' que Aloysio Nunes recebeu R$ 500 mil não declarados da Odebrecht Ministro das Relações Exteriores disse que não houve corrupção e afirmou que a prestação de contas de sua campanha em 2010 foi aprovada pela Justiça Eleitoral.Por Renan Ramalho e Alessandra Modzeleski, G1, Brasília
A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ser “fato
incontroverso” que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes, recebeu R$ 500 mil da Odebrecht para sua campanha a senador em
2010 que não foram declarados à Justiça Eleitoral.
Em
relatório de investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal
(STF), Dodge disse, no entanto, que ainda falta apurar a origem dos
recursos e a finalidade do repasse, o que é fundamental para saber
se houve corrupção no episódio ou somente caixa 2.
Aloysio
Nunes é investigado desde março por supostamente ter recebido
propina para interceder a favor da Odebrecht em contratações da
Dersa, estatal paulista responsável por obras rodoviárias no
estado. O relator do caso no STF é o ministro Gilmar Mendes.
O
ministro nega a suspeita e diz que as doações que recebeu em 2010
não tiveram como contrapartida qualquer ato formal ou favor prestado
à construtora. Também diz que a investigação é “bem-vinda”
para afastar qualquer dúvida em relação à “correção” da
prestação de contas da campanha, aprovada pela Justiça Eleitoral
(leia mais abaixo a nota divulgada pela assessoria do ministro).
Inquérito
No
mesmo inquérito de Aloysio, também é investigado o senador José
Serra (PSDB-SP) por suposto recebimento de propina na construção do
Rodoanel Sul em São Paulo, na época em que era governador, entre
2007 e 2010.
Decreto
assinado por Serra teria beneficiado, segundo as investigações, o
consórcio formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.
Na
contratação, o então diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira
de Souza, teria pedido às empreiteiras 0,75% de cada pagamento às
empreiteiras para campanhas do PSDB, em especial de Serra. O senador
também nega as suspeitas.
No
parecer enviado ao STF, Raquel Dodge também diz que, tanto em
relação a Serra quanto a Aloysio, não haverá mais possibilidade
de punir qualquer crime supostamente cometido antes de 2010.
Isso
ocorre por causa da prescrição, quando a demora até o oferecimento
de denúncia impede o Estado de processar os investigados. No caso
dos dois tucanos, esse prazo caiu à metade porque ambos têm mais de
70 anos.
Leia
a íntegra da nota à imprensa divulgada pela assessoria do ministro:
Nota
à imprensa
O
ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, não
recebeu repasse ilegal da Odebrecht para sua campanha ao Senado, em
2010.
Conforme
relato dos delatores, a empreiteira nunca condicionou a resolução
de problemas envolvendo obras ao pagamento de vantagem indevida ou
mesmo a realização de doação eleitoral. Por isso, não há que se
falar em crime de corrupção, como será comprovado ao final do
inquérito em curso.
No
entanto, quanto à imputação de caixa 2, a investigação é
bem-vinda para afastar qualquer dúvida quanto à correção da
prestação de contas da campanha que, aliás, já foram aprovadas
pela Justiça Eleitoral.Assessoria de imprensa do ministro Aloysio
Nunes Ferreira (Relações Exteriores)
No
parecer enviado ao STF, Raquel Dodge pede a continuidade das
investigações com novo depoimento de Aloysio e de Carlos Armando
Paschoal, executivo da Odebrecht que delatou
o ministro em
acordo de colaboração premiada.
Na
delação, Paschoal disse que foi o próprio Aloysio quem lhe pediu
doações em 2010 para campanha. Na Odebrecht, o executivo conseguiu
obter R$ 500 mil, que teriam sido repassados em duas parcelas de R$
250 mil num hotel da zona sul de São Paulo indicados por um
“representante” do ministro.
Dodge
também quer descobrir quem foi o intermediário de Aloysio no
recebimento do dinheiro. A Polícia Federal deverá ouvir ainda
Rubens Rizek, coordenador financeiro da campanha, para esclarecer a
origem dos recursos e circunstâncias do repasse.
não
haverá mais possibilidade de punir qualquer crime supostamente
cometido antes de 2010.
Isso
ocorre por causa da prescrição, quando a demora até o oferecimento
de denúncia impede o Estado de processar os investigados. No caso
dos dois tucanos, esse prazo caiu à metade porque ambos têm mais de
70 anos.
Leia
a íntegra da nota à imprensa divulgada pela assessoria do ministro:
Nota
à imprensa
O
ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, não
recebeu repasse ilegal da Odebrecht para sua campanha ao Senado, em
2010.
Conforme
relato dos delatores, a empreiteira nunca condicionou a resolução
de problemas envolvendo obras ao pagamento de vantagem indevida ou
mesmo a realização de doação eleitoral. Por isso, não há que se
falar em crime de corrupção, como será comprovado ao final do
inquérito em curso.
No
entanto, quanto à imputação de caixa 2, a investigação é
bem-vinda para afastar qualquer dúvida quanto à correção da
prestação de contas da campanha que, aliás, já foram aprovadas
pela Justiça Eleitoral.
copiado https://g1.globo.com/politica/
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