Executivo que fez delação doou R$ 5 mi
Empresas fariam doações legais ao PT e ao PR para obter contratos da Petrobras
Executivo que fez acordo de delação doou mais de R$ 5 mi para PT e PR
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O executivo Julio Camargo, que fez um acordo de delação premiada com
procuradores que investigam desvios na Petrobras, doou R$ 6,7 milhões a
13 partidos entre 2006 e 2014. O partido que mais recebeu foi o PT, com
R$ 2,56 milhões, o equivalente a 38% do total repassado.
As doações foram feitas pelo próprio Camargo, executivo da Toyo-Setal, ou por empresas das quais ele é sócio.
Foram beneficiados os senadores Marta Suplicy (SP), Lindbergh Farias (RJ) e Delcídio do Amaral (MS) e o deputado Adriano Diogo (SP).
Divulgação/Agência Petrobras | ||
Obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), da Petrobras |
Os R$ 2 milhões foram doados pela Toyo-Setal.
Editoria de Arte/Folhapress |
A maioria das doações foi feita a siglas da base aliada do governo, mas há também três partidos da oposição beneficiados –PSDB, PV e PPS. Os repasses foram feitos para a campanha de candidatos desses partidos.
MULTA DE R$ 40 MI
Camargo é diretor da Toyo-Setal, empresa que tem contratos de cerca de R$ 4 bilhões com a Petrobras, e é o primeiro executivo das grandes empresas a fazer um acordo de delação para obter uma pena menor. Além de prometer contar o que sabe sobre o esquema de desvios, ele pagará multa de R$ 40 milhões.
Camargo é investigado sob suspeita de pagar propina para conseguir obras da Petrobras. Três empresas controladas por Camargo (Auguri, Piemonte e Treviso) fizeram depósitos de R$ 13,4 milhões à GFD Investimentos, firma de fachada do doleiro Alberto Youssef. Procuradores consideram que todos os depósitos feitos à GFD eram repasse de propina, já que a empresa não tinha atividade.
Tanto o doleiro quanto Costa também fizeram acordos de delação. Youssef disse num desses depoimentos que doações legais a partidos eram uma forma que os fornecedores da Petrobras recorriam para obter contratos da estatal sem violar a lei.
Nos interrogatórios da delação, Camargo contou que Renato Duque, que ocupou a diretoria de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012, recebeu propina fora do país. Duque foi indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu.
O nome de Duque já havia sido mencionado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa em interrogatório à Justiça. O ex-diretor afirmou que o PT ficava com 3% do valor líquido dos contratos da diretoria de Duque.
O ex-diretor nega que tenha cometidos crimes e informa que processou Costa.
A assessoria do PT diz que todas as doações ao partido são legais e declaradas à Justiça. O PR não quis se pronunciar. A advogada de Camargo, Beatriz Catta Preta, também não quis se manifestar.
copiado http://www1.folha.uol.com.br
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