País - Eleições Clark Crente, Toninho do Diabo... como seria o Brasil com estes políticos? Candidatos inusitados e slogans surpreendentes diversificam a campanha eleitoral

  • Clark Crente, Toninho do Diabo, Mulher Bambu...

    Como seria o Brasil com estes políticos?

    País - Eleições 2014

    Clark Crente, Toninho do Diabo... como seria o Brasil com estes políticos?

    Candidatos inusitados e slogans surpreendentes diversificam a campanha eleitoral

    Jornal do Brasil*Gisele Motta
    Eleição não é brincadeira, mas observando os nomes de alguns candidatos, e seus slogans, pode parecer que sim. Em outubro, os eleitores vão escolher, além do presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. No caso dos deputados, o sistema de votação é chamado de proporcional. São calculados os votos dos partidos, das coligações (partidos que se unem) e dos candidatos, para computar aqueles que efetivamente se elegem. Os simpáticos, irreverentes, engraçados ou mesmo bizarros acabam, de alguma forma, se destacando, e podem conquistar votos de certa parcela dos eleitores. Isso explica, em parte, porque coligações reúnem tantos partidos, a maioria deles considerados 'nanicos'. A massa total de votos é fundamental. Para se ter uma ideia, um deputado federal precisa de 174 mil votos para se eleger, enquanto que um estadual, 110 mil.
    Funciona assim: a quantidade total de votos válidos (sem nulos e brancos) é dividida pelo número de vagas na Câmara para saber quantos votos um partido precisa para eleger um deputado.  Se forem 100 mil votos e dez vagas,  por exemplo, o quociente eleitoral é 10 mil. Assim, se um partido ou coligação consegue 30 mil votos, independentemente de quem está sendo votado, ele pode eleger três deputados. Aí, são eleitos os três candidatos mais votados de cada partido ou coligação.
    Clark Crente busca o poder do povo cristão
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    Neste caso entram os “puxadores de voto”, como foi o Tiririca (PR), em 2010, que conseguiu mais de um milhão de votos. Como o número total de votos válidos nas eleições de 2010 foi de aproximadamente 21 milhões, e o número de cadeiras era de 70, era necessário, naquelas eleições, cerca de 300 mil votos por partido ou coligação para eleger um deputado. Assim, a coligação PR/PRB/PT/PR/PC do B/PTdoB pôde eleger três deputados além de Tiririca, que não teriam votos suficientes para entrar: Otoniel Lima (PRB) cujo total de votos foi 95.971; Delegado Protógenes, do PCdoB, cujo total de votos foi 94.906; e Vanderlei Siraque, do PT, cujo total de votos foi 93.314.
    Motivos para aceitarem a candidatura dessas figuras existem. Mas quais são as verdadeiras propostas desses candidatos? Eles representam uma classe específica, como Tiririca e sua ligação com o circo? – ele acabou propondo emendas importantes à Lei que regulamenta as profissões de Artistas e de Técnico em Espetáculos de Diversões. Muitos tentam demarcar território, assinalando no pseudônimo quem querem representar. Outros acabam sendo uma incógnita. O que esses candidatos fariam pelos seus eleitores, depois de eleitos?
    Um antagonista de Crente, Toninho defende a separação de política e religião
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    Toninho do Diabo (Solidariedade), candidato a deputado federal, é um artista de circo e diretor de cinema que promete “Tacar fogo”. Vestido de preto, como se fosse um enviado do inferno, em seu blog, sua promessa é “infernizar todos os políticos burocratas, medíocres e corruptos que encontrar”. Seu mandato seria um inferno? Apesar do chavão e das roupas, o candidato apresenta ideias claras: regulamentação da maconha, respeito às diversidades religiosas, estado laico, direito dos homossexuais. O demônio parece ter um emissário bastante liberal.
    Já o candidato a deputado estadual Clark Crente (PSC) usou sua leve semelhança com o Super-Homem para se promover como um herói dos religiosos. Com o lema “preservar a continuidade da família e a esperança da sociedade”, ele defende que o cristão não pode se afastar da política. “O povo de Deus não pode fazer como Pilatos, chegar diante dos fieis, entregar a responsabilidade para a população”, comenta ele em entrevista. “Nós podemos mudar a esfera política, para que tudo seja renovado, para que a santidade do Deus vivo entre nas veias da corrupção. Porque tudo é de Deus, por direito de redenção. Tudo é do Pai. Nós somos os escolhidos de Deus para mudar o cenário político”. Ele apresenta sua vida e propostas como se estivesse pregando a palavra de Deus. Embora fique claro que defende a família e a religião, outras ideias não são tão claras. Ele diz que pretende trabalhar com crianças e idosos carentes, “isso toca muito meu coração”, comentou.
    Em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, Cara de Hambúrguer, nome de guerra de José Raimundo de Jesus (PT), é candidato a deputado estadual. Segundo ele, apesar do nome, as propostas são sérias. O candidato declarou que, na Bahia, esse tipo de apelido é normal e que é chamado assim desde novo. Outros nomes inusitados na região são os dos candidatos a deputado federal "Carmem Melhor", "Eu Te Amo", "Felicidade" e "Naturezza". A visão de Cara de Hamburguer, que faz questão de ser chamado pelo apelido, permeia a segurança pública. Ele quer instalar câmeras em pontos da cidade  e criar escolas militares e cursos superiores para policiais.
    Cara de Hamburguer lembra que esse tipo de nome é normal e diz que não é marketing
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    Já José Maria Eymael, candidato à presidência da República pelo (PSDC) tem um jingle que o acompanha desde a década de 80. “Ey, Ey, Eymael/ Um democrata cristão/ Pra presidente é 27, e o nome é Eymael/ Pela família e pela nação. A musiquinha em ritmo de marchinha de carnaval, no entanto, não combina muito com as propostas do candidato. Ele propõe o combate às drogas e o “resgate e proteção dos valores éticos da Família”.
    Outros nomes populares são “Serginho Doidão”, “Mulher Bambu” e “Kid Bengala”. Por mais estranhos que sejam esses candidatos, alguns têm propostas bem específicas. Mulher Bambu, candidata a deputada estadual pelo PMDB, luta pela proteção ao meio ambiente. Já Serginho Doidão, candidato a deputado federal pelo PV está "doidão pela legalização”, como diz seu slogan, apostando na legalização da maconha.
    O mais estranho, porém, são os candidatos que não usam o nome para tentar transmitir uma ideia ou representar uma classe. Kid Bengala, um famoso ator pornô, não tem propostas envolvendo sua área de atuação profissional. Nem em nenhum outro campo.  “Não tenho proposta”, declarou ele à imprensa, dizendo ainda que “política não é seu forte”. 
    *Do programa de estágio do JB
    copiado  http://www.jb.com.br

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