HOLOCAUSTO . Quem era Lászlo Csatari? Morreu o criminoso de guerra nazi mais procurado


O alegado criminoso de guerra nazi, o húngaro Laszlo Csatari, morreu aos 99 anos num hospital de Budapeste, disse hoje o seu advogado, Gabor Horvath.
  • Quem era Lászlo Csatari?

    Quem era Lászlo Csatari?

    por M.J.C. com agênciasHoje3 comentários
    Lázslo Catsari, em julho do ano passado
    Lázslo Catsari, em julho do ano passado Fotografia © Lazslo Balogh/ Arquivo Reuters
    Lászlo Csatari tinha 98 anos e estava internado no hospital, onde morreu vítima de pneumonia, sem nunca ter efetivamente cumprido a pena pelos crimes que alegadamente cometeu durante a Segunda Guerra Mundial.
    Nascido em Many (Áustria-Hungria), em 1915, Lázslo Csizsik-Csatari pertencia à Polícia Húngara e foi destacado para a cidade de Kassa (agora conhecida como Kosice, e que já não fica na Hungria mas na Eslováquia). Após a chegada das tropas alemãs à região, em março de 1944, foi criado um guetto para os judeus. E, em maio, Csatari terá sido o responsável pela deportação de cerca de 15 700 judeus, que foram enviados para campos de concentração nazis, especialmente Auschwitz.
    Como muitos outros responsáveis nazis, Csatari conseguiu fugir no final da Segunda Guerra Mundial. Depois de ter sido condenado à morte "in absentia" por crimes de guerra por um tribunal da Checoslováquia, em 1948, Csatari arranjou maneira de chegar ao Canadá, onde disse ser oriundo da Jugoslávia. Instalou-se em Montreal, onde trabalhou como comerciante de arte, e conseguiu a cidadania canadiana em 1955. Em 1997, a cidadania foi-lhe retirada quando as autoridades descobriram que tinha mentido quanto à sua identidade.
    Voltou então para Budapeste, na Hungria, onde conseguiu viver calmamente durante 15 anos. No final de 2011, foi novamente localizado pelas autoridades, com base em informações do Centro Simon Wiesenthal, que colocou o seu nome na lidsta dos criminosos nazis mais procurados pela justiça, e o seu caso voltou a ser investigado. O jornal inglês The Sun encontrou-o, fotografou-o e confrontou-o à porta de sua casa.
    Em março deste ano, um tribunal da Eslováqui alterou a pena de Csatari: de setença de morte passou para prisão perpétua, de forma a que a pena pudesse ser efetivamente cumprida, uma vez que o país não aplica penas de morte.
    Em junho, o ministério público da Hungria acusou-o de ter estado "ativamente envolvido" na tortura e deportação de judeus. Além de responsável pela deportação, o antigo polícia "costumava bater nos judeus com as mãos e açoitá-los com um chicote, sem qualquer justificação, independentemente do sexo, idade ou estado de saúde", diz a acusação. E recusou-se a abrir janelas em carruagens onde 80 pessoas seriam transportadas em "circunstâncias desumanas", quase sem conseguir respirar.
     O Centro Wiesenthal considerou que esta acusação era "um momento determinante" para a Hungria mostrar ao mundo "que pessoas como Csatari são criminosos e não heróis patrióticos". E pediu ao tribunal para que, tendo em conta a idade do réu, o julgamento fosse rápido.

Morreu o criminoso de guerra nazi mais procurado
Fotografia © REUTERS/Laszlo Balogh
O alegado criminoso de guerra nazi, o húngaro Laszlo Csatari, morreu aos 99 anos num hospital de Budapeste, disse hoje o seu advogado, Gabor Horvath.
Laszlo Csatari morreu no sábado de pneumonia. Este húngaro estava em prisão domiciliária em Budapeste a aguardar o seu julgamento por crimes contra a humanidade, nomeadamente pelo envolvimento na deportação para campos de extermínio nazis de cerca de 15 mil judeus que estavam detidos em Kosice, na atual Eslováquia, durante a II Guerra Mundial.
COPIADO   http://www.dn.pt/

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