A vitória do povo nordestino

Paulo Roberto Sampaio

A vitória do povo nordestino
Publicada em 27/10/2014 05:37:39
Foi patético, quase desesperador, o esforço das elites e de parte da mídia nacional em tentar intervir no resultado da eleição de ontem para Presidência da República. Até edição antecipada da mais influente das revistas brasileiras, com uma “bombástica” denúncia na capa, surgiu no mercado, com circulação antecipada, na sexta, para tentar melar o pleito.
Um golpe branco estava sendo engendrado, mas a força do povo nordestino foi maior.
O depoimento de um criminoso, mantido atrás das grades, acusando sem provas a Presidente da República, chegou aos lares de milhares de brasileiros como merecedor de todo crédito.
Um suspeito de mil traquinagens resolveu contar, a cinco dias do pleito, o que não revelara nem para seu advogado de defesa. Algo muito estranho, no melhor estilo Dalva Sele aqui na Bahia.
E a manobra golpista seguiu durante todo o sábado e o dia de ontem. Boatos foram disseminados dando conta de que o delator teria morrido, envenenado, como forma de causar uma consternação, tentando manipular o voto do eleitor indeciso, em especial do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Era uma manobra extrema. Um barro jogado em parede, mesmo que de qualidade duvidosa. A ordem parecia uma só: bater Dilma a qualquer custo e sepultar, com ela, Lula. Sem lhes dar o direito de que se apure melhor os fatos e a Justiça os inocente ou condene.
Mas a manobra acabaria atingindo um outro alvo: o povo pobre e sofrido do Nordeste, aquele que com muito sacrifício vai deixando a pobreza extrema para ter direito a um teto pelo Minha Casa, Minha Vida. Que já ousa andar de carro, ter uma TV de 40 polegadas em casa.
Jamais o país havia experimentado uma luta de classes tão explícita. Tão odiosa. Tão desigual. Uma mobilização tão grande dos ricos e poderosos, tão bem orquestrada, que até insuspeitos formadores de opinião pareciam servir à causa.
E, de repente, foi um desfilar de celebridades como nunca se viu na TV. De cantor sertanejo a jogador de futebol aposentado, de astro no vôlei a global, chegando ao rei maior, Neymar. Todos lá estavam para jogar num mesmo time. Todos afortunados, naturalmente. Não tendo mais onde botar dinheiro.
Seria um massacre, se o povão não começasse a desconfiar daqueles rostinhos angelicais, donos de contas milionárias. Ninguém ali parecia com ele, povo.
Os paulistas e a elite burguesa que lá se encastela, mesma elite que pariu um de seus filhos bastardos para num ato desrespeitoso tentar enxotar o governador Jaques Wagner de um restaurante de lá, só por ser governador da Bahia, tinha sonhos altos.
Mas não deu, não é! O esforço foi em vão.
E Wagner deu a resposta no melhor estilo. A vitória de Dilma na Bahia atingiu praticamente na mosca a meta prevista por ele e pelo governador eleito, Rui Costa: quase 3 milhões de votos. Para ser exato, 2 milhões e 900 mil.
Uma marca histórica, aplaudida em todo o país pelas mais expressivas lideranças petistas e da coligação governista. Foi quase a diferença que fez Dilma presidente.
Agora, como, aliás, pregou a presidenta reeleita em seu pronunciamento à Nação ontem à noite, é hora de olhar para frente e trabalhar pela consolidação dos avanços democráticos e sociais, e usar positivamente a energia construtiva do novo momento em prol do Brasil.
“É possível encontrar pontos em comum e construir uma base de entendimento para fazer esse país avançar. Algumas vezes resultados apertados produziram resultados mais positivos” – disse Dilma, estendendo a mão aos adversários.
E arrematou a presidenta em sua fala: “Esse nosso querido Brasil saiu maior dessa disputa. Vamos continuar construindo um país melhor, mais inclusivo, um país da solidariedade e das oportunidades”.
É o que se espera, passado o calor da refrega. É o que os baianos e todo o povo do Nordeste esperam.
COPIADO  http://www.tribunadabahia.com.br

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