Advogado denuncia 'desaparecimento' de viúva de dissidente chinês Irã acusa EUA de violação do acordo nuclear, no início do segundo mandato de Rohani

Advogado denuncia 'desaparecimento' de viúva de dissidente chinês

Shenyang/AFP/Arquivos / Handout(Julho) Liu Xia exibe um retrato do marido
O regime chinês é responsável pelo desaparecimento e prisão da viúva do dissidente Liu Xiabo, reclusa desde o falecimento do Prêmio Nobel da Paz, acusou nesta quinta-feira o advogado americano do casal, que anunciou ter apresentado uma denúncia na ONU.
Liu Xia "está detida pelas autoridades chinesas em um lugar desconhecido" desde 15 de julho, dia do funeral do opositor, afirma o texto apresentado por Jared Genser ante o Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários da ONU.
"Exijo que as autoridades chinesas forneçam imediatamente uma prova de que Liu Xia está viva e autorizem o acesso irrestrito a sua família, amigos, advogados e comunidade internacional", acrescenta Genser neste documento enviado à AFP.
Liu Xia, de 56 anos, estava em prisão domiciliar em seu apartamento em Pequim desde que Liu Xiabo ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2010, depois de ter sido condenado a 11 anos de prisão por "subversão" por exigir reformas democrática na China. Liu Xia nunca foi condenada ou processada.
Desde o dia anterior a morte de seu marido, Liu Xia não esteve em contato com qualquer membro de sua família, de acordo com Genser. O regime comunista publicou fotos dela tiradas durante o funeral de Liu Xiabo, mas desde então não revelou onde estava.
Liu Xiabo morreu de câncer de fígado em 13 de julho aos 61 anos em um hospital no nordeste da China, poucas semanas depois de ter sido posto em liberdade condicional por motivos de saúde.
Pequim, acusado de ser responsável pela degradação de sua saúde, não permitiu que o dissidente viajasse para o exterior para se tratar.
Liu Xiabo foi o primeiro Prêmio Nobel da Paz a morrer na prisão desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938, quando foi preso pelos nazistas.

Irã acusa EUA de violação do acordo nuclear, no início do segundo mandato de Rohani

SITE DO LÍDER SUPREMO DO IRÃ/AFP / HOCerimônia de posse de Rouhani, em Teerã
O Irã condenou nesta quinta-feira as novas sanções americanas, que chamou de "violação" do acordo sobre seu programa nuclear, no dia em que começa o segundo mandato do presidente Hassan Rohani, pressionado em seu país.
Durante uma cerimônia oficial, o guia supremo Ali Khamenei "ratificou" a eleição de Rohani em maio, uma etapa forma necessário para o início do segundo e último mandato do presidente moderado, que prestará juramento ante o Parlamento no sábado.
Apesar de sua eleição triunfal, Rohani é criticado no Irã, onde os conservadores o acusam de ter feito muitas concessões às grandes potências sem escutar as suas advertências sobre os Estados Unidos, grande inimigo da República Islâmica.
O acordo assinado em julho de 2015 entre o Irã e as grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) limita o programa nuclear iraniano ao uso civil em troca da suspensão progressiva das sanções internacionais.
Ao contrário da administração americana anterior de Barack Obama, o governo de Donald Trump adotou uma atitude hostil a respeito do Irã e critica o acordo nuclear.
O Congresso americano aprovou novas sanções contra o Irã, que envolvem seu exército de elite, a Guarda Revolucionária, assim como o programa balístico de Teerã. a situação dos direitos humanos e o apoio de Teerã a grupos como o movimento xiita libanês Hezbollah, que Washington classifica como terrorista.
"Acreditamos que o acordo nuclear foi violado e, portanto, vamos reagir de forma apropriada", disse o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abas Araghchi.
Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980.
"O objetivo principal da lei americana é assustar as grandes empresas e impedir que cooperem com o Irã. Mas comprovamos que a política dos países europeus vai contra isso", completou Araghchi.
No fim de junho, o Senado americano aprovou quase por unanimidade um projeto de lei que já havia sido votado na Câmara de Representantes para impor sanções contra Rússia, Irã e Coreia do Norte. O presidente Trump promulgou as medidas na quarta-feira.
A comissão iraniana que supervisiona a aplicação do acordo, integrada por Rohani e outras autoridades, "adotou 16 medidas que incluem uma série de reações contra a ação dos Estados Unidos", completou Araghchi, sem revelar mais detalhes.
"Depois da promulgação da lei de sanções contra o Irã por Trump entramos em uma nova etapa e o Parlamento vai adotar sua própria lei em reação à lei americana", disse Araghchi.
O Parlamento iraniano começou a analisar um projeto de lei para reforçar o programa balístico do país e a força Qods da Guarda Revolucionária para "lutar contra as sanções dos Estados Unidos".
Além dos ataques dos conservadores, Rohani também é criticado entre os reformistas por não ter concedido espaço suficiente a esta ala em seu governo, que apresentará no sábado ao Parlamento.
Também é criticado por não ter nomeado nenhuma mulher para o ministério.
Mas o presidente recebeu o apoio dos principais comandantes da Guarda Revolucionária, após uma troca de ataques nos últimos meses.


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