Protestos contra decisão de Trump têm confrontos entre palestinos e forças de Israel
- Manifestantes palestinos entram em confronto com forças de segurança de Israel em Ramallah, na Cisjordânia
Palestinos tomaram as ruas da Cisjordânia e da faixa de Gaza nesta quinta-feira (7) em protesto à decisão do presidente dos EUA Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Há relatos de confrontos com as forças de segurança de Israel em diversos pontos da Cisjordânia e em trechos da fronteira de Gaza com Israel.
Mais cedo, o exército israelense já havia comunicado que iria reforçar a segurança na Cisjordânia."O desdobramento de batalhões assim como de unidades de combate de inteligência e de defesa territorial respondem à preparação do Exército para possíveis desenvolvimentos dos eventos", segundo comunicado do Exército.
Lojas e escolas não estão fechadas nesta quinta-feira na Cisjordânia. Os palestinos em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, estão monitorando a greve geral convocada em rejeição à decisão de Trump.
As facções islâmicas e laicas palestinas em Gaza convocaram ontem a greve geral e manifestações ao meio-dia para protestar contra o anúncio do presidente Trump, onde reconhece Jerusalém como a capital de Israel, segundo informaram em comunicado conjunto.
O ministro da Educação da Palestina, Sabri Saidam, respondeu à convocação decretando hoje o fechamento das escolas, e pediu para que professores e estudantes participassem das manifestações previstas na Cisjordânia, Faixa de Gaza e zonas palestinas de Jerusalém.
Intifada
O movimento islamita Hamas convocou nesta quinta-feira uma nova sublevação palestina, a conhecida como "intifada", para protestar contra o reconhecimento por parte dos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.
Por sua vez, o movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, pediu um novo levante popular. "Não se pode enfrentar a política sionista dos Estados Unidos mais do que lançando uma nova intifada", disse o chefe de Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso feito em Gaza.
Analistas e observadores temem que a decisão de Trump abra um novo conflito pelo status dessa cidade, onde há lugares santos judeus, cristãos e muçulmanos.
A decisão colocará a região "em um círculo de fogo", disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que quer mobilizar o mundo muçulmano. Até a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos, criticou o ato, qualificando-o de "irresponsável".
O reconhecimento de Jerusalém enfureceu os líderes da Autoridade Palestina, a entidade reconhecida internacionalmente como prefiguração de um futuro Estado palestino independente.
Já o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu saudou o "dia histórico". "O presidente Trump entrou para sempre na história de nossa capital", disse na quinta-feira.
A decisão coloca em xeque o papel histórico de mediador dos Estados Unidos como mediador de paz, lamentou o presidente palestino Mahmud Abbas.
Em sua chegada à Casa Branca, Trump prometeu buscar um acordo diplomático, mas os esforços de sua administração não tiveram resultado até agora.
"Os Estados Unidos continuam determinados a ajudar a facilitar um acordo de paz aceitável para as duas partes", disseTrump.
"Como eu poderia me sentar à mesa com aqueles que me impõem o futuro de Jerusalém como capital de Israel?", disse o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat.
Trump disse que reconhecer Jerusalém como capital não significa pronunciar-se sobre o "status final" da cidade em negociações com os palestinos.
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