08/08/2013 - 16:27
CAIRO, Qahirah (AFP)
Milhares de partidários do presidente islamita deposto, Mohamed
Mursi, celebravam nesta quinta-feira o Eid el Fitr, festa que marca o
mês sagrado do Ramadã, desfiando a ordem do governo provisório de
abandonar as praças onde se encontram acampados.
As praças de Rabaa Al Adawiya e Nahda, centro da capital egípcia, estão ocupadas por milhares de pessoas desde que Mursi foi destituído pelo exército em 3 de julho passado.
Homens, mulheres e crianças participaram sob uma nuvem de balões na grande oração da madrugada que marca oficialmente o fim do mês de jejum.
Milhares de simpatizantes de Mursi também se manifestaram em outras regiões, principalmente em Alexandria, a segunda cidade do país, e em Qena (sul).
O governo egípcio pediu na quarta-feira aos partidários do ex-presidente Mursi que abandonassem rapidamente as duas praças que ocupam no centro do Cairo, ameaçando dispersá-lo à força.
Esta ameaça foi feita horas depois do que a Presidência egípcia anunciou o fracasso da mediação internacional para resolver a crise política do país, resultado atribuído ao movimento Irmandade Muçulmana, que exige nas ruas o retorno de Mursi ao poder.
Depois de pedir mais uma vez que os islamitas fossem embora por vontade própria, o primeiro-ministro Hazem Beblawia assegurou que a polícia, que obteve autorização há uma semana, só não interveio até o momento por simples respeito ao mês sagrado do Ramadã.
Por ora, não foram registrados incidentes, mas desde o final de junho, os confrontos entre partidários e detratores de Mursi deixaram mais de 250 mortos.
--- Fracasso na mediação internacional ---
Depois de dez dias de mediações diplomáticas europeias, americanas, africanas e árabes no Cairo, o governo instalado pelo exército pôs bruscamente um ponto final nas esperanças internacionais de encontrar uma solução pacífica negociada para o país.
"A etapa dos esforços diplomáticos terminou hoje", anunciou a Presidência, em referência à mediação do subsecretário de Estado americano William Burns e do emissário da União Europeia (UE) Bernardino León, entre outros diplomatas que viajaram ao Cairo.
"Os esforços não alcançaram os resultados esperados", prosseguiu o documento.
"A Irmandade Muçulmana é responsável pelo fracasso dos esforços de mediação", concluiu o comunicado da Presidência.
Após tomar conhecimento do anúncio presidencial, os Estados Unidos pediram aos egípcios que busquem o diálogo e o compromisso para responder à crise política do país.
"Acreditamos que as duas partes devem alcançar um compromisso. Não acreditamos em absoluto que tenha terminado o tempo para o diálogo", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Jennifer Psaki.
Psaki expressou a "inquietação" dos Estados Unidos diante deste fracasso e manifestou "a esperança de que o diálogo continue".
Depois da queda do presidente Hosni Mubarak durante a denominada Primavera Árabe, no início de 2011, o Egito conheceu uma nova revolução em 30 de junho, quando milhões de manifestantes pediram nas ruas a saída de Mursi, acusado de ter assumido o poder em benefício da Irmandade Muçulmana, e de ter afundado a economia já por si exígua.
Em 3 de julho, o general Al Sisi, acompanhado de líderes religiosos e políticos, anunciou a substituição de Mursi por autoridades de transição, que prometeram uma nova Constituição e eleições gerais no mais tardar no início de 2014.
Desde este dia, a Irmandade Muçulmana denuncia um golpe de Estado militar, principalmente com a prisão de vários de seus dirigentes, entre eles Mursi. O Guia Supremo da confraria, que se encontra foragido, deve ser julgado a partir de 25 de agosto junto com seus adjuntos, em prisão preventiva, por incitação ao assassinato.
Os Estados Unidos têm dificuldade em denominar esta destituição do primeiro presidente eleito democraticamente no Egito porque, se classificar de golpe de Estado, isso os obrigará a interromper a ajuda de 1,5 bilhão de dólares ao país.COPIADO http://www.afp.com
As praças de Rabaa Al Adawiya e Nahda, centro da capital egípcia, estão ocupadas por milhares de pessoas desde que Mursi foi destituído pelo exército em 3 de julho passado.
Homens, mulheres e crianças participaram sob uma nuvem de balões na grande oração da madrugada que marca oficialmente o fim do mês de jejum.
Milhares de simpatizantes de Mursi também se manifestaram em outras regiões, principalmente em Alexandria, a segunda cidade do país, e em Qena (sul).
O governo egípcio pediu na quarta-feira aos partidários do ex-presidente Mursi que abandonassem rapidamente as duas praças que ocupam no centro do Cairo, ameaçando dispersá-lo à força.
Esta ameaça foi feita horas depois do que a Presidência egípcia anunciou o fracasso da mediação internacional para resolver a crise política do país, resultado atribuído ao movimento Irmandade Muçulmana, que exige nas ruas o retorno de Mursi ao poder.
Depois de pedir mais uma vez que os islamitas fossem embora por vontade própria, o primeiro-ministro Hazem Beblawia assegurou que a polícia, que obteve autorização há uma semana, só não interveio até o momento por simples respeito ao mês sagrado do Ramadã.
Por ora, não foram registrados incidentes, mas desde o final de junho, os confrontos entre partidários e detratores de Mursi deixaram mais de 250 mortos.
--- Fracasso na mediação internacional ---
Depois de dez dias de mediações diplomáticas europeias, americanas, africanas e árabes no Cairo, o governo instalado pelo exército pôs bruscamente um ponto final nas esperanças internacionais de encontrar uma solução pacífica negociada para o país.
"A etapa dos esforços diplomáticos terminou hoje", anunciou a Presidência, em referência à mediação do subsecretário de Estado americano William Burns e do emissário da União Europeia (UE) Bernardino León, entre outros diplomatas que viajaram ao Cairo.
"Os esforços não alcançaram os resultados esperados", prosseguiu o documento.
"A Irmandade Muçulmana é responsável pelo fracasso dos esforços de mediação", concluiu o comunicado da Presidência.
Após tomar conhecimento do anúncio presidencial, os Estados Unidos pediram aos egípcios que busquem o diálogo e o compromisso para responder à crise política do país.
"Acreditamos que as duas partes devem alcançar um compromisso. Não acreditamos em absoluto que tenha terminado o tempo para o diálogo", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Jennifer Psaki.
Psaki expressou a "inquietação" dos Estados Unidos diante deste fracasso e manifestou "a esperança de que o diálogo continue".
Depois da queda do presidente Hosni Mubarak durante a denominada Primavera Árabe, no início de 2011, o Egito conheceu uma nova revolução em 30 de junho, quando milhões de manifestantes pediram nas ruas a saída de Mursi, acusado de ter assumido o poder em benefício da Irmandade Muçulmana, e de ter afundado a economia já por si exígua.
Em 3 de julho, o general Al Sisi, acompanhado de líderes religiosos e políticos, anunciou a substituição de Mursi por autoridades de transição, que prometeram uma nova Constituição e eleições gerais no mais tardar no início de 2014.
Desde este dia, a Irmandade Muçulmana denuncia um golpe de Estado militar, principalmente com a prisão de vários de seus dirigentes, entre eles Mursi. O Guia Supremo da confraria, que se encontra foragido, deve ser julgado a partir de 25 de agosto junto com seus adjuntos, em prisão preventiva, por incitação ao assassinato.
Os Estados Unidos têm dificuldade em denominar esta destituição do primeiro presidente eleito democraticamente no Egito porque, se classificar de golpe de Estado, isso os obrigará a interromper a ajuda de 1,5 bilhão de dólares ao país.COPIADO http://www.afp.com
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