Ministério Público da Bolívia pode pedir extradição de Roger Molina Caso Molina: cineasta diz que embaixada recebia pressão do Itamaraty

  • Ministério Público da Bolívia pode pedir extradição de Molina

    Procurador diz que analisa tratados nacionais e internacionais para adotar uma decisão sobre senador que 'fugiu' do país
     


    O procurador-geral interino da Bolívia, Roberto Ramirez, afirmou nesta segunda-feira que o Ministério Público pode pedir a extradição do senador Roger Pinto Molina, que desembarcou no Brasil na madrugada de domingo.Ramirez disse que o MP boliviano analisa os tratados nacionais e internacionais para depois tomar uma decisão.
    Roger Molina ficou abrigado por 15 meses na embaixada brasileira na Bolívia desde que pediu asilo político. No sábado (24), o senador deixou a embaixada com o auxílio da representação diplomática brasileira.
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    Nesta segunda, o embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, pediu explicações ao Itamaraty sobre a retirada do senador boliviano da representação diplomática brasileira em La Paz e a viagem dele a Brasília.
    Em nota, o Itamaraty, informou que abrirá um inquérito para apurar as circunstâncias da entrada no Brasil do senador boliviano. O diplomata Eduardo Saboia, apontado como principal responsável pela retirada do senador foi chamado  para prestar informações a respeito do ocorrido.
  • Caso Molina: cineasta diz que embaixada recebia pressão do Itamaraty

    Caso Molina: cineasta diz que embaixada recebia pressão do ItamaratyDocumentarista que produzia filme sobre senador fala ao 'JB'. 'Escolhi protegê-lo', diz diplomata que trouxe Molina ao Brasil
     


    Documentarista trabalhava num filme sobre o caso do senador boliviano

    Jornal do BrasilCláudia Freitas
    A representação diplomática brasileira estava sem autonomia para agir no caso do senador boliviano Roger Molina e recebendo pressão constante do Itamaraty para que nenhuma medida fosse tomada, mesmo sabendo dos riscos que o parlamentar estava exposto. Isto é o que afirma o documentarista Cláudio Galvão da Silva, mais conhecido como Dado Galvão, que desde o início do ano estava produzindo um documentário sobre o caso a pedido do próprio Molina.Dado Galvão contou ao Jornal do Brasil como soube da pressão exercida pelo Itamaraty aos embaixadores Marcel Fortuna Biato e Eduardo Saboia. "Durante uma reunião em abril deste ano, Saboia e Biato me falaram pessoalmente que estavam sendo pressionados pelo Itamaraty. Eles me disseram que não poderiam me ajudar com relação ao documentário e acrescentaram que eram obrigados a relatar todos os seus passos com relação a este caso ao Itamaraty."
    Molina chegou neste fim de semana ao Brasil
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    O senador boliviano chegou ao Brasil na tarde de sábado, após ter ficado por 15 meses abrigado na embaixada brasileira em La Paz, na Bolívia.  O senador enfrenta mais de 20 processos movidos pelo governo em várias cidades bolivianas após fazer graves acusações de corrupção contra o governo do presidente Evo Morales. Ele não tinha conseguido abandonar a embaixada por falta de um salvo-conduto que as autoridades lhe negaram, pois sustentam que ele deveria responder a essas acusações.
    O embaixador Marcel Biato foi transferido no mês de julho da embaixada do Brasil em La Paz. Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, ele está nesta segunda-feira (26) na Presidência da República, mas não esclarece a sua ocupação. Numa ementa da Presidência da República, divulgada na terça-feira passada (20), o nome do embaixador Biato é indicado para assumir cargo de Embaixador do Brasil no Reino da Suécia e junto à República da Letônia. A ementa aguarda por parecer do relator. Fontes da embaixada brasileiras disseram que a decisão de transferir Biato pode ter sido um pedido do governo boliviano, insatisfeito com a atuação de Biato no caso do senador de oposição. Segundo as mesmas fontes, a mudança interna aconteceu após visita do ministro Antonio Patriota ao ministro da Presidência boliviano, Juan Ramón Quintana, em março, para discutir assuntos comerciais, migratórios e de combate ao narcotráfico.
    O documentarista Dado Galvão contratou o advogado Fernando Tibúrcio para defender no Brasil o caso do senador boliviano. Ele tentou entrevistar o senador no início do ano, mas foi impedido pelas autoridades bolivianas. Num ato de repúdio e em solidariedade a Molina, Dado entregou o seu passaporte junto com uma carta de solicitação para a realização da filmagem aos embaixadores Biato, Saboia e também Manuel Adalberto Montenegro. “O embaixador Marcel Biato, na ocasião, me garantiu que a carta e o passaporte seriam encaminhados ao Itamaraty, para conhecimento do ministro Patriota, justificando que a embaixada não poderia reter passaportes e não existia um protocolo para formalizar o fato”, contou Dado, que até o momento não teve a devolução do seu documento.
    “Vou aproveitar que o senador já está no Brasil e o caso está em plena investigação para tentar reaver o meu passaporte e exigir explicações do que aconteceu comigo em La Paz”, completou o cineasta. Além de Dado, o fotógrafo brasileiro Arlen Tavares, que estava acompanhando Dado na produção do trabalho, também aderiu ao protesto e entregou o seu documento na embaixada brasileira.
    A reportagem do JB entrou em contato com o Itamaraty, mas não obteve retorno com relação às informações reveladas pelo documentarista Dado Galvão.

    copiado  http://www.jb.com.br/

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