A “delação de mercado” da lava jato A entrevista, na Folha de hoje, do pretensioso procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o irmão “mais velho” de Deltan Dallagnol, é reveladora da falta de qualquer principio ético e preocupação com a sociedade da turma da Lava Jato.

guruA “delação de mercado” da lava jato

A entrevista, na Folha de hoje,  do pretensioso procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, o irmão “mais velho” de Deltan Dallagnol, é reveladora da falta de qualquer principio ético e preocupação com a sociedade da turma da Lava Jato.
Perguntado se os acordos de leniência para evitar o fechamento de empresas são importantes, ele responde:
Não. Esse é o interesse dela. Meu interesse não é esse. Meu interesse é: me traga provas dos outros crimes, dos outros envolvidos, me dê todo material, pague um ressarcimento, pague as multas que tem que pagar e, na medida do possível, entregue todas as provas e mude de comportamento. Esse é o meu interesse. Eu entendo o seu [empresa]. Você quer se salvar, tudo bem. Agora, você cumpra os interesses meus. Ela [leniência] não é para salvar o mercado das empreiteiras. Ela é para “você se salva e todas as outras vão para o sal”. É assim que funciona.
“Você se salva e as outras vão para o sal”, perceberam? É a “delação de mercado”, onde uma empresa usa a acusação como forma de ganhar espaço das outras, que “vão para o sal”.
Aí está a fonte do “acordão”, que custou milhões de dólares em bonificações para executivos que “toparam” confessar e acusar, patrocinado pela cúpula da Odebrecht.
Quando eu faço o dilema do prisioneiro eu digo: um se salva, os outros vão pagar.
É mesmo sui generis a ideia de Justiça do Dr. Lima.
Empregos não o preocupam e ele propõe uma solução que cabe apenas nos contos de fada:
” As empresas podem ser vendidas e podem continuar a sua vida. Não há impedimento. O problema é que eles [os donos] querem se salvar. Eles não querem salvar a empresa. Eles querem salvar a sua propriedade sobre a empresa. Por que eles não vendem?”
Será preciso perder tempo dizendo que não vendem porque  as empresas, metidas no imbróglio judicial e paralisados todos os seus contratos de serviço, perderam grande parte do seu valor? E que é muito melhor cortar, demitir, enxugar do que vender? E quem vai comprar? Os americanos, os chineses? Porque não há ninguém por aqui”com bala” para comprar uma Odebrecht, por exemplo.
Aliás, só o que interessa ao Dr. Lima é por alguns na cadeia – e muitos têm mesmo de ir, porque corruptor é o executivo que faz a empresa pagar propina, não a pessoa jurídica –  não importa o que isso cause. Nem mesmo recuperar o dinheiro público é essencial:
A recuperação de valores é um aspecto importante, mas lateral. O mais importante é a revelação de fatos em relação a outros criminosos. 
Ou seja, pode levar, mas dedura…
80% do dinheiro recuperado das empreiteiras veio dos acordos de leniência que o Dr. Lima desdenha. Mas isso, claro, não vem ao caso.
copiado http://www.tijolaco.com.br/

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